Capítulo 54 - Spread Love Not Fake

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Doutora Wendy havia me ligado e convidado para passar no seu consultório, ela estava de volta. Eu já estava mesmo pensando em procurá-la, então me pus a caminho imediatamente.

Havia um pequeno tumulto em frente ao Instituto Park, e eu não podia afirmar com certeza, mas parecia-se com um protesto. Pessoas seguravam placas com os dizeres "Spread Love Not Fake" e gritavam algumas palavras ininteligíveis. Eu adentrei o local pela porta lateral, evitando o mar de gente.

O recepcionista estava ocupado em uma ligação, então eu apenas fiz menção de que subiria e ele assentiu, afinal, já estava acostumado a ver minha cara por ali.

Wendy estava na sua sala, debruçada sobre uma pilha de papéis e concentrada na tela do computador. A mulher sequer viu quando eu abri a porta.

"Com licença?"

"Oh, entre, Chaeyoung." Ela disse, ainda de sobrancelhas unidas. Eu senti falta do seu sorriso caloroso e acolhedor.

Sentei na sua cadeira fofa e macia, "Hum, você está ocupada? Eu posso voltar outra hora..."

"Na verdade, estou." Wendy riu. "Mas o que eu puder adiantar agora, eu farei." A doutora procurou por algo na sua máquina e ligou a lousa touch atrás de si. "Os últimos resultados do teste de IRM da Lisa estão prontos."

Meu peito se apertou. Lisa e eu estávamos bem e felizes, mas nunca se sabe quando tudo vai desabar. Especialmente quando se trata de nós. Eu preguei um olhar agoniado na médica, preparando-me para as informações.

"Oh, não..." Wendy me consolou. "Não faça essa cara. Está tudo ótimo com Lisa, veja só." Ela passou uma imagem do seu cérebro. "Cada vez mais pontos acesos. Isso é ótimo, uma grande evolução. Eu diria que Doutora Destino ganhará um prêmio nobel por isso."

"Por isso o quê? Lisa se apaixonou por mim, não por você." Debochei. "Quero meus cinquenta por cento."

Wendy rolou os olhos, "Antes de mim você não sabia nem o que eram mosquitos transgênicos, por favor." Ela espalmou a mão no ar e eu soltei uma risada alta.

Era sempre divertido passar algum tempo com Wendy. Especialmente porque ela sabia como me deixar confortável antes de jogar uma bomba sobre mim. E eu sabia que havia algo de errado, talvez não com Lisa, mas alguma coisa estava acontecendo.

"O que são todas aquelas pessoas lá fora?" Eu perguntei, fazendo-me de desinteressada.

Wendy foi até a janela, dando uma boa olhada, "Oh... Informações confidenciais, Chaeyoung."

"Parece-se com um protesto."

"É, as pessoas estão revoltadas com o Jimin porque..." A mulher cobriu a boca com a mão. "Oops."

"Porque...?" Ergui as sobrancelhas, encarando Wendy intensamente.

A doutora bufou, vencida, "As máquinas estão com algum defeito! Eu estou tentando encontrar algo, mas não sou técnica." Seus ombros caíram. "Grandes problemas, Chaeyoung. Nós até mesmo convocamos a comissão de outro país para uma reunião."

"Oh, que droga." Lamentei. "Isso afeta Jennie e Jisoo, não é?"

"Muito além disso."

Eu quase me ajoelhei e agradeci por já ter sido emparedada com Lisa antes das máquinas enlouquecerem. Imagina se eu, por um erro técnico, fosse emparedada a outra pessoa? Eu realmente tive sorte.

Logo abandonei Wendy com seu semblante de preocupação e tracei meu caminho até a saída — mas não sem antes passar na cafeteria do Instituto Park, onde eles vendiam mais do que café e eu podia engordar sem ninguém me regulando.

Destinadas (CHAELISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora