15 - O Grande Dia

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O grande dia chegou. Assim que acordei tomei banho e vesti um terno cinza, minha marca registrada. Me preparei e as oito e meia sai com o irmão de Taylor para o meu apartamento. Fui direto para a sala de segurança que Taylor havia esvaziado pra mim. Ele e Sawyer estavam descritos no testamento e ou outros dois seguranças foram orientados a ficar na porta da sala para que ninguém entrasse ou saísse de lá. Taylor avisou que todos os citados no testamento já estavam sentados na sala de conferência que tinha em meu apartamento inclusive o juiz que faria a leitura, o promotor que atestaria a veracidade e legitimidade do documento e os dois advogados que fizeram o documento comigo.

A leitura começou e acompanhei tudo pelas câmeras de segurança.

O juiz iniciou com as palavras formais se dirigindo a meus pais lamentando sua perda. Enfatizou que essa leitura estava sendo atípica e feita à revelia, tendo em vista que eu ainda poderia estar vivo e que mesmo abrindo o testamento naquele momento os beneficiados dele só poderiam usufruir de seus bens depois de um ano a contar da data do meu sumiço. Vi quando Leila se revirou na cadeira ao ouvir isso.

- maldita. Se ela pensa que vai ficar com meu dinheiro está muito enganada.

Minha mãe só chorava e meu pai apertava sua mão. Ela estava uns dez quilos mais magra e morri por dentro vendo ela assim. Minha vontade era de correr até lá e abraça-la até tirar toda sua dor. Lembrei-me de Ana nesse momento. Meus irmãos estavam abraçados e pareciam compactuar da mesma dor.

O juiz prosseguiu com a leitura do inventário relatando todos os meus bens e seus respectivos valores. Quando terminou começou a leitura da divisão. Falou primeiros dos imóveis que deixei pra Taylor, Sawyer, Ross e Gail. Deixei um apartamento e um prédio comercial para cada um deles. Depois falou do apartamento em que estávamos. Este ficou para Leila. O The Grace meu iate de luxo deixei para meu irmão Eliot junto com meu apartamento de nova Iorque. Ele se desesperou nessa hora.

- eu não quero nada dessa droga de testamento. Eu quero meu mano de volta. – falou chorando e sendo amparado por Mia.

- Calma mano, você me terá de volta. Falei pra mim mesmo não contendo as lágrimas.

O juiz prosseguiu. O apartamento em Paris e a casa em Aspen ele deixou pra senhorita Mia. Minha irmãzinha só chorava abraçada com Eliot. Para seus pais Carrick e Grace ele deixou a casa no lago Michigan, o chalé nas montanhas Blue Ridge e a fazenda no Texas, ditos por ele aqui como seus lugares preferidos no mundo.

Agora eu tinha outro lugar preferido no mundo. A chácara pedaço do céu no Brasil.

O juiz continuou... Pude perceber a cara de poucos amigos de Leila. A melhor parte seria agora, a divisão das empresas.

- sobre suas empresas e tudo o que se refere ao campo comercial o senhor Christian Trevelyan Grey deixou a seguinte divisão:

Vinte por cento para seus pais Carrick Grey e Grace Trevelyan Grey

Dez por cento para seu irmão Eliot Trevelyan Grey

Dez por cento para sua irmã Mia Trevelyan Grey

Cinquenta por cento para... – os olhos de Leila se iluminaram e ela deu um sorrisinho triunfante. Vai cair do cavalo agora.

... Instituições de caridade listadas no anexo do documento e espalhadas pelo mundo. Era minha hora de aparecer. Levantei e ouvi pelo sistema quando ela gritou.

- que palhaçada é essa? Christian não faria isso.

- sente-se, pois ainda não terminei. O juiz ordenou.

- dez por cento para sua esposa Leila Adams Grey.

Dirigi-me à sala onde estavam e não pude deixar de rir quando os dois seguranças me olharam, penso que achavam estar vendo uma assombração. Abri as portas quando o juiz proferia as ultimas palavras do testamento.

- que se cumpra tudo o que determinei neste documento. Assinado: Christian Trevelyan Grey .

- infelizmente nada disso irá se cumprir porque estou aqui mais do que vivo. Todos se viram para mim e o olhar de Leila é impagável. Ele parece ver um fantasma e em poucos segundos ela está no chão desmaiada.

Meus pais correm pra me abraçar enquanto Taylor e Gail correm para Leila. Abraço minha mãe tão forte e me permito chorar o que não chorei nesses quase três meses longe.

Depois de um bom tempo abraçado a meus pais e irmãos fui até o juiz e promotor que deram a anulação automática do documento, pois já que eu estava vivo aquela leitura não servia de nada. Eu poderia refazê-lo ou não e registrar novamente no cartório. Cuidaria disso depois com meus advogados.

Leila foi levada pra o quarto e um médico veio examina-la. Dispensei todos e fui pra sala com meus pais. Contei tudo o que me aconteceu a eles que ficaram tão surpresos quanto eu quando recuperei a memória. Falei de Ana, no entanto, omiti a parte do nosso relacionamento. Eu não via a hora de ligar pra ela.

Estávamos conversando quando o médico veio até nós.

- parabéns senhor Grey. O senhor vai ser papai. – falou me estendendo a mão.

- como é que é? – ela não pode está grávida. Ao menos não de um filho meu.

- Eu estou grávida sim e o filho é seu. – ela falou se aproximando.

- não é mesmo. – retruquei.

- Bem! Vou embora e nos veremos amanhã para mais exames senhora Leila.

- até amanhã doutor. – ela fala e sorri pra ele.

- minha mãe me pede calma e se despede de nós. Todos vão embora e eu fico na sala olhando pra ela e pensando como eu pude um dia amar essa mulher.

- não vai me abraçar amor? E fazer um carinho em nosso filho? – pergunta acariciando a barriga.

- não Leila. Eu quero o divórcio e se esse filho for meu pedirei a guarda dele na justiça.

- nunca Christian. Você não vai me jogar fora como um trapo velho. Teremos esse filho e seremos uma família feliz.

- Nunca digo eu. – falo e vou saindo. – Ah e amanhã irei levar você ao medico, mas será a um que eu escolher. Veremos como está essa gravidez.

- por mim tudo bem. – ela responde.

Vou pra o escritório e fico lá o resto do dia. Peço meu almoço e Gail trás pra mim.

- estou tão feliz que o senhor voltou senhor Grey. – fala com a voz trêmula pelo choro contido.

- eu também estou feliz em voltar Gail. Tive uma excelente cozinheira cuidando de mim esse tempo, mas senti saudades de sua comida. – vou até ela e a abraço. Vendo a emoção e comoção dos meus funcionários é que percebi o quanto me consideram e eu a eles.

Me reuni com Ross e me inteirei de tudo da empresa. Ela conseguiu mesmo cuidar de tudo na minha ausência. Isso era bom porque quando voltasse ao Brasil não teria que me preocupar com nada aqui.

Fiz algumas videoconferências com os diretores das filiais da Europa, China, Japão e Canadá. Li os relatórios de crescimento real e percentual e quando dei por mim já passava das cinco. Era hora de ligar para Ana. Ela atendeu no primeiro toque.

Conversamos bastante e contei a ela como foi tudo, claro que omiti a gravidez. Ela não iria mais falar comigo se soubesse.


Beijos no coração de cada leitora!

Espero que gostem de mais esse capítulo

Do nosso amado casal. Votem e comentem!!!!!!! 

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