Capítulo 37 - Dream

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Certa vez Sana disse que Lisa não sabia jogar — e ela repetiu isso há pouco tempo atrás, mas Lisa estava se mostrando uma ótima jogadora. Ela me ignorava, maltratava, mostrava um lado emocional para me amolecer e voltava a me ignorar. Era um loop infinito.

Porém a inválida não era a única que sabia jogar. Se Lisa gostava de parecer desapegada e fazia questão de esfregar na minha cara que saía, beijava e dormia com outras pessoas, eu também podia fazer isso. Eu realmente não acreditava que Lisa fizesse sexo com algum desses caras, afinal, ela quase teve um acidente vascular cerebral quando eu toquei a barra da sua calça de pijamas.

Eu poderia jogar o seu jogo por um curto espaço de tempo.

Tudo se encaixou perfeitamente: o jipe gay de Joy foi guinchado por ela tê-lo estacionado em um estacionamento privado — Joy precisava de algumas aulas de auto escola —, portanto, nós tivemos que pegar carona com Lisa e Jungkook para irmos embora. Yuna iria se apertar no carro de Yura, pois Sana sempre dava um jeito de acolher mais alguém. É claro que nós ainda teríamos de aturar a insuportável da Hyuna, mas eu podia lidar com isso.

"Estou emocionada." Jihyo enxugou uma lágrima. "Adeus acampamento de primavera no inverno."

"Prontas?" Jungkook gritou, dirigindo-se a mim e Joy. Joy assentiu e eu arremessei nossas mochilas para o garoto pôr no porta-malas.

Hyuna estava atrás do banco de passageiro que Lisa ocupava, a inválida azeda estava concentrada no seu iPod e com fones nos ouvidos. Ou ela não gostava muito da minha companhia e de Joy ou estava de TPM. Eu aposto na primeira alternativa.

Não demorou para que déssemos partida e em alguns minutos na estrada o clima já estava entediante.

Um silêncio incomodo circulava, então eu resolvi colocar meu plano em prática e colei meus lábios nos de Joy. Ela retribuiu o meu beijo e nós ficamos nos amassando como se não houvesse ninguém no carro.

Nós nos descolamos por alguns segundos para tomar fôlego e eu percebi que Hyuna havia tirado um dos fones e nos encarava como se fôssemos loucas pervertidas. Lisa assistia tudo pelo espelho retrovisor, ela provavelmente não notou que eu vi seu olhar indiretamente voltado para mim.

Assim eu beijei Joy de novo. E de novo. E eu não aguentava mais os seus lábios, mas eu esperava a hora em que Lisa tivesse um surto de ciúmes e exigisse que eu parasse com aquilo porque eu a pertencia. Eu era totalmente dela. Será que essa cena não lhe causava nem um pouco de irritação?

Bem, é claro que nada aconteceu.

"Ok, tchau, Chae." Joy me abraçou. Jungkook a levaria até o aeroporto e é claro que eu iria ficar com a minha garota inválida. "Se precisar de mim novamente... Sempre disponível." Ela piscou.

Eu apenas ri. Eu não queria beijar Joy pelos próximos trezentos séculos.

Eu segui Lisa para dentro da sua casa, tudo estava perfeitamente arrumado, talvez ela tivesse pago uma empregada. Aquilo ainda se parecia com uma república universitária, mas uma república universitária limpa.

Lisa subiu as escadas, avisando que iria tomar banho e dormir, e que não era para eu perturbá-la. Como se fosse eu quem acordava as pessoas com tapas no rosto e de formas não muito delicadas.

Eu esperei que Lisa sumisse do meu campo de visão para correr até a sua mochila jogada sobre o sofá. Eu sempre encontrava algo quando resolvia mexer nas coisas alheias. Às vezes não tão agradáveis quanto esperava.

Além das suas roupas com seu extremamente bom cheiro e alguns absorventes higiênicos, eu encontrei dois pacotes de preservativos vazios. Isso significava que, sim, Lisa havia não só dividido a barraca com Jungkook como a feito tremer.

Destinadas (CHAELISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora