GIRASSOL;

🌻 QUINQUAGÉSIMO TERCEIRO 🌻

[feliz 2020, raios de sol 🥺 que esse ano seja tudo de bom que 2019 não foi e que vocês consigam alcançar todas suas metas. tô que nem o namjoon admirando vocês de longe e torcendo daqui por cada uma de suas conquistas, sejam elas pequenas ou enormes! obrigada de verdade por terem feito parte do meu ano e definitivamente serem uma das melhores parte dele, vocês são muito importantes pra mim🤕 enfim, boa leitura!] ☀️

YOONGI

Sentimentos eram quase um assunto proibido pra mim, todo mundo provavelmente deve saber disso. Ando por aí tentando ostentar uma indiferença que na verdade nem existe, só para fingir que não me importo e desse jeito evitar me machucar. No entanto, trancafiar o que eu sinto em sete chaves nunca foi por opção, era apenas mecanismo de defesa. Sempre foi. E nunca foi fácil, sabe? Houve momentos em que eu chorei, porque era única forma de extravasar tudo que eu sentia mas eu aguentei firme. Aguentei firme por tanto tempo, que cheguei a esquecer totalmente como era me permitir sentir.

Mas quando olho Hoseok, isso tudo parece impossível. Meus sentimentos se embaralham, gritam, esperneiam. Eu me dobro e desdobro para manter todos eles em ordem e não enlouquecer mas em alguns momentos como este, eles parecem tão doloridos, que eu sinto como se estivesse prendendo as borboletas mais selvagens na ponta do meu estômago.

— O céu tá mais estrelado hoje ou é impressão minha? — Hoseok murmura ao meu lado e eu me desvencilho dos meus pensamentos barulhentos.

Nós paramos de caminhar de volta para a festa, erguendo a cabeça juntos para constatar o que ele disse. De fato: o céu parecia em festa. Não sei se era por causa disso, mas sem a iluminação exagerada dos postes de luz, aquela parte isolada da cidade parecia ter um céu totalmente exclusivo. Eu sorrio quando vejo a curva dos lábios do Jung se alargarem lentamente ao que ele ainda observa as estrelas lá encima. E é engraçado porque enquanto ele estava maravilhado, eu não consigo tirar meus olhos dele nem por um segundo.

— O que você vê quando olha as estrelas?

— Seus olhos. — responde, mesmo sem me olhar.

Merda, eu estava a um ponto de sufocar de paixão. Ele deveria pelo menos avisar quando fosse me atingir assim porque não interessa quantas vezes aconteça, sempre que Hoseok se declara para mim eu sinto como se tivesse acabado de ser atingido no estômago.

— Você deveria parar de ser assim... — eu murmuro abobalhado, completamente envergonhado. Eu apenas nunca sei o que dizer e por isso sorrio, tanto que minhas bochechas chegam a doer.

Ele desvia sua atenção para mim. — Sincero?

— Bobo! — corrijo imediatamente. Hoseok gargalha.

— Mas eu não estou mentindo... — ele balbucia, ainda com a leveza de como se estivéssemos conversando sobre lençóis macios ou óculos de sol. Ele sempre me traz essa sensação de conforto quando falamos assim sobre... nós. E eu amo isso. — O céu imita os brilhinhos dos seus olhos quando você me olha desse jeito.

Eu solto um riso nasalado, tão apaixonado por ele quanto um poeta é por palavras. — Que jeito?

— Como se estivesse admirando a pintura mais linda do mundo.

— É que eu não sei te olhar de outra forma... — me vejo dizendo, sem nem ponderar antes.

Hoseok se aproxima alguns passos, o suficiente para levar sua mão até minha bochecha vermelha. Ele encosta as costas dos dedos na minha pele, me fazendo um carinho tão bom enquanto esboça um sorrisinho aconchegante ao que eu fecho os olhos, apreciando aquilo. Eu tenho vontade de beija-lo e a gente até encosta os narizes, mas mesmo sendo uma da manhã e apenas exista nós dois nessa rua fria, não podemos nos dar esse luxo. Por isso, eu me afasto incialmente e logo Hoseok se recompõe e volta a estar alguns bons centímetros longe de mim. Eu inteiramente já sinto sua falta, mas tudo bem, era melhor assim.