Capítulo 10 - Tudo pode piorar!

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Ei... Garoto o que está fazendo aí? — Pergunta uma voz masculina. 

Anael ao ouvir aquela voz tremeu inteiro se encolhendo como uma resposta natural do seu corpo ao medo. O mesmo não respondeu apenas permaneceu em silêncio com a cabeça entre as pernas com os braços agarrado aos joelhos. 

— Ei... Garotinho, está perdido? Não vou te machucar, onde você mora posso te levar! — Indaga o homem se agachando próximo ao brinquedo. 

Anael como da primeira vez não respondi ficando na mesma posição apavorado, certamente pela forma que o homem falou deve ter confundido o loiro com uma criança. Visto que, ele está tão agarrado a si que que pode ser facilmente confundido. 

— Ei... Está tudo bem! Eu me chamo Heitor! Qual o seu nome? — Diz o homem ainda agachado.

Então, Anael finalmente decidi levantar o rosto e olhar para o homem a sua frente o assustando, pois até aquele momento o mesmo achava que estava falando com alguma criança perdida. 

— Você é um garoto! O que faz aí? Já está tarde! O Rio de Janeiro não é uma cidade exatamente segura. Quer que eu te leve em casa? — Pergunta Heitor. 

— Anael é o meu nome. Eu não tenho casa, por favor não me machuque. Só me... Deixe aqui. — Afirma Anael assustado.

O homem olha bem para aquele garoto e reconhece o uniforme do abrigo, naquele momento Heitor olha Anael dos pés a cabeça colocando a mão esquerda no queixo pensando. Dava para ver o quanto aquele garoto estava apavorado. 

— Nome de anjo! — Sussurra Heitor. — Se estiver com problema te dou meu celular para que possa ligar para quem quiser e se estiver perdido também posso te levar onde quiser. — Diz Heitor.

Anael fica pensativo olhando amedrontado para Heitor, mas tudo que ele queria era poder ligar para Filipe e se jogar nos braços do garoto que ama. Nesse momento tudo que ele mais precisa é do seu namorado, mesmo acreditando que não seja mais digno dele. 

— Tá, pode em emprestar seu celular? — Pergunta Anael.

— Já é! Você pode sair daí eu estou velho de mais para ficar agachado assim? — Indaga Heitor levantando.

— Tá! — Respondi Anael saindo da casinha em pouco receoso, mas a vontade de voltar para o Filipe falou mais alto. 

Quando loiro sai de lá Heitor pode conferi-lo melhor e o olha novamente de cima a baixo deixando Anael sem jeito e com medo. Então, o mais velho sorri e pega o celular desbloqueando dando para o loiro poder ligar tirando um sorriso desesperado dele. Entretanto, essa felicidade dura pouco, pois Heitor acerta na nuca de Anael o fazendo desmaiar. 

— Aquelas aulas de Caraté até que valeram a pena! — Fala Heitor com um sorriso no rosto pegando o corpo de Anael e levando até seu carro.

[...]

Anael começa abrir os olhos enxergando as coisas girando ainda. Porém, quando sua visão fica nítida o loiro se vê dentro de um quarto bonito, uma cama grande com forros confortáveis e dois criados mudos de lados alternos da cabeceira da cama. O garoto senta-se na cama sem entender o que tinha acontecido, na sua memória só se lembra de estar em uma praça e um homem ter chegado oferecendo ajuda. Entretanto, Anael é tirado de seus pensamentos quando a porta abre. 

— Quem bom que acordou! — Exclama Heitor entrando no quarto.

— Onde eu estou? — Questiona Anael se encolhendo na cama junto a cabeceira.

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