3 - UM KOBOLD EM TALVIK

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UM KOBOLD EM TALVIK

 (Kobold em Talvik)

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

SECRETARIA DE CULTURA

FUNDAÇÃO PEDRO CALMON - CENTRO DE MEMÓRIA E ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA

PROJETO: AS NORNAS E O CANDELABRO VARA SETE

CATEGORIA: LIVRO E LEITURA CLASSIFICAÇÃO Nº 43

Agot que espreitava toda aquela confusão escondido numa das ultimas covas do cemitério nada fez para ajudar Gudmund e Harald na perseguição ao animal larápio, os três passaram correndo bem ao seu lado. O rapaz percebeu com clareza que o ladrão em perseguição tratava–se de um Kobold, o mesmo que Kraemer afirmava existir, o fundador da Ordo – Ordem Supremus Lignus Crucis já havia descrito nos seus apontamentos estes terriveis animais. Segundo relatos de Kraemer, um Kobold nunca fora visto por nenhum homem.

Apesar do respeito que tinha pelo seu mestre antecessor Kraemer, Agot havia julgado tratar–se de uma lenda, ele mesmo achava que era pilheria do seu mestre. Mas agora ele acabava de ver um Kobold carregando o Candelabro Vara Sete, o mesmo que ele tinha planejado roubar com seu grupo, neste final de tarde. O mestre Kraemer estava correto em seus apontamentos, o que era lenda pra ele, tornou-se real, os Kobolds existem.

– Mas o que está acontecendo?! – Scrach! Sussurrou Agot, angustiado e perdido com tudo aquilo. O substituto de Kraemer na Ordo sabia que seu plano tinha falhado, pois ele acabava de ver Gudmund e Harald perseguindo um Kobold com o objeto de desejo da Ordem Secreta. – Mas, como este Kobold apareceu?

Uma nuvem negra pairou sobre a sua cabeça. Era Loki fazendo confusão em seus pensamentos. Agot também não estava gostando de ver o céu daquela forma. Algo lhe dizia que alguma coisa sinistra estava por acontecer no lugarejo e ele teria que tomar as providências imediatamente. Ele poderia ser questionado se a população não o visse, teria que voltar imediatamente para a igreja.

Agot estava escondido no cemitério, ele aguardava a execução do plano traçado com os seus discípulos p-ara roubar o Candelabro da igreja. Mas, quando ele chegou ao local, deparou–se com alguns vultos estranhos ao fundo da igreja, com a forte nevasca que caia, ele não reconheceu quem eram aquelas pessoas. Exceto a de uma, Lau Capenga o Português que foi reconhecido facilmente, pois o vulto visto pelo líder da Ordo puxava demasiadamente uma perna. Ele também percebeu quando Lau se escondeu na sepultura do bispo Borghild, ele não teve dúvidas de se tratar do português.

ﭣΏﭪ

Doado à igreja de Talvik em 1832, o Candelabro Vara Sete estava em poder da igreja há mais de trinta anos. O objeto sagrado foi doado por uma nobre e rica família de comerciante, após o nascimento do seu sétimo filho. O comerciante havia tido seis rapazes e prometeu doar um objeto de valor se o seu sétimo filho fosse uma menina. Por serem muito amigos do bispo Borghild, a família quis presenteá–lo, após o nascimento da sua única filha mulher! Uma linda menina batizada com o nome de Lenna. Os anos foram passando e Lenna cresceu em Talvik sendo desposada por Agot, o mesmo que planejou o roubo do candelabro para a Ordo.

Com sete hastes muito bem trabalhadas, o Candelabro era um vultoso objeto de desejo de muitos na região. A família de Lenna não sabia da sua importância, queria apenas homenager os seus sete filhos com aquele objeto adquirido. Para a família, cada uma daquelas hastes simbolizava o nascimento de um de seus filhos. Com o passar dos anos, Borghild descobriu que o objeto doado à igreja não era um objeto comum como julgavam, mas sim, o famoso Candelabro Vara Sete. Uma preciosa e rara peça que foi confeccionada nas Oficinas das Relíquias na Itália. A famosa Oficina Sidri, no início da Idade Média, no ano 260. O candelabro havia sido confeccionado junto com outros objetos de mesmo porte, para a difusão do Cristianismo, na Europa.

As Nornas  - O Candelabro Vara SeteOnde histórias criam vida. Descubra agora