Capítulo 16 - Kiss Me Like You Wanna Be Loved

2.3K 302 277
                                    


Eu sequer preguei os olhos durante o voo, apenas a voz de Sehun ecoava na minha cabeça. Ele sabia que Limario era na verdade Lisa ou que eu havia sido emparedada a um ser humano inválido? Certamente essa notícia iria vazar rápido e eu preferia que saísse da minha boca. Ainda mais porque fui eu quem iniciei a mentira sobre existir "Limario". Na época eu não estava muito bem em relação a ser emparedada com uma garota.

Quando o avião pousou o céu já estava escuro, as longas horas de viagem haviam cansado não só o meu cérebro, mas também o meu corpo. Eu atravessei a sala de embarque, que estava vazia, a não ser por uma pessoa com um chapéu parecido com o que Sehun usava há algumas horas atrás, porém os cabelos negros que lhe caíam em cascatas não me enganavam.

"Lisa?" Eu chamei um pouco alto e a garota se virou, revelando um rosto aliviado.

"Inferno, Chaeyoung! Pensei que o seu avião tivesse caído."

"Para a sua infelicidade, eu estou viva."

A inválida me deu a língua e agarrou o meu braço, me guiando até o estacionamento.

"Nós não vamos encontrar um táxi a essa hora." Resmunguei.

"Eu vim de carro." Lisa rodou a chave do veículo no dedo.

Eu a encarei, "E desde quando você tem um carro?"

"Não te interessa." Ela respondeu convencida e me lançou um olhar divertido, logo após eu rolar os olhos. "Brincadeira. Eu tenho desde que saí de casa, mas ele estava no conserto há algumas semanas."

Eu apenas concordei com a cabeça, indo em direção ao único carro no local: um Porsche preto. Eu tinha ideia de que Lisa não era pobre, mas não imaginei que ela fosse tão rica assim. Quero dizer, eu teria que vender os rins da minha família inteira para possuir um carro daqueles.

A garota fez o tipo gentil e abriu a porta para que eu entrasse, depois deu a volta e fez o mesmo. Eu afundei no banco de couro, o interior do automóvel tinha o cheiro de Lisa, era impossível não aspirar o seu perfume.

A inválida tirou o chapéu e jogou no banco de trás, dando partida. O trajeto até a casa, eu sabia, não era dos mais curtos.

"Como você sabia a hora que eu iria chegar?" Eu perguntei, enquanto me distraía olhando a paisagem pela janela. Bem, estava escuro, não dava para ver muita coisa.

"Eu não sabia." Lisa respondeu e eu desviei o olhar para ela. "Eu fiquei te esperando."

"Desde manhã?"

A inválida assentiu, como se fosse algo muito natural.

"Você é louca, Lisa." Eu completei, desaprovando com a cabeça.

"Talvez eu esteja ficando..." Ela concordou em um tom quase inaudível e eu fingi que não ouvi.

Nós conversamos sobre como as ruas estavam vazias, considerando que ainda não era tão tarde assim, devia ser quase 9pm. Eu já estava começando a me acostumar com o seu aroma impregnado no carro. Era até bom. Na verdade, era delicioso, mas eu buscava não pensar muito sobre isso.

Eu estava vegetando, ouvindo algumas músicas indies do iPod da inválida, que estava conectado no player do carro, quando senti o automóvel frear. Olhei através do vidro e reconheci o cenário, era a jaula do tigre, só que agora era um pouco estranho chamar assim, eu considerava aquele lugar como o meu segundo lar.

Eu abri a porta do carro, mas Lisa não fez menção de que sairia dali também.

"Você não vem?" Eu perguntei, puxando minha perna para dentro do carro de novo e fechando a porta. Fazia um pouco de frio.

Destinadas (CHAELISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora