As Nornas - O Candelabro Vara Sete

12 - Pé de vento

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

SECRETARIA DE CULTURA

FUNDAÇÃO PEDRO CALMON - CENTRO DE MEMÓRIA E ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DE PROPOSTA CULTURAL

PROJETO: AS NORNAS E O CANDELABRO VARA SETE

CATEGORIA: LIVRO E LEITURA CLASSIFICAÇÃO Nº 43

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

– Mas espere aí um pouco, Harald? – Perguntou baixinho o bispo –"Você disse um Kobold? Foi isto o que você me disse? "

– Sim, meu bispo! – Respondeu–lhe baixinho.

– E, Gudmund certamente viu o Kobold? – Certificando–se.

– Sim meu bispo, ele viu o Kobold!

– Conversaremos depois, isto aqui está muito confuso e necessito pensar mais um pouco! – Hakon surpreendeu os presentes, gritando em voz firme. – A festa em homenagem à Santa Luzia está cancelada este ano.

Os burburinhos de reprovação foi percebido por Hakon. Cancelar a festa era uma descortesia a eles. Como dizer isto para os seus filhos? – Mas por outro lado, como enfrentar a fúria do Bispo neste momento?

Um imenso mal–estar tomou conta de todos no interior da igreja. Mas, quem enfrentaria o bispo? Ninguém teria esta coragem, exceto Erling que já o desafiara outras vezes. Alguns até temiam por sua segurança.

Pela primeira vez, historicamente, Talvik, neste ano de 1864, não teria a sua principal festa em razão da sisudez e impertinência de um bispo. Os cochichos de reprovação aumentavam e ele sabia que tinha que se impôr.

– Silêncio! Vocês estão na casa de Deus e não em uma feira! Vocês por acaso não viram o aparecimento de Erle e o mal que ela pode nos representar?

– Erle? Ele disse, Erle?

– Sim, Gudmund. A bruxa apareceu por aqui! – Respondeu–lhe Erling para o surpreso Gudmund.

Os presentes sabiam que desta vez, bispo Hakon iria consegui acabar com a festa, era o seu sonho desde quando chegou ao lugarejo.

Harald, ao saber sobre o aparecimento de Erle, conseguiu encaixar seus pensamentos.Ele sabia onde encontraria as respostas, nos apontamentos de Borghild, os quais guardava escondido de Hakon.

– Harald, eu quero que você comunique oficialmente para todos em Talvik sobre o cancelamento desta festa. Passe nas ruas e diga que por minha determinação, ela foi cancelada!

– Necessito apanhar um casaco mais pesado para o frio, meu Bispo.

– Pois vá e não demore Harald. E não quero saber sobre crianças decepcionadas.

Hakon circulou o olhar em volta da igreja, com seu típico ar de superioridade. Percebeu que todos estavam resignados com a sua ordem e que não haveria ninguém ali que ousasse enfrentá–lo. Até os cães de Agot pararam de latir.

– Alguém tem mais alguma observação a fazer? – Todos permaneceram calados dentro da igreja!

Hakon estava confiante com sua decisão, embora o sentimento de satisfação se misturasse com uma raiva contida. Satisfação por, finalmente, conseguir ter acabado com aquela "maldita" festa, como ele mesmo apregoava se misturava a raiva pelo fato de Gudmund ter visto o Kobold. Ele aprendeu que deveria tratar uma coisa de cada vez. Este momento era propício para acabar com a festa, depois, tentar compreender o porquê do jovem não ter revelado imediatamente que havia visto o Kobold, mesmo quando ele e Harald foram questionados. Talvez a pedido de Harald, Gudmund se mostrasse discreto ao tema.