GIRASSOL;

🌻VIGÉSIMO SÉTIMO🌻

YOONGI

Eram exatamente doze da manhã quando eu acordei. Lógico que acordei aquele horário por causa de ninguém menos que o idiota do Seong me batendo com um travesseiro, provavelmente acordaria mais tarde se não fosse despertado daquele jeito.

— Você tem algum problema. — resmungo, me espreguiçando na cama.

— Eu fiz isso pra me certificar que você estava vivo. Nem parecia que tava respirando e tava aí todo imóvel...

Eu o olho por alguns segundos, encarando o boné roxo com a aba para trás e o calção de folha de maconha que ele vestia. Por um segundo, lembrei de Hoseok, sorrindo inconscientemente ao lembrar daquela noite – ficamos tanto tempo conversando sobre a minha família que ao menos nos demos conta do horário, tendo que correr às pressas para chegar no local onde o carro de Jimin estava estacionado.

Depois dessa noite, eu senti que acabamos ficando mais... próximos? Sim, eu sentia isso. Hoseok agora sentava-se comigo na mesa juntamente com Jungkook. De vez em quando, Seokjin largava a mesa dos populares e ficava com a gente, mas sempre ficava hora ou outra dizendo que estava sentindo saudade da namorada – Joohyun que estava sentada logo ali numa mesa há poucos metros de si.

As aulas ainda continuavam a todo vigor e eu assumia que estava cansado de tanto revisar o mesmo assunto várias e várias vezes com o Jung na sexta-feira. A prova seria na segunda e Hoseok simplesmente estava a todo minuto falando sobre biologia, vezes até sentávamos juntos no almoço pra estudar! Era exaustivo mas ver o rosto de Hoseok iluminar-se cada vez que eu elogiava seu desempenho fazia todo o esforço valer a pena.

Mas ficava triste toda vez que parava pra pensar que a minha desculpa para estar perto de Hoseok todos os dias estava a um passo de se desfazer porque com certeza nos afastaríamos depois do Jung já conseguir seu resultado. Só tínhamos nos aproximado por causa daquilo, afinal. Era mais que óbvio que quando acabasse, iriamos voltar pra época em que eu o observava de longe, suspirando pelos corredores.

Era frustrante.

— Para de sorrir assim, tá me assustando. — a voz de Seong soou baixa, então eu me toquei que estava parado no meio do quarto encarando o nada enquanto sorria pequenininho.

Andamos juntos – ou melhor: corremos – até a sala de jantar, cada um sentando-se em sua cadeira com o resto da família. A minha barriga roncou quando vi aquele tanto de comida na mesa e agradeci mentalmente por ter tantos irmãos com gostos diferentes. Meu pai tinha que cozinhar pelo menos três coisas diferentes porque seus filhos frescos não compartilhavam do mesmo paladar, mas eu comia literalmente tudo então sempre pegava um pouquinho de cada coisa.

A hora de comer era a única vez em que eu agradecia por ter cinco irmãos, aliás.

— Esperem! — a voz de Chaerin foi ouvida assim que todos já estavam segurando as colheres para colocarem as porções de comida em sua pratos.

Ela estava com um sorriso contido no rosto e fez um pequeno barulho de animação ao obter todos os olhares da família em si. Claro que ela fez uma careta ao bater na mão de Soyeon quando esta a ignorou e quis começar a comer. A mãe pediu para que a menina mais nova se comportasse, então logo Soyeon já estava quieta novamente – totalmente emburrada por ser interrompida, como todos nós.

— Eu tenho um anúncio muito importante pra fazer. — ela frisou o quão importante era, olhando com um brilho de diversão nos olhos ao encarar sua família se tornar tão ansiosa quanto si.

— Anda logo, tô com fome.

— Não ligo. — ela fechou o sorriso rapidamente só para responder o resmungo de Seonghwan, mas logo já estava risonha novamente. — Bem, como todo mundo aqui sabe, eu e o Myung-Dae namoramos há muito tempo...