A claridade do dia batia contra o meu rosto, me despertando, mas eu estava preguiçosa demais para abrir os olhos. Além disso, o travesseiro dessa inválida era extremamente fofo e gostoso de dormir. Eu poderia ficar nessa cama pelo resto dos meus dias. O cheiro dos lençóis eram outra maravilha. Me aconcheguei mais no colchão, até sentir uma textura um pouco diferente de algodão. Isso parecia... Pele?
Abri meus olhos e me inteirei de onde estava e como estava. Eu havia, aparentemente, ultrapassado a parede de travesseiros e abraçado a garota. O seu corpo estava quentinho, mas eu me mexi, levantando o olhar para o seu rosto e dando de cara com uma Lisa assustada. A sua musculatura estava rígida e os seus olhos esbugalhados. Ela engoliu em seco, abrindo a boca para falar algo.
"Me desculpe por isso! Eu estava inconsciente... Não foi proposital, não me machuque." Eu disse rápido, me afastando.
Ela concordou com a cabeça e saiu da cama, sumindo no corredor. O meu coração estava na boca. Eu tive sorte de Lisa não ter sido agressiva. Ao menos isso teve um lado bom, minhas dores haviam sumido. Ela era um bom apoio para dormir. Bastante macia.
Eu troquei o pijama por um vestido preto, penteei os cabelos com os dedos e os prendi em um coque mal feito. Desci timidamente para o café da manhã, Lisa estava preparando cereal para nós duas. Me sentei ao seu lado e comi em silêncio, ela não pareceu querer conversar também.
A inválida terminou a sua refeição e apanhou uma mochila que estava no chão, jogando-a no ombro. Ela estava vestida com uma roupa esportiva.
"Temos planos para hoje?" Eu perguntei, enfiando mais uma colherada na boca e, sem querer, babando um pouco de leite para fora.
Ela riu da cena, enquanto eu limpava o rosto com as costas da mão, "Hum, bem, eu pensei em sair um pouco."
Eu bati palmas, seria bom sair um pouco. Não havia muita coisa para se fazer nessa casa, levando em conta que nós quase não nos falávamos. Deixei minha tigela de lado e corri para pegar minha bolsa.
Nós saímos pela porta da frente dessa vez. Nós pegamos uma pequena estrada, que dava acesso a praia. Aquilo era bonito. Tão bonito que não se parecia em nada com a cidade dos inválidos. Eu pensei em um lugar totalmente destruído e cinzento, um cenário pós-apocalipse zumbi, mas estava enganada.
Eu precisava tirar algumas fotos para fazer inveja nas meninas quando as encontrasse no sábado. Aproveitei um momento de distração de Lisa para fotografá-la, minhas amigas estavam curiosas quanto a sua aparência. Pelo menos eu poderia esfregar na cara delas que, sim, eu fui destinada a uma garota inválida, mas a uma garota inválida extremamente linda. E isso eu não podia negar. Eu estava até mesmo revendo o meu conceito sobre relacionamentos homossexuais. Se Lisa não fosse uma inválida, quem sabe eu não me interessasse por ela...
"Existem outros inválidos por aqui?" Eu encarei Lisa, nós estávamos enfiando os pés na areia, caminhando em direção ao mar.
Ela rolou os olhos, "Eu conheço algumas pessoas."
Nós paramos na beira do mar e ficamos olhando o horizonte. Eu parei por um segundo, tentando achar algo em seu olhar, mas ele continuava vazio. Ele só mudava quando ela sorria, eu percebi isso quando ela falou com um risinho sobre o "floquinho de neve" e também na cozinha mais cedo quando eu me sujei de leite.
"Lalisa Manoban!" Uma voz masculina soou atrás de nós e eu me virei rápido para ver de quem se tratava. Era um garoto de cabelos bagunçados e sorriso convencido.
" Seunghyun!" Ela fingiu uma animação, fazendo ele rir ainda mais.
Eu fiquei alheia ao lado dela, ouvindo a conversa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Destinadas (CHAELISA)
FanfictionDESTINADAS (ADAPTAÇÃO CHAELISA) Em uma época onde o mundo está tentando se recuperar das consequências deixadas pelas guerras, tenta-se encontrar formas mais rápidas de deixar o planeta um lugar bom de novo. Após grandes períodos de ódio gratuito, i...