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Os Martinelli são realmente tudo o que dizem. Pensei que Kyle estivesse exagerando quando contou na noite em que nos conhecemos que sua família é barulhenta, mas agora...vejo que que barulhenta é até pleonasmo perto do que estão fazendo agora.

A mansão Lembrows, antigamente abandonada e sombria, se enchia de cada vez mais italianos de praticamente todas as idades. Agora completamente reformada e com um jardim de tirar o fôlego, fica difícil acreditar que aquele lugar fazia parte da Caça aos Horrores.

O sol brilhava mais do que nunca àquela manhã. Pela primeira vez desde que o inverno começou a se aproximar, a temperatura de Greendale aumentou, o que é lucro pra nós que não lembramos de que planejar um almoço naquela época do ano seria uma má ideia.

Me sobressalto com gritos em italiano logo atrás de mim. Mais uma vez, Luigi, o pai de Kyle grita em meus ouvidos me mandando ajudá-lo a carregar alguma coisa pesada e aproveitar para zombar da minha falta de habilidade com qualquer coisa que chegue próximo ao meu peso e a ausência da minha masculinidade.

— O quê minha Nella viu em você, hã? — riu com seus sobrinhos pré-adolescentes que também nos ajudavam — VAMOS, BANBINO, SE CONTINUAR ASSIM, MELHOR FICAR NA COZINHA COM AS MOÇAS. VOCÊ É HOMEM OU UM SACO DE BATATAS, HÃ?

Em minha mente, senti uma imensa vontade de exclamar que sou um tremendo de um saco de batatas e me mandar orgulhosamente pra cozinha com as garotas. Mas o pouco do orgulho que ele ainda se deu ao trabalho de ferir, me impediu.

— Puzzolente! — os primos de Kyle começaram a cantarolar a minha volta.

— Se mandem, suas pestes! — quase pulo com o grupo dela ao passar por mim afastando todas aquelas mejeras mirins — Aguente firme. Te recompensado mais tarde. — murmura em meu ouvido deixando o beijo em minha bochecha antes de se afastar.

— Vou cobrar isso. — retruco voltando a ouvir os gritos de Luigi.

Avisto Axl e James chegarem, e tudo parede se iluminar. Eles me cumprimentam.

— Axl, preciso de músculos aqui, tipo, AGORA. — peço fazendo menção para a mesa grande que Luigi se preparava para carregar junto comigo.

— Deixa comigo. — ele se agachou e levantou quase todo o peso da mesa deixando uma parte mais leve para os outros que também carregavam.

— Isso, BANBINO! — Luigi comemorou e agradeceu à Axl com um imenso sorriso. Senti uma pontada de ciúme.

— Eu ajudo ele já faz duas horas, e a única coisa que ele fez foi me xingar. Axl está aqui à trinta segundos e ele sorri?

— Eu também estou ofendido, tá legal? — James reclamou — Por que chamou o Axl quando precisa de músculos e eu não?

Reviro os olhos.

— Você sabe que é tão musculoso quanto eu. — zombo de nós mesmos — Nós dois juntos não temos nem metade dos bíceps de Axl.

Ele se calou, dado por vencido. Em uma guerra entre cérebros e músculos, jamais seríamos um músculos. Tivemos a sorte de sermos ao menos inteligentes. Já Axl tem os dois, por isso sabemos que Deus tem seus preferidos.

— Uuuu! Olha lá, quem chegou. — James apontou ficando animado.

Anya e Bruce chegaram quase ao mesmo tempo.

— MEU GAROTO! — ele me abraçou — É sério que você não me avisou que havia convidado esse pedaço de mau caminho para a festa? — murmurou em meu ombro ainda no abraço.

— E você está se referindo à Anya ou ao James? — ele demorou para responder.

— Aos dois. — e se afastou piscando descaradamente para mim.

As Estrelas e Outras DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora