YOONGI
Eu não aguentava mais viver sem Seokjin, na moral. Sentia falta dele reclamando no meu ouvido ou se declarando sobre a namorada – por mais que eu nem o ouvisse na maioria das vezes. Foram os três dias mais longos da minha vida porque o platinado nem me olhou na cara por um segundo, e doía.
Estava disposto a me desculpar e fiquei seriamente pensando numa boa desculpa durante toda a manhã. Dizer que haviam certas coisas que escondia de si eram por causa da minha sexualidade e que inclusive a razão de Hoseok e Jimin terem ido lá em casa tem a ver com isso estava fora de cogitação. Talvez algum dia eu conseguisse olhar nos fundos dos olhos dele e me assumir.
Mas hoje e agora, suo frio só de pensar sobre esse assunto.
E mesmo sem absolutamente nada em mente, me vejo caminhando até ele. A bolsa que carregava as roupas do treino estava pendurada sobre seu ombro e quando capturei o objeto que minha mente se acendeu: o jogo era amanhã e, que eu saiba, Jin ainda estava no banco. Era literalmente a melhor oportunidade, se não fosse agora então não iríamos nos falar por muito mais tempo.
E não dava mais pra ficar sem ele.
Apressei os passos querendo o alcançar antes que chegasse no vestiário. Apertei seu pulso, o impedindo de andar. Ele virou com os olhos arregalados, posicionado o cotovelo bem na minha cara mas desarmou quando me percebeu. Ele e Jungkook viviam com essas brincadeiras de socos e murros então Seokjin acabou criando esse reflexo por causa do mais novo. Queria rir mas a situação não era propícia a risadas.
— Ah, é você — contesta desanimado. Estou ofegante demais para retrucar. — Que é? Ainda não tô bom com a sua cara.
— Eu sei. Queria saber se arrumou um jeito de estar no time titular a tempo do jogo amanhã e cobrir a mentirada que você disse pro seu pai — respondo e ele cruza os braços, abaixando os ombros enquanto sorrio, sabendo automaticamente que aquilo era uma negação. — Não pensou em nada?
— Não é a coisa mais fácil do mundo ir pro time titular, sabe? — ele fala irritado e depois suspira de frustração. Ele começa a andar de novo pro vestiário e vou atrás, ficando em seu lado depois de alguns minutos andando. — Pensei em pegar o esnobe do Sehun e prender no banheiro.
Eu viro para tentar encontrar divertimento em sua face pra deixar claro que ele não falava sério mas, como esperado, Seokjin falava sério mesmo. Eu o dou um murro fraco no ombro.
— Tá doido? Nem pensar! — exclamo. Ele dá de ombros. — E o que te garante que vão te colocar no lugar dele?
Seokjin para de andar bem na frente da porta do vestiário, me olhando com uma expressão de quem acabou de ver um fantasma. Mas era só a cara que ele fazia quando se tocava de algo preocupante.
— Droga! Eu não tinha pensado nessa parte! — ele dá um tapão na própria testa e abre a porta com uma força descomunal, bravo. Eu vou atrás, todo constrangido pela presença dos atletas trocando de roupa pelos corredores que passávamos até estar no armário do Kim. — Bem capaz do treinador colocar qualquer um pra jogar menos eu — resmunga e abre o armário, quase arrombando a porta.
Eu sento no banco de ferro, colocando minhas mãos entre minhas coxas, evitando olhar ao redor. Tinham muitos caras sem camisa ali dentro. Lembrei de quando tentei entrar no time de basquete... Estava nessa mesma situação, a diferença é que agora morria de medo de encontrar Hoseok sem camisa aqui. Acho que desmaiaria, não tô brincando.
— Também tem o Chaenyeol e mais uma porrada de gente no banco, fora que... Yoongi, você tá ouvindo o que eu tô falando?! — Seokjin esbraveja na minha frente, me despertando.
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GIRASSOL;
FanfictionYoongi era gay. E ser gay na Coreia do Sul não era lá algo que muita gente desejasse. Por causa disso, é acostumado a reprimir qualquer sentimento dentro de si e somente observar de longe Hoseok, por qual é cegamente apaixonado. Ele era como um gira...