Destinadas (CHAELISA)

Capítulo 15 - The Limario Thing

Chegou sábado, o dia das despedidas. Não havia nenhum drama dessa vez, pois eu voltaria. Eu tinha certeza de que as informações que colhi haviam sido valiosas, porém, muito poucas. Os dias que se seguiram desde aquela quarta-feira foram completamente normais e nós não tocamos mais no assunto do almoço em família.

Bem, Marco ligou se desculpando por qualquer que fosse a coisa que Chitthip houvesse dito, mas eu não esperava nada diferente dele, Sr. Manoban era uma pessoa admirável.

Lisa me beijava o máximo de vezes possíveis pelo dia, ela, inclusive, inventava pretextos para isso. Era o beijo de bom dia, o beijo de café da manhã, o beijo do almoço, o beijo de boa tarde, o beijo de café da tarde, o beijo de bom anoitecer, o beijo de bom jantar, o beijo de boa torta de maçã e o beijo de boa noite. Além disso, ela costumava dar um beijo de bom banho, às vezes. Provavelmente os seus lábios já haviam deixado uma marca no meu rosto.

"Beijo de adeus." A inválida disse, depositando um beijo em cada bochecha.

"Certo, Lisa." Eu disse, me desprendendo dela. "Você já me deu um beijo de adeus."

"Bom, ainda falta o beijo de boa viagem."

Eu deixei que ela me beijasse novamente, antes de entrar no táxi rumo ao aeroporto. Após as cinco horas de voo, fui direto ao Instituto de Pesquisas, eu queria terminar logo tudo que tivesse que fazer por ali para poder aproveitar meu tempo livre com minha família e com minhas amigas.

Nesse dia, especialmente, tudo estava parado. Logo que atravessei a porta do prédio, avistei a Doutora Wendy tomando café, seus cabelos tinham uma tonalidade diferente, eu apostava em um loiro, ela me reconheceu facilmente e veio até mim.

"Srtª Park?" A mulher ergueu as sobrancelhas, surpresa.

"Olá, doutora. Por favor, me chame de Chae." Eu ri.

Nós entramos, levamos algum tempo para perder as formalidades com nossos nomes e fomos sentar na cafeteria, que era nos fundos do local. Eu não havia marcado um horário com o Doutor Jimin, portanto, não importava que me demorasse um pouco com Wendy.

"Estou feliz de te ver." Wendy sorriu, deixando a mostra todos os dentes. Era um dos sorrisos mais bonitos que eu já havia visto, passava tranquilidade.

"Fico feliz em te ver também."

"Bom, você sabe, eu não esperava de te ver assim..." Ela me analisou. "Viva."

Eu engoli em seco, falando desse jeito até parecia mesmo que Lisa era uma fera. Às vezes eu me surpreendia com o estado emocional em que fiquei logo que recebi a notícia de ser emparedada a uma inválida. Eu fui bastante madura. Da forma como os próprios médicos e cientistas reagem, seria muito comum eu ter um surto psicótico e me negar a ir.

"Se você tivesse Lisa como paciente, mudaria a sua visão. Ela é um doce de pessoa, basta saber lidar."

Wendy assentiu com a cabeça, "Que bom que vocês tiveram uma boa relação. Hum, seria estranho eu perguntar se... Uh..." Wendy hesitou. "Já rolou algo?"

Eu soltei uma gargalhada e ela me acompanhou, só agora eu pude reparar que Wendy era uma médica bastante jovem.

"Uh, não. Nós estamos indo para um estágio de amizade... E eu, sinceramente, não pretendo ir além disso." Suspirei pesadamente. "Apesar de tudo, ela é uma inválida e eu não sei se poderia compartilhar algo mais forte com alguém que não é capaz disso."

"Você está certa... Mas talvez devesse dar uma chance." A doutora deu de ombros. "Acho que eu vou dar."

Uni as sobrancelhas, sem entender o que ela quis dizer com aquilo, mas não tive tempo de perguntar, pois ouvi aquela voz masculina e bastante conhecida soando atrás de mim.