GIRASSOL;

🌻DÉCIMO QUARTO🌻

[seria muito bom se vocês pudessem apertar na estrelinha caso gostem... me incentiva e me orienta a saber se estão gostando do enredo ou não :( ]

JUNGKOOK

Yoongi mexia em sua comida com um garfo enquanto a cabeça estava apoiada sobre uma das mãos encima da mesa. Estava totalmente absorto em pensamentos.

Naquele dia, ele sentou-se comigo para almoçar, já que não nos vimos na entrada do colégio como era de praxe. Aliás, eu nem cheguei a reclamar sobre a falta de atenção que estava recebendo do Min – como normalmente fazia – porque estava de mesmo estado. Mas enquanto ele parecia estar no paraíso, sorrindo lentamente e suspirando por aí, eu permanecia no inferno.

A briga com Jimin parecia não parar de repetir em minha mente e eu não conseguia evitar me entristecer quando lembrava. Então era mais que previsível que andava triste. Mal tinha fome, não comi mais que uma refeição no dia anterior e nem me preocupei em trazer algo pra comer no intervalo. Me sentia tão terrivelmente quebrado...

Mas estava irritado comigo mesmo por ter sido tão ingênuo, tão bobo e trouxa de acreditar que Park Jimin, aquele Park Jimin, chegaria a gostar de mim de verdade. Preferia o Park Jimin gentil que tinha fantasiado em minha mente á este da vida real. Porém, mesmo com todos os defeitos, ele continuava sendo o único dono do meu coração desgraçado.

Eu ainda pensava em seus beijos. Não parei um segundo de querer sentir suas mãos sobre mim, de senti-lo completamente entregue para que eu fizesse o que bem quisesse, de ouvir sua voz manhosa implorando por mais tempo comigo... Era torturante. Torturante querer tanto aquilo mas negar a mim mesmo.

Porque é como Jimin disse: gostava dos meus toques e como tínhamos sintonia carnal mas nada sobre o sentimento de paixão ou amor. Então era mais que óbvio que o loiro me queria, não tanto como eu e nem da mesma forma, mas ainda assim queria. Só que me negava a aceitar aquilo. Eu mereço mais que só satisfazer os desejos do gay encubado e cuzão.

Me negava a beija-lo e ouvir da sua boca gostosa o quanto gostava do nosso lance quando na manhã seguinte estava se atracando com uma garota qualquer. Eu entendia que Jimin não estava pronto para assumir que era gay para si mesmo, quanto mais para o mundo mas... o que custava ter fidelidade? A gente tava naquela merda há meses! Deixar de ficar com meninas, prometer-se a mim. Mas era evidente que essas palavras não estavam no dicionário do loiro, então eu não podia fazer nada que não fosse suspirar angustiado.

Yoongi ainda tinha um sorriso frouxo pintando os lábios quando percebeu o tremendo silêncio entre nós, resolvendo falar algo. — Ei, o que anda pensando?

Eu balancei a cabeça, piscando os olhos e passando as mãos pelo rosto. Estava exausto daquilo tudo, exausto de pensar em Jimin. Suspirei, largando as mãos perto do corpo. Virei-me para Yoongi, sentindo inveja da forma que ele sorria como se o mundo não fosse uma merda. 

— Você sabe que pode confiar em mim, né? — perguntou, cuidadoso. Assenti, sem hesitar. — Então por que não quer me contar?

— É complicado...

— Me conta, as coisas nunca são tão complicadas quanto parecem quando nós contamos para alguém. — sorriu reconfortante.

Eu o olhei por alguns segundos, encarando aqueles pares de olhos que em outrora me pareciam tão ameaçadores e agora são os únicos que me parecem acolhedores. Suspirei audivelmente, me ajeitando no banco, decidido a contar. Já estava ferrado mesmo, então que se dane.

— Eu e Jimin tínhamos um lance. Ele me dizia coisas bonitas, fazíamos promessas... Mas sempre brigávamos porque ele me tratava como uma vida paralela dele, uma viagem de férias da vida de hétero, sabe? Só vinha pra mim quando não tinha mais ninguém, e no dia seguinte estava atrás de outro rabo de saia. Daí ontem eu falei pra ele que ele tinha que aceitar que gostava de mim e se importava comigo mas ele disse na minha cara que não gosta de mim, só dos meus toques. — falei num fôlego só, respirando fundo ao final. — Agora eu estou na merda porque, caramba... Eu sou apaixonado por ele, hyung.