Capítulo 36 - Sunset

1.8K 261 193
                                    


Após comprarem as bebidas, todos decidiram assistir o pôr-do-sol de um ponto mais alto da praia. Eu fui no jipe gay de Joy e evitei qualquer constrangimento. Nós não demoramos mais do que vinte minutos para chegar onde queríamos.

Hyuna era quem comandava todos, dizendo onde cada barraca deveria ficar e caçando toalhas e cangas para que pudéssemos nos sentar a assistir ao espetáculo. É claro que como Hyuna não gostava muito de mim, eu fiquei com a tarefa de armar as barracas — mesmo que ela soubesse que eu era uma anta para isso.

Eu esperava estar seguindo as instruções corretamente, já que tudo parecia estar indo bem. A barraca estava um pouco torta, mas ela deveria se manter de pé pela noite. Eu entrei dentro dela para guardar a minha mochila e de Joy, mas, como já era previsto, a estrutura cedeu e caiu sobre mim. Eu senti um dos canos de ferro que davam suporte bater contra a minha cabeça.

Felizmente alguém pareceu ver a tragédia e me ajudar, abrindo a entrada da barraca para que eu pudesse sair. Eu engatinhei até a saída e dei de frente com dois pares de olhos cor, era o castanho mais bonito que eu já havia visto.

Chacoalhei a cabeça e voltei o olhar para a pessoa a minha frente. Era... Lisa? "L-lisa." Gaguejei, engatinhando dois palmos para trás.

"C-chaeyoung." A inválida debochou, entrando para dentro da barraca despencada. Ela ergueu uma das hastes, fazendo com que a barraca ficasse utilizável. Talvez, mas apenas talvez, eu tivesse pulado esse passo do manual de instruções. "Pronto, lerdinha."

Lisa parecia um pouco mais simpática e adorável, não a mesma babaca que me ameaçou na praia e furou minha perna com um garfo.

"Obrigada. Uh, agora eu vou procurar a Joy." Desviei do seu corpo em direção a saída, mas Lisa segurou no meu pulso.

"Ela existe mesmo." A inválida soltou uma risada dissimulada, eu ignorei, puxando meu braço de volta e me preparando para deixar Lisa falando sozinha, então a barra de ferro despencou sobre a minha cabeça novamente. "Eu não mandei você sair." Lisa disse e eu voltei o meu olhar para ela, notando que a haste havia sido tirada do lugar de novo e propositalmente.

Esfreguei o topo da cabeça, "Ouch."

Lisa bufou, saindo da barraca, "Você me irrita."

Já sabendo onde estava o erro, eu consertei a barraca. O galo na minha cabeça provavelmente não teria conserto até que eu chegasse em casa e encontrasse gelo. Isso se eu tivesse uma casa para voltar. Talvez Joy pudesse me dar uma carona de volta para casa. Eu apenas escreveria um bilhete para Lisa explicando os meus motivos para ter errado e voltaria a viver a minha vida sem ela. E eu talvez faria voto de castidade e iria para um convento. Eu não queria compartilhar minha vida romanticamente com mais ninguém. Os inválidos deveriam agradecer por serem como são, pois nessas horas eu adoraria não sofrer por amor.

Para a minha grande falta de sorte, Joy estava ocupada procurando um novo lugar para estacionar o seu jipe, porque ela havia levado uma multa por ocupar a vaga de deficientes. Isso era injusto, Joy era deficiente também, lhe faltavam neurônios.

Eu estava sentada de frente para onde o sol iria se pôr, daqui a algumas horas. O resto dos meus colegas de acampamento tiravam uma soneca para aguentar a noite.

De rabo de olho vi Lisa se aproximar e sentar ao meu lado. Senti meus músculos enrijecerem. O que ela faria dessa vez? Nossos últimos encontros em 24 horas não haviam sido nada amigáveis.

Apertei os olhos, me preparando para a próxima pancada, mas tudo o que ouvi foi a sua voz rouca contra o meu ouvido.

"Ela é melhor do que eu?"

Destinadas (CHAELISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora