Capítulo O6

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         Eu não queria me desvencilhar daqueles braços

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         Eu não queria me desvencilhar daqueles braços. Gabriel tinha o seu rosto em meu pescoço, sua respiração ao encontro de minha pele era inebriante. Nunca pensei que pudéssemos ficar daquele jeito um com o outro, já que na maioria das vezes tínhamos vontade de nos matar, surpreendentemente não estávamos brigando um com o outro e sim abraçados. Gabriel me retirou o rosto do meu pescoço e me encarou com um olhar semelhante ao do gato de botas.

     ─ Não vou te soltar, até aceitar ir dormir comigo. ─ ele disse feito uma criança. Ele estava me chantageando mesmo?

    ─ Como você consegue ser tão infantil? ─ questionei.

    ─ Como você consegue ser tão linda.
  ─ ele disse com um sorriso em lábios e seus olhos se fecharam quando sorriu, a coisa mais linda do mundo.

     Me surpreendi diante daquele meu pensamento. Ao me dar conta de tudo o que havia acontecido, minha cabeça estava confusa. Eu um momento estávamos dizendo o quanto nos odiavamos, em seguida, eu estava beijando Arrascaeta e depois me encontrava ali com Gabriel, em seu braços, sentindo que o meu lugar era ali. Aquilo era muito frustrante, eu estava acostumada a brigar com ele, odiar ele e não suportar ficar perto dele e respirar o mesmo ar que ele. Como eu poderia imaginar que estaria ali agarrada com ele? Ainda por cima pedindo para que eu dormisse com ele.

      ─ Você pode ter qualquer garota dessa festa para dormir com você. 
   ─ falei e por um momento de distração dele, consegui me soltar de Gabriel e me afastei dele.

   ─ Foda-se! Eu não quero a porra de caralho de nenhuma outra garota.
  ─ ele bradou, vindo para cima de mim e me puxando para si. ─ Caralho, eu quero você, Clarice! Nunca quis tanto ninguém assim.

       Ele disse com os lábios contra os meus, mas sem dar início a um beijo, ele estava bastante agitado e eu tinha medo do que poderia acontecer se eu fosse embora e o deixasse ali. Não queria que ele voltasse para a festa e arrumasse nenhuma confusão, o conhecia o bastante para saber como ele era. Irredutível, irritado e muito impulsivo. Eu sabia como lidar com a instabilidade de Gabriel, mas sabia que nem todo mundo conseguia lidar com ele. Gabriel tinha um talento extraordinário para causar confusão. Não estava preocupada com Gabriel e sim com as pessoas na festa, que ousassem cruzar o caminho dele. Respirei fundo e o puxei ela mão, obrigando o rapaz a me seguir até seu quarto e depois de um trajeto complicado, com Gabriel tropeçando em seus próprios pés, finalmente estávamos em seu quarto. Fechei a porta, não queria que ninguém entrasse ali e nos visse no mesmo cômodo, principalmente o meu irmão, sabia que acabaria mal se aquilo acontecesse.

      ─ Você está tão bêbado. ─ proferi, o empurrando na cama e tirando seus sapatos e em seguida subi na cama, tirando sua camiseta, que já estava praticamente com todos os botões abertos.

    ─ Que safada, já quer me deixar pelado. ─ ele riu. ─ Vamos transar?

    ─ Se toca, Gabriel! Nem em um milhão de anos. ─ desferi um tapa em seu braço e ele reclamou.

   ─ Você é muito agressiva, Clarice.
  ─ ele fez menção para se sentar na cama e eu o empurrei de volta.

    ─ Que merda? ─ ele disse várias palavras desconexas e eu o fiz ir para o banheiro tomar um banho, mas ele ficou me gritando o tempo todo e eu temi que alguém pudesse ouvir aquilo.

     ─ Cacete! Você tem dois anos? Precisa da mamãe para te ajudar a tomar banho. ─ falei entrando no banheiro, me deparando com o Gabriel todo molhado, usando uma cueca branca e um sorriso travesso em lábios. Ele estava de pé encostado na parede e me encarando.

    ─ É muito fácil te enganar, Clarice!
  ─ ele disse rindo, com um olhar orgulhoso.

    ─ Como é que é? ─ cruzei os braços, tentando me concentrar em seu rosto e não no seu corpo gostoso.

    ─ Fingir está bêbado, pra você vir correndo cuidar de mim, toda preocupada. ─ falou, mantendo aquele maldito sorriso em lábios e eu arregalei os meus olhos, avançando contra ele e o empurrando contra a parede, apertando seu pescoço.

     ─ Que porra você tem na cabeça, Gabriel? ─ indaguei furiosa e ele me puxou, me colocando contra a parede, segurando meus braços acima da minha cabeça e meu coração quase saiu pela minha boca. ─ Por que você fez isso?

  ─ Giovanna me ajudou, falo logo! Se quiser me matar, vai ter que matar ela também. ─ quando ele disse aquilo, forcei para conseguir me soltar, eu queria matar a Giovanna, mas embora que ela também tivesse culpa, minha raiva pelo Gabriel era indescritível. Ele me manipulou.

     ─ Qual é a droga do seu problema comigo, Gabriel? Qual é a graça de brincar comigo? Por que diabos perdeu o seu tempo me pregando uma peça, quando poderia estar com qualquer mulher que você quisesse?

    ─ Shii, você fala muito. ─ ele levou o seu indicador até meus lábios, me calando e aquilo só me deixou com mais raiva. ─ Primeiro, eu já estou com a mulher que eu quero, segundo, eu não te preguei uma peça, só queria te tirar do Arrascaeta. Fiquei maluco quando vi você saindo com ele e a Giovanna só piorou a situação, quando me falou o que vocês poderiam acabar fazendo.
    

      Quando ele terminou sua frase, eu instintivamente me lembrei do beijo com Arrascaeta e engoli um seco, pensando em como Gabriel reagiria, se soubesse o que aconteceu na praia. Não era questão de dever algum tipo de satisfação para ele, mas eu não queria criar uma confusão desnecessária e acabar me colocando no meio de Arrascaeta e Gabriel, eram amigos e também companheiros de time, eu não queria ser a garota que fodeu com tudo isso. De maneira alguma. Eu estava no meio do fogo cruzado, eu não sabia o que sentia por Arrascaeta e nem por Gabriel, mas seja lá o que fosse, com o Gabriel era tudo mais intenso, tanto que eu me sentia incapaz de explicar. Éramos como um barril de pólvora prestes a explodir.

     ─ O que você quer de mim, Gabriel? ─ minha voz saiu consequentemente baixa e ele sorriu ao ouvir as palavras ditas por mim.

    ─ BARBOSA? ─ um grito por Gabriel ressoou no local e ambos ficamos espantados ao ouvir aquela voz, Gabriel colocou a mão em minha boca e fez sinal para que eu fizesse silêncio.

    Era o meu irmão. 
   
      Diego estragando o clima. só digo uma coisa, FODEU.

    

𝐍𝐎𝐑𝐎𝐍𝐇𝐀 | gabriel barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora