KYLE
— Acorda, Il mio bombolone!
Me sobressalto com minha mãe interrompendo meus pensamentos.
— Eu nem chego a dormir com a tagarelice dessa família maluca! — me jogo para debaixo dos travesseiros.
Abafo as várias conversas agitadas entre meus pais, tios, primos e irmãos por todos os cômodos.
Minha vida nunca foi completamente normal, ao começar por mim, e logo pela minha família condenada a seguir os costumes e princípios italianos de serem tão bardeneiros e barulhentos quanto os gregos.
— Puzzolente! Puzzolente! Puzzolente! — uma voz irritante se aproxima.
Sam, meu primo, mais conhecido como meu despertador, chega correndo em volta de minha cama pulando em minhas costas.
— Fedido é você! — puxo sua perna o fazendo gritar e se espernear — A grande puzzolente vai morder o seu pé! — rosno.
— Antonella! — repreende minha tia ao passar pelo corredor em frente a porta.
— O monstro do pântano vai comer cada um dos seu dedos. — Sam sai de meu quarto em passos apressados a procura da mãe. Sorrio satisfeita ao traumatizar mais uma criança.
E o dia mal começou.
É meu primeiro dia de aula no último ano do colegial aqui em, Greendale.
Assim como todos os dias desde sempre, a casa está barulhenta e cheia de parentes atrasados para o trabalho, e crianças e aborrecentes se recusando ir para a escola no primeiro dia.
Demorei quase meia hora para conseguir uma vaga no banheiro que durou menos de 10 minutos que é (pelas regras ditas pelos adultos para que não haja brigas) tempo o suficiente para tomar banho e fazer nossas higienes.
Cantar suas músicas favoritas no chuveiro? Nunca tive esse privilégio.
— Filha, não vai tomar café? — passo direto pela mesa grande e farta da cozinha.
Todos já se serviam e gritavam apressadamente por mais um pedaço de bolo ou pelo pote de geleia fora de alcance.
— Eu como no caminho! — exclamo, pegando uma barra de cereal no armário e saindo daquele amutuado de gente o mais depressa possível.
Faço careta para meus primos mais novos que me observavam amarrar meu All Star os fazendo correr para longe assustados.
Fazê-los assistir "O monstro do pântano" na semana passada foi a melhor idéia que eu tive para ter um pouco de paz longe de suas perturbações.
— Vamos, Kyle! — Mona, me chama a atenção beijando a testa de seu irmão caçula ao se despedir.
Estudamos na mesma escola desde que seus pais resolveram passar um tempo na casa dos meus pais e nunca mais saíram.
Mona é a única que me familiarizo entre meus vários primos. Depois dela, apenas seu irmão gêmeo, Lorenzo, que não tem nada de gêmeo já que os dois não são nenhum pouco parecidos.
— Esperem por mim! — Lorenzo, nos alcança — Que pressa é essa para o primeiro dia? — indaga ofegante enquanto bagunça seu cabelo loiro tão escuro quanto o de Mona.
— Quanto mais longe eu ficar daquela casa, mais depressa passa a minha dor de cabeça. — retruco de mau humor —É meu último primeiro dia de aula. Quanto mais rápido ele terminar, mais rápido terminará o segundo dia até o último dia de aula do meu último ano na escola. E eu, enfim, vou sair de Greendale para sempre.
— Você nos odeia mesmo, não é? — Mona acaba sorrindo com as palavras do irmão.
— É, um pouco. — franzo o nariz em meio os risos atrás de mim.
✯
Aí está nossa primeira parte do prólogo de As estrelas e outras drogas. Espero muito que gostem da introdução da Kyle e da personalidade forte dela. Logo, logo, vou postar a segunda parte introduzindo nosso segundo protagonista.
Se puderem, eu tenho uma conta do Instagram onde posto tudo sobre meus livros. Se tiverem alguma dúvida, me sigam lá (Clarice.f.p).
ATÉ BREVE
F.P
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As Estrelas e Outras Drogas
RomanceKyle é uma garota com sonhos não realizados e com a fama de megera entre os estudantes da cidade de Greendale. Quando é convidada para a festa de Samantha Bloom, uma das garotas mais inteligentes e ricas da cidade, Kyle se vê em um mundo totalmente...