Capítulo 29

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Nós sabemos que este é um mundo cruel,Mas eu vou me arriscar, Contanto que você me ame

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Nós sabemos que este é um mundo cruel,
Mas eu vou me arriscar,
Contanto que você me ame.

As long as you love me.
Justin Bieber.

     Meu peito ardia como se estivesse pegando fogo, havia um nó em minha garganta, meus punhos estavam doloridos de tanto socar o vidro implorando para que ela me ouvisse, para que ela ouvisse meus gritos chamando por ela e pedindo para que ela f...

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     Meu peito ardia como se estivesse pegando fogo, havia um nó em minha garganta, meus punhos estavam doloridos de tanto socar o vidro implorando para que ela me ouvisse, para que ela ouvisse meus gritos chamando por ela e pedindo para que ela ficasse comigo, mas ela não estava me ouvindo. Minha cabeça estava girando e a possibilidade de perdê-los estava me deixando maluco. Era como se eu estivesse me afogando na tristeza e sucumbindo ao medo daquele momento. Minha visão estava turva por causa das lagrimas. Meu peito doía e eu não estava aguentando, meu coração estava dilacerado, mas batia com força dentro de mim, doloroso demais. Diego e Giovanna também choravam, mas o irmão dela e a melhor amiga estavam tentando ser fortes, Diego me puxou para que eu não acabasse quebrando o vidro e me arrastou para longe, mas quando eu ouvi o médico gritar que estava perdendo os dois, eu me soltei dos braços de Diego e corri, mas os seguranças me seguraram e me impediram de ir ao encontro dela.

  - ME SOLTA! EU TENHO QUE ENTRAR LÁ...EU TENHO...EU...- eu berrava, mas acabei perdendo as minhas forças e cai de joelhos no chão. Os seguranças se afastaram e eu levei as mãos até meu rosto e chorei, não me importava com os olhares curiosos e a aglomeração de fotógrafos e jornalistas na porta do hotel. Naquele momento era apenas eu e Deus, juntei minhas mãos e fechei os meus olhos e comecei a rezar silenciosamente.

  - Eu nunca tive certeza de nada na minha vida, sempre fui todo errado e sei que eu não mereço absolutamente nada, priorizei as coisas erradas, gostei da vida que eu estava vivendo, mesmo sendo tão errada, era disso que eu gostava, o senhor sabe, o senhor me conhece, o senhor sabe o que eu estou sentindo, o senhor sabe que eu sou completamente apaixonado por ela, que ela me faz querer ser uma pessoa melhor todos os dias...- eu respirei fundo e permaneci de joelhos e olhos fechados, estava concentrado e nada ao me redor importava mais.

   - Ela traz a tona o melhor de mim, eu amo cada parte dela, até as que me irritam, ela foi a melhor coisa que me aconteceu. Ela me faz ser bom e se o senhor a levar, eu não sei o que vai ser de mim, não quero voltar a ser aquela pessoa...- eu sentia as lágrimas caindo por meu rosto. - Por favor, não a tire de mim...eu quero fazer uma promessa, se o senhor deixar que ela e meu filho fiquem comigo, eu irei subir as escadarias da Penha de joelhos e sem reclamar, não importa quanto tempo leve, faça chuva ou faça sol, eu farei.

     Fiz o sinal da cruz e abri os meus olhos, me colocando de pé e podendo olhar através do vidro, os médicos trabalhavam duro para salvar a vida da mulher que eu amava e do meu filho. Eu assistia atentamente, não chorava, não gritava, estava imóvel e em silêncio, confiava naquele lá de cima, eu tinha muita fé e aos poucos senti meu coração se acalmar, as lágrimas caíam e meus olhos estavam fixos nos médicos. Eu confiava que iria dar tudo certo, eu só precisava esperar. Logo os meninos do time apareceram, a mãe e o pai dela também, a mãe dela chorava e era consolada pelo pai dela, Diego e Giovanna estavam abraços e Arrascaeta sentado no chão, seu rosto escondido em suas pernas e seu choro era ouvido, por mais que ele tentasse controlar. Todos estavam abalados, mas eu tinha fé, sabia que ele não iria me abandonar e me mantive assim até o último segundo. Quando o médico cruzou a porta e se aproximou, não dava para ver mais nada pelo vidro, pois as persianas foram fechadas. Precisava ouvir o que ele tinha a dizer.

      Um filme se passou em minha cabeça, todas as nossas brigas, as trocas de farpas, as implicâncias, os apelidos maldosos, o primeiro toque, que não fosse um soco ou um tapa que ela me dava, o primeiro beijo, o dia em que eu soube que a amava, as crises de ciúmes, todos as declarações de amor, todos os abraços, todas as confissões, todas as dúvidas, eu soube que não importava o que iríamos viver, quando iríamos brigar ou quando ficaríamos de bem, eu só queria poder viver aquilo com ela, não ligava para o que fosse, contanto que ela estivesse ali para mim. Cada segundo que ele ficava calado era torturante, ele parecia cansado por causa dos minutos que ele ficou lá lutando para manter os dois vivos. Minhas mãos estavam juntas próximas ao meu rosto e eu esperava ansiosamente pela notícia. Mas ele não precisou falar nada, pois uma enfermeira abriu nas persianas e eu pude ver Clarice acordada, seus olhos se encontraram com os meus e vi quando ela tentou forçar um sorriso. Eu corri até ela, esbarrando nos médicos que estavam no caminho e sem esperar mais, eu me aproximei e me inclinei o suficiente para selar os nossos lábios com toda certeza do mundo que eu não poderia mais viver sem ela. Ela retribuiu o beijo por pouco tempo, pois estava fraca, me afastei um pouco e comecei a chorar feito uma criança.

   - Muito obrigado. - sussurrei olhando para cima e então voltei a minha atenção para ela.

   - Está chorando por minha causa, Gabriel? Saiba que você não irá se ver livre de mim tão cedo. - ela falou com a voz arrastada e colocou um sorriso fraco em seus lábios secos e esbranquiçados.

  - Eu acho bom mesmo, Clarice. Eu percebi que não quero ficar longe, sem chances. Eu quero você, mesmo se for pra brigar, não importa como, eu só sei que te quero. - eu proferi de maneira apressada, acariciando os cabelos dela. Eu estava muito emocionado. Ainda não estava acreditando que iria ter que subir as escadarias da Penha de joelhos. Mas com certeza eu iria, promessa é promessa.

- Eu te amo tanto. - ela indagou com os olhos cheios de lágrimas. Logo o quarto fora tomado por seus pais, Diego, Giovanna e todos os outros que querian vê-la, mas Arrascaeta não estava ali.

   Sai do quarto e encontrei ele caminhando para fora do hospital e então eu corri até ele, tocando seus ombros e ele se virou para me encarar. Seus olhos estavam inchados, vermelhos, assim como seu nariz. Todos ficaram emotivos com o que aconteceu e enquanto eu rezava, muita coisa ficou clara para mim, como o fato de que eu sentia falta do meu melhor amigo e que eu não queria viver daquele jeito. Não mais.

  - Você não deveria estar lá com ela?
  - falou.

  - Eu estava, mas todo mundo entrou no quarto e eu senti a sua falta lá.
  - eu disse e o mesmo esboçou uma expressão surpresa.

  - Achei que você não me quisesse lá.
  - respondeu.

  - Eu só não quero mais viver assim, é um saco. Sinto falta de como as coisas eram, sinto falta do meu parceiro. Queria isso de volta...

   - É o que eu mais quero, nunca quis que as coisas tivessem acontecido dessa forma. - confessou e eu me sentia exatamente da mesma forma.

    Eu amava Clarice e sabia que ela me amava. Arrascaeta parecia muito bem com Vic, não tinha motivos para continuarmos brigando, aquela situação me fez perceber muitas coisas e eu queria fazer tudo certo, queria que o meu filho nascesse em um ambiente acolhedor e não repleto de desavenças.

  - Estamos bem? - perguntei e ele balançou a cabeça como um sim e me abraçou.  - Acho que você deveria ir vê-la...

      lembrando que estamos chegando a reta final da fanfic. espero que tenham curtido o capítulo, até o próximo ♡

𝐍𝐎𝐑𝐎𝐍𝐇𝐀 | gabriel barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora