As Estrelas e Outras Drogas

2. 63

JAMES

Toco a campainha da enorme mansão dos Bloom. Samantha havia me ligado de repente avisando que precisava da minha ajuda, e não quis me dizer do que se trata.

— O que ela está tramando? — Mona, sentada no banco passageiro, me indaga sem conter a curiosidade.

— Não faço idéia. — dou de ombros.

Aproveitei, e a trouxe comigo. Em decorrência ao meu nível exagerado de carência. A convidei para me fazer companhia. Ainda não conseguia parar de pensar sobre as minhas sensações estranhas. Eu sei que tem algo de errado, e depois de pensar um pouco, pude perceber que ela está estranha também.

Estacionei Lana em uma das vagas e me dirigi até a porta de entrada, onde ela sempre deixava aberta para entrarmos sempre que tocamos as campainha do portão automático.

— Aí está você. — a ruiva entrou na sala com os cabelos presos e roupas confortáveis — Sabia que ele ia trazer você. — brincou, se referindo a Mona.

— E então? No que vou ser útil? — pergunto, querendo saber.

Fomos interrompidos por alguns passos vindo da escada. Duas cópias quase idênticas de Samantha desciam os degraus.

Uma tinha os fios ruivos até os ombros, efeitado com algumas prisilhas coloridas, uma jardineira jeans claro e uma blusa de arco-íris. Já a outra possuía cachorra ruivos até metade das costas cheios de volume e usava roupas escuras e meia calça preta rasgada.
Olhando por esse lado, elas não são tão idênticas assim.

— Ah. — Sam sorriu, desconfortável — Essas são minhas primas, aquelas que eu falei no almoço. — suspirou. Ela parecia não se dar muito bem com as primas ou tem medo do que elas podiam causar.

Eu e Mona acenamos para elas. A de cabelos curtos e sorriso meigo foi simpática conosco.

— Essa é a Gravity. — nos apresentou.

A outra, com olhar sinico e um sorriso perigoso, continuo a nos observar atentamente. Engulo o seco quando nossos olhares se encontraram.

— E essa é a Destiny. — acenamos para ela, já não muito simpáticos.

A garota de pontos cabelos cor de fogo como os de Samantha se aproximou a poucos centímetros do meu rosto. Seu sorriso atrevido lembra muito o meu, o que fez certos pelos do meu corpo se arrepiarem.

Naquele momento, a única coisa que me forçava a pensar em minha cabeça era: EU TENHO NAMORADA, EU TENHO NAMORADA, EU TENHO NAMORADA! E ELA ESTÁ BEM DO MEU LADO.

— Vejo você em breve, gatinho. — prendo a respiração quando suas unhas levemente pontudas pintadas de um preto brilhante alisam meu rosto com precisão.

Volto a respirar normalmente quando ela se afasta saindo do cômodo. Mona desviou o olhar quando a encarei. Eu teria problemas mais tarde.

— Me desculpe pela minha irmã. — Gravity murmura timidamente encolhida no sofá abraçada ao seu livro da Quinn. Um livro que já vi Axl ler uma vez — Ela costuma ser...

— James. — Samantha completa, de mau humor — Ela costuma ser muito James. — me encara cuidadosamente — Tenho certeza que o próprio não discorda.

Balanço a cabeça na tentativa de voltar a raciocinar como alguém civilizado. Ainda sinto o cheiro forte do hidratante corporal que Destiny provavelmente usa.

— Desculpa, Gravity. Mas sua irmã precisa ser deportada pra cidade de onde ela veio o mais depressa possível. — digo, com certa raiva de mim mesmo.