Esperamos, no corredor do hospital, o médico nos dar alguma notícia de James que ainda fazia alguns exames pra saber se a pancada na cabeça foi grave.
— Eu não acredito que eu matei o James. — Axl murmura em estado de choque enquanto Samantha o confortava acariciando seu cabelo.
Tia Sally, que costuma misturar inglês com espanhol quando está com altos níveis de estresse e raiva, saiu da sala com o médico gritando para um James com um curativo no topo da testa. Ele veio até nós deixando os médicos e sua tia seguirem até a recepção.
— Ela sabe que eu não entendo nada do que ela fala quando está zangada. — zomba nos lançando um sorriso lesado, e ainda mancava um pouco.
— Você está bem, cara? — Axl indaga preocupado.
— Relaxa, A enfermeira, que por sinal, é muito gostosa, disse que eu tenho cabeça de ferro.
— É, ele está muito bem. — confirmo o fazendo rir. — Quantas semanas de castigo? — faço careta sabendo que não teria minha carona de todas as manhãs para a escola por um bom tempo.
— Duas semanas, mas não chega nem perto do meu ano inteiro de comuda grátis no Cloud Stars! Uuuhuu! — pulou animado.
Após o acidente, todos pareciam ter esquecido que havíamos ganhado a Caça aos horrores esse ano, e teremos tudo de graça no Cloud Stars pelo resto do ano.
— Vamos voltar ao CS pra comer algo, quem vem? — Samantha convida abraçada de lado com Axl.
— Meu castigo está começando agora, então dessa vez, eu passo, galera. — diz ao olhar para o relógio no pulso. — Quer carona pra casa ou vai com eles?
Se dirige a mim.
Eu esperava ouvir uma resposta positiva da parte de Miles antes de decidir se iria ou não, mas ele parece está avesso à tudo no momento desde que fomos interrompidos na mansão dos Lembrows.
Estamos sempre sendo interrompidos e isso está começando a me irritar, talvez esperar para o momento certo não seja mais algo a se esperar. Eu mesma farei meu momento certo.
— Você vai? — o pergunto esperando uma resposta, positiva de preferência, mas ele nega suspirando, o que me deixou confusa.
— Estou cansado, melhor ir pra casa. — escondeu as mãos nos bolsos da bermuda.
Ele estava desconfortável com isso, é sério?
— Quer que eu leve você também? Sou dono da Lana até chegar em casa. — James brincou, mas ninguém sorriu.
— Não precisa. Estou afim de andar um pouco, minha casa não é longe daqui. Vejo vocês amanhã. — Se despediu de todos com um aceno se virando e sumindo pelo corredor.
— O que deu nele? — Samantha perguntou.
— Vamos, James. — me despeço ignorando mais perguntas.
Não disse uma palavra até James dar partida em Lana. Eu queria apagar todas as paranóias em minha cabeça no momento, mas descobrir o porquê dele estar estranho comigo desde que Eleanor apareceu se repete várias vezes em minha mente, e eu odeio isso.
— O que houve com o Miles? Ele parecia bem quando tiramos as fotos de fantasma. A gente fez algo de errado?
— Não. O problema dele é comigo. — retruco sem olhá-lo.
— Aconteceu alguma coisa entre vocês na mansão? — James indagou após minutos de silêncio no carro.
— Não, nada que pudesse ser comentado. — respondo com os braços cruzados sobre a janela observando o bairro deserto e bem iluminado das ruas largas naquela parte da cidade. — Por que você é o problema?
— Eu nunca disse que eu sou o problema. Não fiz nada de errado. — O corto já aborrecida.
Ele não perguntou ou comentou mais nada até me deixar em casa. Nos despedimos e eu caminhei em direção à porta da frente.
JAMES
Primeira decepção amorosa, tadinha, penso alto ao vê-la entrar sombriamente para dentro. Ela vai ficar bem.
Não se pode passar por todo o processo de se apaixonar sem se machucar um pouquinho, mas Kyle é uma garota diferente, ela sabe se cuidar e não leva desaforo pra casa. Se Miles agir como um babaca na frente dela, ele não sai ileso. Ninguém sai.
Eu pensava em protegê-la o tempo todo, mas Kyle pode fazer isso sozinha, ela sempre faz, e faz muito bem.
Ligo o carro fazendo menção para partida, mas me distraio com uma silhueta correndo pelo gramado da frente da casa dos Martinelli. Uma garota com vestido brilhante e um casaco grosso e escuro por cima, nada a ver com o vestido e os saltos que carregava.
— Espera um pouco...Mona? — indago para mim mesmo abaixando o vidro da janela para enxergar melhor.
É Mona. Ela parece atordoada e apressada em chegar em casa o quanto antes, mas sem que os pais percebam já que ela joga os saltos para a varanda do andar de cima e depois escala pela parede do jardim. Ela já deve ter feito isso muitas vezes porque eu nunca vi ninguém subir uma parede tão rápida e silenciosa como ela.
Me pergunto o que ela está aprontando. E se vale realmente a pena descobrir. Se valesse ou não, eu descobriria do mesmo jeito. Minha curiosidade é mais forte que eu, e não posso controlá-la, inda mais quando se trata de Monalisa Martinelli.
Não me entendam mal, eu não me atraio por ela – zoando a carta de amor que ela me entregou no fundamental prova isso muito bem. Não fico afim de garotas certinhas como Monalisa, mesmo ela sendo uma Martinelli e italiana.
E todo mundo sabe que eu tenho uma queda por italianas.
Mas, ela não. Mona é o tipo de garota que eu gosto apenas de provocar mesmo ela odiando minhas provocações.
E o fato dela odiar me faz gostar mais ainda de provocá-la, vocês me conhecem.
Vamos as investigações, me atrevo a sorrir maliciosamente para a casa dos Martinelli, enfim, dando partida em Lana.
CONTINUA...
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As Estrelas e Outras Drogas
RomanceKyle é uma garota com sonhos não realizados e com a fama de megera entre os estudantes da cidade de Greendale. Quando é convidada para a festa de Samantha Bloom, uma das garotas mais inteligentes e ricas da cidade, Kyle se vê em um mundo totalmente...