Capítulo 59 - Do you hear the people sing?

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O meu celular vibrava na mesa de cabeceira. Eu gemi, tentando ignorar o barulho, afinal, quem ousava me ligar de madrugada? Apanhei o aparelho e deslizei o slide sem ao menos abrir os olhos. Eu estava pronta para resmungar qualquer coisa quando um sussurro soou do outro lado da linha.

"Chaeng? Ei, Chaeng, você está aí?"

Eu me sentei rápido e senti meu corpo congelar, nenhuma voz saía pela minha garganta e eu estava quase me engasgando. Era Lisa. Oh. Meu. Deus. Era a minha inválida.

"Lisa! Oi, meu amor, como você está? Eu estou morrendo de saudades. Lisa? Lizzie?"

A ligação caiu e eu bufei, irritada. Isso era um sonho? Eu estava delirando? O número desconhecido na tela me dizia o contrário. Alguém devia ter visto Lisa no telefone. Ao menos eu sabia que a minha garota estava viva.

Eu procurei o número de Sana no meu celular, era ela quem havia organizado o protesto. Além disso, Jisoo e Jennie não acordariam para me atender, de qualquer forma.

"Sana, a Lisa me ligou! Ela está viva ainda, nós precisamos acelerar isso. Vamos para o Instituto Park e-"

"O quê?" Sana perguntou, sonolenta. "São quatro horas da manhã, me deixe dormir."

"Você não está entendendo! A Lisa-"

"Eu estou entendendo perfeitamente. Mas, Chaeyoung, eu marquei o evento em um horário certo. Você pode apenas dormir agora? Lisa não vai ser assassinada em tão pouco tempo. Relaxa."

Eu ainda tentei contestar, mas Sana encerrou a ligação na minha cara. Eu não conseguiria dormir de novo. De forma alguma.

Algo dentro de mim ansiava pela manhã seguinte, Lisa poderia ter ligado para avisar que estava bem, mas, por outro lado, ela também poderia ter ligado para se despedir — e era essa a parte que me atormentava e impedia meus olhos de descansarem.

Eu passei tanto tempo me torturando com esses pensamentos que sequer notei quando o sol nasceu.

A luz já havia invadido todos os cômodos da casa, Marco era o único acordado. Eu estava aguardando que desse a hora da intervenção. Sana prometeu que passaria aqui com Tzuyu para me buscar.

Marco havia feito panquecas para mim e cantado uma música para me acalmar. Ele poderia ser facilmente cantor, pois a sua voz era linda. Eu me arrependi de não ter dormido como Sana mandou, pois agora eu estava caindo de sono.

O celular não havia tocado sequer uma vez. Eu tinha medo que eles tivessem feito algo com a minha Lisa, mas eu preferia acreditar na hipótese de que nada ruim tinha acontecido.

Uma buzina soou alta no exterior e eu dei um pulo, correndo até a porta. Era o carro de Sana, eu me despedi de Marco e corri até o automóvel. Sana usava um óculos escuro e Tzuyu ainda dormia no banco traseiro. Eu me sentei ao lado de Sana e forcei um sorriso.

"Você está péssima." Ela concluiu, após avaliar o meu estado zumbi.

"Você costumava ser mais gentil quando nós ficávamos." Retorqui. "Aliás, suas cantadas eram ótimas."

"Obrigada."

Eu balancei a cabeça em negação, desviando o olhar para trás e me certificando de que Tzuyu não havia ouvido a conversa. Eu sabia que ela não se importava com essas conversas, mas nunca se sabe quando uma crise de ciúmes inventa de atacar.

A sede do Instituto Park já estava cercada de pessoas. Eu rolei os olhos, só o que me faltava já estar tendo algum outro protesto, isso tiraria o foco de nós. Tzuyu acordou no banco de trás e enfiou a cabeça pela janela.

Destinadas (CHAELISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora