2. 56 - parte II

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SAMANTHA

Eu nunca tive problemas com os meus pais. Nada de brigas sérias, castigos severos, ausência de atenção como acontece em todo relacionando de pais e filhos.

Meus pais são diferentes.

Meus pais são os donos de Greendale, os donos do shopping e da maioria dos territórios rurais ao redor. Eles eram os riquinhos mimados do colegial. Minha mãe, a representante de turma, meu pai, o galanteador do time de futebol.

E eu, como filha deles, tenho que ser tudo o que eles foram juntos a vida toda.

Claro, não foi nada difícil conquistar os títulos que tenho hoje. Grande parte das conquistas, o meu Q.I. ajudou, e o privilégio e dinheiro dos meus pais também foram grandes culpados nisso.

Afinal, além da imensa conta bancária, somos conhecidos pela nossa gloriosa inteligência. Isso me fez uma grande mimada, e não estou nem aí pra quem reclama disso. Eles me deram atenção, me mimaram, me dão apoio em tudo o que eu faço, mas...

— Conversou com os seus pais? — me sobressalto me deparando com Axl observando meu estado de transe preocupado — Você está bem?

Assinto quando seus dedos acariciam minha bochecha.

— Estou, eu...o que disse sobre meus pais? — pergunto tentando sorrir descontraidamente.

— Você conversou com eles? Estamos tentando marcar essa reunião o verão inteiro. Já tá na hora dessa rivalidade ter um fim. — sorriu divertido.

Axl costumava ficar bastante sério sempre que tocávamos nesse assunto antes de namorar, mas depois que finalmente oficializamos tudo, é como se ele tivesse se livrado uma pedra enorme nas suas costas.

Fico feliz que a rivalidade das nossas famílias não o afete mais. Ele tinha medo que eu não aguentasse a pressão, e quando eu subi em Lana na noite do último jogo da temporada, me declarei na frente de toda aquela multidão e pude vê-lo sorrir pela primeira vez após tantas dias para mim, foi como me livrar de uma pedra enorme também.

Mas, agora...sinto que preciso daquela pedra de volta em minhas costas.

— Não faz sentido...— penso alto.

— Como? — ele fica preocupado — Sam, tá tudo bem? — Me forço a olhá-lo nos olhos e dizer que sim.

— Meus pais voltam de viajem amanhã, à noite. — brinco com a gola da sua camisa — Assim que eles se acomodarem, eu converso e combinamos tudo.

— Tá, agora vamos deixar nossa tragédia shakesperiana de lado. — me puxou para si — E você, ao invés de ficar aí parada com esse pirulito na boca, que tal me ajudar a pendurar essa bendito cartaz?

— Que tal eu terminar meu pirulito enquanto vejo você pendurar ele, hein? — remancheio com preguiça quando faz menção para me colocar em seu ombros e me subir até onde o cartaz deveria ser pendurado.

— Nada disso, sua preguiçosa. — ele se virar para que eu possa subir no balcão e depois em seu ombro.

***

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As Estrelas e Outras DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora