30 - Perdido

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Christian

Ana ficou naquela maldita delegacia e não pude vê-la mais uma vez. O delegado falou que minha mãe conseguiu estabiliza-la e que ela poderia ficar nervosa outra vez se eu fosse me despedir. Assim que cheguei em casa chamei Taylor, Welcker e todos os homens da segurança para pensar o que vamos fazer pra provar a inocência de Ana.

Welcker me colocou a par dos altos do processo. O tal chefe lá dos sequestradores reconheceu Ana como a mandante, eu não acreditava nisso, só podia ser armação. O cativeiro onde fiquei no Brasil era bem próximo da chácara dela, porém lá não foi encontrado nenhum vestígio de que alguma vez tivesse estado ou passado por lá. O dinheiro que ela sacou foi usado no aluguel da chácara nova e nas primeiras produções dela, ela me mostrou o contrato, pois estávamos pensando em alugar a chácara por tempo indeterminado para quando quiséssemos ir pra lá não haver problemas. Na verdade eu já havia pedido a Léo, meu ex cunhado e advogado de confiança para ver se conseguia comprar a chácara pra mim, eu ia dar de presente de casamento a Ana.

Tudo estava conspirando contra ela e dependíamos de encontrar o adolescente que atirou em mim, ele era a pessoa que falou pessoalmente com a mentora do sequestro e poderia dizer a verdade. Sabíamos que ele não voltou pra Seattle e que ficou no Brasil, provavelmente a cidade do Rio de Janeiro. Aquele país é enorme, eu passei um mês lá e não tive nem vestígio de Ana quando nos desencontramos por causa da gravidez de Leila, mas eu tinha que encontrar esse rapaz. Depois de nossa reunião fui para meu quarto e me permiti chorar por minha mulher e por meu filho. Adormeci pensando nela sozinha naquela delegacia.

Na manhã seguinte Taylor me avisou que iria com uma grande equipe para o Brasil, o rapaz acessou redes sociais e Welcker já estava rastreando. Ele iria entrar em contato com a policia de lá pra prendê-lo e trazê-lo pra cá. Resolvi ir junto porque mesmo não tendo visto seu rosto eu reconheceria a sua voz em qualquer lugar e sem um reconhecimento a policia de lá não iria ajudar. Gail me preparou uma mala enquanto acertava algumas coisas com Ross sobre a empresa. Liguei pra Eliot e pedi a ele que falasse com Kate pra cuidar de Ana enquanto eu não estivesse aqui. Meu irmão concordou e disse que ia levar Kate lá todos os dias.

Chegamos no Brasil e fomos direto à embaixada dos Estados Unidos, falamos com os responsáveis por questões criminais e depois fomos até a polícia federal de lá. Montamos um esquema com eles e era só uma questão de tempo até pegarmos o cara. Welcker já estava monitorando suas redes sociais e quando ele usasse o e-mail pegaríamos ele.

Tudo resolvido nos instalamos em um andar inteiro de um grande hotel na avenida paulista. Tomei um banho e fui ligar pra delegacia pra tentar falar com Ana.

- porra esqueci o celular em casa. – falei pra mim mesmo, socando o ar.

Pedi a Taylor pra comprar outro, porém aqui nesse país eu não podia ativar meu número de lá, o sistema daqui é incrivelmente falho. Fiz uma anotação mental de quando tudo isso passar investir em telecomunicações aqui, o mercado é promissor e eu podia elevar o sistema a outros patamares.

Passamos três semanas investigando, procurando, fomos ao Rio de janeiro várias vezes e nada de localizarmos ele. No domingo da terceira semana acordei com Welcker me chamando dizendo que a polícia federal havia prendido o cara numa balada no Rio de Janeiro. Ele havia recebido um e-mail do chefe da quadrilha que me sequestrou. Fui direto pra embaixada, pois ele já estava lá prestando depoimento.

Cheguei na embaixada e os policiais federais me levaram a uma sala onde eu podia ouvir a voz dele. Fiquei feliz na hora que ouvi a primeira palavra, era ele sim, o mesmo rapaz que atirou em mim naquele dia. A voz que aparentava um adolescente, eu jamais esqueceria aquela voz. Ele na verdade já tinha dezoito anos, portanto já estava na maior idade.

Ele falou que quando o sequestro aconteceu ele estava morando com seu tio e que quando acabou ele não quis mais ficar com o mesmo porque não queria essa vida de crime. Falou também que se encontrou várias vezes com a mandante do sequestro em um shopping em Seattle para levar bilhetes do seu tio e trazer os bilhetes que ela mandava. Ele não sabia o conteúdo dos bilhetes.

Era a prova da inocência de Ana, pois pelo dossiê que Welcker fez sobre ela faziam cinco anos que a mesma não saia do Brasil. Acertamos tudo pra voltar pra Seattle. A policia internacional já estava no aeroporto com o rapaz pra leva-lo pra Seattle.

Chegamos no hotel pra pegar nossas coisas e Taylor veio falar comigo com uma cara não muito boa. Pensei logo que tinha acontecido alguma coisa com Ana e o meu bebê.

- senhor Grey tenho algo ruim pra falar. – falou em seu tom imparcial.

- fala logo Taylor. Aconteceu alguma coisa com Ana e com o meu filho? – perguntei sentindo um nó na garganta.

- Não senhor, eles estão bem. Foi seu pai. O senhor Carrick conseguiu uma liminar na justiça pra fazer um DNA do seu filho com Ana. Léo já fez de tudo pra anular mais não conseguiu. Assim que o senhor chegar lá amanhã pela manhã terá que ir colher o exame.

- Taylor ele não tinha esse direito. Ana nunca mais vai olhar na minha cara. Eu nunca duvidei que esse filho não fosse meu. Ele acabou com a minha vida. – falei chorando e pela primeira vez recebi um abraço de Taylor.

- vamos embora senhor, vamos concertar isso tudo. – falou secando uma lágrima.

O voo foi tranquilo, contudo não consegui pregar o olho um segundo, só pensava nela, em abraça-la e dizer que tudo ia ficar bem. Quando chegamos fui direto pra clinica. Meu pai já estava lá, com Léo que era advogado de Ana e mais dois advogados do escritório dele.

- o senhor não tinha esse direito. Se eu perder a minha mulher e meu filho nunca mais vou olhar na sua cara. – falei pra meu pai enfatizando cada palavra.

Léo me falou que seriam três coletas de três laboratórios diferentes, pensei em Ana sendo furada tantas vezes e no nosso bebê. Queira Deus que não aconteça nada de ruim com eles nesse procedimento. Eles já estão sofrendo demais. Fiz de tudo pra falar com ela mais fomos colocados em alas diferentes do hospital.

Já próximo à saída vi ela se dirigindo para a porta. Gritei por ela e seu olhar de desprezo me mortificou. Fiz um escândalo quando três policiais me seguraram e uma pequena senhora me entregou uma medida protetiva dizendo que eu não podia mais chegar perto de Ana e nem falar com ela. Fiquei louco com aquilo, gritei, me debati, eles poderiam atirar em mim e me matar mais eu ia falar com a minha mulher de qualquer jeito. Meu pai se aproximou me pedindo calma. Gritei com ele que era tudo sua culpa. Eu estava perdendo minha mulher e meu filho por causa dele.

Meus olhos ficaram em chamas quando vi aquele delegado pegar na mão dela e conduzi-la até a viatura. Ah mais eu ia fazer alguma coisa agora. Fui com Taylor pra delegacia e o delegado me contou que ela ligou várias vezes e que depois desistiu de ligar, falou também, que quando o pedido do exame chegou ela solicitou um termo de conduta dizendo que eu não poderia me aproximar dela em nenhum lugar. Expliquei que eu estava no Brasil procurando o tal cara que atirou em mim e que esqueci o celular em casa, mas foi em vão. Só ela poderia retirar o termo. O que eu vou fazer agora? Pensei me jogando em uma cadeira e deixando o peso disso tudo cair sobre mim.


Mais um capítulo tenso pra vocês amores.

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beijos no coração de todas!!!!!

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