GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
SECRETARIA DE CULTURA
FUNDAÇÃO PEDRO CALMON - CENTRO DE MEMÓRIA E ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA
PROJETO: AS NORNAS E O CANDELABRO VARA SETE
CATEGORIA: LIVRO E LEITURA CLASSIFICAÇÃO Nº 43
(Os Festejos a Santa Luzia)
Os cidadãos de Talvik, nesta época do ano, enfeitavam as suas casas. O colorido dos enfeites quebrava um pouco com a paisagem toda branca e acizentada do bucólico lugarejo, dando–lhe mais vida. Muitas casas estavam iluminadas com velas e lamparinas acesas em suas portas, indicando que elas já tinham iniciado os festejos à Santa Luzia.
Os moradores só aguardavam a carruagem com o Candelabro e a Santa para o início dos festejos. Durante o trajeto da carruagem, os moradores ofertavam muitos doces e guloseimas para às crianças. Assim era a farra em Talvik.
Na festa, oito homens conduziam, em uma carruagem ornamentada e com dois belos cavalos enfeitados, um andor. Eles seguiam da porta da igreja, com o famoso Candelabro Vara Sete até a casa da jovem escolhida para representar a Santa. Na casa desta jovem, eles faziam todo um ritual. A jovem escolhida acendia as velas do Candelabro Vara Sete, que era posto atrás da imagem de Santa Luzia. Logo em seguida, a menina apanhava a imagem e erguia até uma determinada altura do seu peito, desta forma era dada o incio dos festejos.
A escolhida para representar Santa Luzia postava–se sempre atrás destes dois objetos, sendo acompanhada pelas outras meninas do lugarejo, em procissão. Todas elas conduziam uma vela acessa.
Ao lado da carruagem, as meninas eram postas por tamanho. Suas mães seguiam logo atrás, cantando cânticos. Percorriam as ruas de Talvik, onde os moradores atiravam os doces e oferendas em sua direção. Tudo era muito bonito e feito com toda dedicação pela população de Talvik e nada tirava o brilho dos festejos à Santa Luzia.
ﭣΏﭪ
Nos fundos da igreja, Harald e Gudmund continuavam a perseguição ao estranho animal.
– Pega ele Harald, pega, você consegue! – Insistia Gudmund com o velho Harald.
O rapaz estava também curioso em saber que animal era aquele o qual eles estavam perseguindo, pois nunca tinha visto nada igual.
Naquele corre–corre, Harald levou um grande tombo em um descuido. Ele havia tropeçado na saída da igreja, em um pequeno tronco de árvore, quase atropelando o português Adalberto.
O Português era um deficiente físico que havia contraído paralisia infantil. Logo quando chegou no lugarejo com seus pais, ainda menino. Ganhou a alcunha de "Lau Capenga". Adalberto encontrava–se nos fundos da igreja e foi surpreendido com aquele escorregão do velho amigo, Harald. O deficiente foi pego de surpresa por aquela confusão e assutou–se com a gritaria de "pega ladrão!". Lau Capenga que tinha ficado espantado com o peculiar animal que seus amigos perseguiam. O deficiente viu que o animal carregava o famoso Candelabro Vara Sete.
Assustado, Lau Capenga ficou com receio de ser visto, justamente naquele momento do roubo. Ele tratou de se esconder para que os moradores não o julgassem, e não o associassem àquele roubo.
Gudmund, sendo mais atlético, por ser um excelente velocista, já havia conseguido ultrapassar o velho Harald, que ainda praguejava a dor de sua queda.
– Malditos troncos! Que Deus castigue quem os deixou aqui! – Amaldiçoava o velho Harald.
– Não o deixe escapar, Gudmund! – Esbravejava o velho que retirava as madeiras de cima do seu corpo, percebendo minutos após o tombo que fora ele mesmo quem havia colocado, no dia anterior, os troncos ali no caminho, a pedido do Bispo Hakon. Ele acabava de amaldiçoar a si próprio, sorriu e sentou–se num tronco. Sabia que não tinha mais idade para aquela perseguição.
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As Nornas - O Candelabro Vara Sete
FantasyISBN - 978-65-81777-00-5 Série composta por 5 volumes. Uma fascinante história de Gnomos, Elfos, Anões, Bruxas e deuses nórdicos. Ficção Imaginário Popular ( Fantasia). No ano de 1864, na cidade de Talvik, norte da Noruega, três bruxas estão em bus...