Lisa andava em círculos a volta da piscina de casa. Ela estava impaciente e com uma cara nada boa. Já faziam bons minutos que a garota estava no celular.
Havia se passado uma semana, talvez, desde o seu exame. E nada evoluiu. Lisa me tratava bem às vezes — mas esse bem não incluía gentileza ou carinho, ela apenas me poupava de alguns xingamentos e patadas —, já outras...
"Chaeyoung, que merda é essa?" A inválida apanhou uma cueca em um dos pinheiros do quintal.
Eu enfiei meu corpo na sacada do quarto, "Oh, eu não sei! Eu nunca trouxe homens para cá..."
Lisa bufou e lançou a roupa íntima para longe. Eu voltei para a minha tarefa: organizar a bagunça que a garota havia feito no quarto.
É, agora eu era como uma empregada de Lisa. Eu arrumava a casa e cozinhava para ela — mesmo que a inválida fizesse questão de enfatizar "um macaco cozinha melhor do que você", e ela provavelmente tinha razão.
Alguns dias eu tive que aturar a presença de Hyuna, então eu me trancava em algum cômodo da casa até que a inválida azeda fosse embora. Eu não a suportava. Isso não era novidade.
Mas o motivo para que Lisa estivesse tão furiosa no momento não era culpa minha, pela primeira vez na vida. Ela discutia com Jungkook pelo celular, eles travavam uma batalha de quem dizia mais palavrões por minuto, e Lisa parecia estar vencendo.
"Ouça aqui, seu filho da mãe, é bom que você me leve na porra dessa festa. Isso é importante." Ela fez uma pausa. "Não culpe a Hyuna por isso! A culpa é sua, seu pedaço de merda falante."
Eu tentava segurar o riso, enquanto descia a escadaria. Daria para ouvir essa conversa da esquina. Segui até a parte externa para observar a cena. Lisa brava era estupidamente sexy e eu tinha sorte de inválidos não lerem pensamentos ou eu estaria morta.
Finalmente Lisa desligou o telefone.
"Onde você vai?" Eu perguntei, quando o seu corpo passou como um vulto por mim.
"Procurar algo bem grande para enfiar no rabo do Jeon Jeong guk."
Eu não sabia o que de tão grave o coreano havia lhe feito, mas Lisa estava possessa. Seria cômico se não fosse trágico a comparação de que, qualquer mínima coisa desagradável que eu fizesse, deixava Lisa magoada e o seu mundo parecia acabar, mas quando outra pessoa — como o Jungkook — falhava, ela apenas ficava enfurecida — e eu não daria dois dias para que essa fúria toda de dissipasse.
Se algo nessa situação me consolava, era o fato de que, se isso acontecia, era porque Lisa era emocionalmente mais ligada a mim e depositava mais em mim do que em qualquer outra pessoa.
De repente a garota apareceu na sala de estar com um taco de baseball.
"Vai enfiar isso no rabo do Jungkook?" Eu ri.
"Não, esse eu vou enfiar no seu, se não calar essa maldita boca."
Eu cobri a boca com a mão, ainda tentando não rir. Eu não sabia se Lisa teria coragem de me agredir, mas eu não apostava nisso. Além disso, se ela quisesse enfiar algo no meu rabo, de certeza não seria um taco de baseball.
Lisa soltou um longo suspiro de frustração e desabou sobre o sofá, "Ele não vai me levar à festa do museu. Ele sabia que eu queria ir e que era importante para mim, mas, não, ele preferiu ir para a praia de novo." A garota balançou a cabeça em desaprovação. "E ainda tentou por a culpa na Hyuna. Ele poderia ter recusado o convite, ela não o obrigou a ir."
Eu me aproximei, sentando no tapete branco e fofo que me lembrava Leo.
"Oh, ele é um grande idiota, Lisa. Mas eu posso ir com você nessa festa do museu, eu prometo que não abro a boca para falar nenhuma besteira." Uma lâmpada se acendeu sobre minha cabeça. "Eu sei a linguagem de sinais, eu poderia fingir que sou muda-"
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Destinadas (CHAELISA)
Hayran KurguDESTINADAS (ADAPTAÇÃO CHAELISA) Em uma época onde o mundo está tentando se recuperar das consequências deixadas pelas guerras, tenta-se encontrar formas mais rápidas de deixar o planeta um lugar bom de novo. Após grandes períodos de ódio gratuito, i...