2. 55 - parte I

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JAMES

— Estão vindo? — Samantha me pergunta pela terceira vez mais desesperada do que na primeira vez.

Suspiro profusamente tentando não jogar o balde de coxinhas de frango em minhas mãos na sua cara. É claro que eu não estragaria minhas deliciosas coxinhas de frango, mas Samantha estava a ponto de me descontrolar e fazer acontecer tragédia dessas.

— Pela milionésima vez, não! — solto pausadamente — Você sabe que o Miles quer fazer a tal surpresa antes, e provavelmente, nesse exato momento, eles estão sujando minha querida Lana com seus corpos suados e fedidos.

Ela me lança um olhar acusador.

— Como se você já não fizesse isso. — e se virou indo até Axl que organizada a decoração do CS.

Pensei em responder que eu não preciso me esconder no carro pra fazer essas coisas já que a cama da minha namorada é muito mais macia e confortável que o banco traseiro de Lana, mas guardo isso pra mim.

Meus sogros, que estão do outro lado da lanchonete, podem ouvir tal verdade, e nem mesmo o fato deles me amarem, não significa que eu devo dar detalhes do que eu faço com a filha deles quando não estão vendo.

Aceno para a Mia, com um sorriso inocente. Nem mesmo a sra. Greco poderia saber desse tipo de detalhe, apesar de desconfiar que Mona sempre conta algumas coisas pra ela, o que é totalmente constrangedor pra mim.

— Se fazendo de anjo inocente pros meus pais de novo? — sinto o olhar de Mona em minhas costas, do outro lado do balcão, me fazendo virar e estender meu sorrisinho sugestivo para a mesma.

— Fazer o quê? Eles me amam. — dou de ombros abraçando meu balde extra de grande de coxinhas.

Mona me encara com o olhar debochado de sempre e pula para sentar no balcão bem a minha frente, o que me deixa com uma bela visão das suas curvas.

— Já percebeu que você abraça mais esse balde de gordura do que eu? — soltou, tentando controlar o ciúme. Eu simplesmente adoro quando a vejo enciumada, até mesmo com um balde de coxinhas de frango.

Não é do feitio de Mona ficar com ciúmes, nem ser uma namorada brega daquelas que divide comida – o que eu não acho nem um pouco ruim, já que odiamos dividir comida (Eu é que o diga) – ou anda de mãos dadas pela rua, então, quando ela demonstra certas coisas que ela está apredendo a lidar agora que namoramos como ciúmes, eu fico maluquinho.

— Tá comprando briga com o balde de coxinhas de frango, minha Lovelizzie? — a provoco, manhoso — Own!

Faço bico, a fazendo revirar os olhos. Deixo o balde de lado e a agarro pelas costas antes mesmo que ela pule do balcão e se afaste. Seria difícil pegá-la se deixasse a sua raiva se extender por mais tempo. Experiência própria durante esse verão.

— Estou brincando! — puxo sua cintura a trazendo para o outro lado do balcão. Todos estão distraídos com suas obrigações, então ninguém havia percebido.

— Me solta, James. Você sabe muito bem o que eu faço quando isso acontece. Principalmente em público! — diz entre os dentes tentando se desvencilhar do meu aperto.

É verdade. Dá última vez que a pertubei demais, ela gritou e me chamou de assediador na frente de todos da rua. Foi difícil explicar para o policial que passava por ali que a minha namorada é completamente louca e faz isso pra me ver preso um dia, muito provavelmente.

— Que tal fazermos uma pequena fuga até os fundos da cozinha? — digo em seu ouvido, e no mesmo instante ela para nas suas tentativas de se soltar. Na língua da Mona, isso é um "sim".

Melhora quando vejo um pequeno sorriso se formar no canto dos lábios vermelhos.

— Ninguém está olhando? — murmuro olhando para um lado, e ela para o outro nos certificando se ninguém reparava em nós dois.

— Se formos de mansinho...

Demos um passo discreto em direção às portas duplas que davam para a cozinha, meus braços ainda em volta da sua cintura. Demos um segundo passo, depois outro, e mais outro e corremos desajeitados. Por todo o CS ob-la-di, ob-la-da, dos Beatles tocava, o que se encaixou perfeitamente com nossa cômica fuga até à cozinha.

Continua...

As Estrelas e Outras DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora