10 - O Segredo do bispo Hakon

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

SECRETARIA DE CULTURA

FUNDAÇÃO PEDRO CALMON - CENTRO DE MEMÓRIA E ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA

PROJETO: AS NORNAS E O CANDELABRO VARA SETE

CATEGORIA: LIVRO E LEITURA CLASSIFICAÇÃO Nº 43

Hakon um octogenário, oriundo da Groenlândia, tinha prestígio na localidade. Ele também lutava contra alguns moradores que resistiam em aceitar completamente os ditames do protestantismo, devido a imposição feita pelos reis suecos. A religião católica ainda era admirada por muitos ali, pois a fé dos católicos não foram totalmente controlada por decisões políticas.

Harald temia com o que poderia acontecer após a descoberta de Gudmund. No retorno ele solicitou para o jovem corredor.

– Temos que manter este assunto em segredo, Gudmund!

– Você fala segredo sobre o que vimos?!

– Sim meu amigo. Você viu um Kobold, eu te prometo contar tudo em outra oportunidade. – Respondeu–lhecom calma.

O velho contava que com o pedido, ele calaria o jovem e evitaria muitas perguntas para aquele momento. Sabia que teria que ser gentil, mas também incisivo com Gudmund. Depois de alguns segundos de olhares trocados, o velho tentou afetuoso lhe disse.

– Meu jovem e fiel amigo, venha aqui. - Gudmund desconfiado aproximou–se de Harald. – Tenho só mais uma coisa a te dizer! Nem sempre o que os olhos vêem é aquilo que podemos enxergar. Então meu jovem, este é um momento que não devemos enxergar absolutamente nada. Precisa ser assim! – Harald deu–lhe as costas, estava com o olhar perdido em Vassbothdalen.

– Mas, não compreendo meu amigo. Você poderia ser mais claro, Harald?

– Não meu jovem. Só posso afirmar dizer que não vamos ter um final de dia agradável. É só nisto que penso neste momento.

– É Hakon, não é? Vocês têm medo do bispo. Eu queria saber por que vocês têm tanto medo de Ratatosker!

– Nunca queira saber Gudmund, para o seu próprio bem e o bem deste lugar. O bispo é uma boa pessoa, quando se está do lado dele. Não vamos aborrecê–lo com estas bobagens, ou mesmo, despertar a sua ira. Temos que ser inteligentes na conversa com Hakon, pois ele é, com certeza, mais astuto que o nosso falecido bispo Borghild. Tem olhos de águia. É um bom observador. Aprenda isto! – Explicou pausadamente Harald.

– Admiro a sua tranquilidade, Harald.

– Não se trata de tranquilidade e sim de percepção das coisas e dos fatos. Meu jovem, te digo que não há mais nada a ser feito! É nestes momentos que um homem deve buscar forças e tranquilidade dentro de si.

– Mas não compreendo o que você quer dizer.

– Vamos andando Gudmund, que eu te explico.

Harald sabia a que dias piores realmente estavam por acontecer em Talvik. Porque razão um Kobold roubaria o Candelabro? Para o velho, alguém estava por trás deste roubo! Como o Kobold conseguiu chegar até o Candelabro, se o bispo Hakon era o seu guardião?

A caminhada seria longa o pesada para o velho.

O jovem Gudmund não ficou satisfeito, estava aborrecido por ter perdido o Kobold e não tinha gostado da conversa incompleta de Harald. O jovem retomou o assunto, ele queria saber se o velho tinha conhecimento da existência destes seres.

– Vocês, na igreja, sempre souberam da existência deles não é, meu amigo?

O velho temia por esta pergunta. Voltou–se para Gudmund, olhou bem nos seus olhos, como se quisesse hipnotizá–lo, e respondeu secamente.

As Nornas  - O Candelabro Vara SeteOnde histórias criam vida. Descubra agora