Capítulo 2O.

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tem vez que a gente briga e perde a razão, tu sabe como eu fico se eu te vejo chorar e quem perde com isso? nossa relação. como é que alguém entende se o que a gente sente, vem de momentos que só a gente viveu. ♡

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Uma semana havia se passado e depois de muita insistência, consegui convencer os meus pais de me deixarem ficar em Noronha com os outros. Ninguém quis deixar o Gabriel, então voltamos para a casa. O clima estava horrível e desanimador. Eu estava isolada e não queria conversar com ninguém. Os dias se passaram, os meninos precisaram voltar para o Rio, iriam jogar contra o Fluminense e nem todos voltaram, pois precisavam resolver suas coisas e também possuíam famílias. Eu chorava sem parar e mal comia, as meninas estavam sendo o meu alicerce e insistiam para que eu comesse, afinal, precisava pensar no bebê também. Ele ainda era tão pequeno, eu só tinha quatro semanas de gestação, mas já sentia muita coisa por aquela criança, algo indescritível. Era algo meu e de Gabriel, eu sabia que ele queria muito aquela criança e a cada dia que passava, eu a desejava mais. Acordei da minha espécie de transe, quando a porta fora aberta e meu irmão apareceu em meu campo de visão, confesso que fiquei surpresa por ele ter voltado e por ter me procurado, não havíamos nos falado desde o episódio no hospital.

── Podemos conversar? ─ ele perguntou e eu apenas balancei a cabeça como um sim.

Diego entrou e fechou a porta. Ele me observou por alguns segundos, tempo o suficiente para que ele tivesse um olhar preocupado. Eu estava horrível, com olheiras, a aparência cansada por não ter dormido muito ultimamente. Os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Eu me culpava o tempo todo, deveria ter contado para o Gabriel e resolvido aquilo junto com ele, mas eu agi por impulso e fui egoísta, não levando os sentimentos dele em conta.

── Tentei falar com você esses dias, mas não deu. ─ ele começou.
── Eu estou muito preocupado com você.

── Pensei que você me odiasse.
─ disparei passando os dedos nos cantos dos meus olhos, limpando os resquícios de lágrimas.

── Eu nunca vou odiar você, Clarice. Nunca mais fale uma merda dessa. ─ ele exclamou. ── Você me deixa puto da vida, mas eu te amo.

Ele iria me fazer chorar novamente. Eu estava tão emotiva, até comecei a nutrir novos sentimentos pelo Arrascaeta, estava tentando me manter afastada do rapaz, tinha medo de sucumbir aos sentimentos. Achava que fosse coisa da minha cabeça, carência e eu não queria usá- lo para surprir essas necessidades, eu amava o Gabriel e queria ele, fui uma babaca por meter o Arrascaeta nisso e dar a ele falsas esperanças, ele merecia coisa melhor.

── Eu quis te contar tantas vezes, mas eu nunca soube como. ─ eu proferi o encarando.

── Está tudo bem. Vamos fazer isso dar certo. ─ ele mostrou um sorriso caloroso. ── Não vejo a hora de ensinar esse pequeno ou essa pequena a jogar bola.

Ele falou com tanta emoção, enquanto levava a mão até a minha barriga e acariciou a mesma. Meu celular tocou e eu acabei me assustando com o toque repentino e meu coração disparou ao ver o nome da Dhiovana no ecrã. Só consegui pensar no pior.

── O que foi? ─ Diego perguntou preocupado.

Eu encarava a mensagem de Dhiovana sem acreditar, meus olhos estavam marejados e meu coração muito acelerado.

── Ele acordou, o Gabriel acordou.
─ proferi emocionada e sem acreditar. Diego me abraçou e beijou a minha testa.

── Vamos, eu te levo lá. ─ ele disse me puxando, limpei as minhas lágrimas e segui Diego até o carro.

𝐍𝐎𝐑𝐎𝐍𝐇𝐀 | gabriel barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora