Como eu não era uma pessoa com muita sorte, estava passando uma maratona de filmes românticos. Eu, obviamente, acabei caindo no sono e quando acordei já havia amanhecido. A primeira coisa que notei ao abrir os olhos foi Lisa falando baixo no celular.
"Diga a ela que eu irei (...) Sim, agora mesmo (...) Te amo."
Te amo? Diga a ela que eu irei? Ama quem e irá aonde? Lisa desviou o olhar para mim e eu fingi estar dormindo. Eu precisava descobrir mais sobre a minha garota e essa era uma boa oportunidade de investigar a sua vida.
Devia mesmo ser alguém importante, pois eu nunca havia ouvido um "eu te amo" sair da boca da inválida e pensei que jamais ouviria. Eu esperei que ela saísse para ir atrás, eu tomei cuidado para que Lisa não me notasse enquanto eu a seguia. O caminho era um pouco, para não dizer bastante, longo, mas eu consegui me camuflar bem.
Lisa parou em frente a uma bonita casa, um quintal com grama verde e fechado por uma cerca viva bem cuidada, eu aproveitei para me esconder atrás dela, enquanto Lisa ia até a varanda, tocar a campainha.
Um garoto moreno apareceu, abraçando e puxando-a para dentro.
Eu esperei do lado de fora por cerca de uma hora, mas a inválida não deu sinal de que sairia de lá tão cedo, então tomei um táxi de volta para casa. Ela não podia ter ideia de que a segui.
Eu, realmente, não sabia quem essa garota era. Só sabia que a cada dia ela ficava mais estranha e diferente do que eu imaginei.
Quando cheguei em casa, me joguei sobre o sofá e fiquei na mesma posição em que estava antes de sair. Eu folheei alguns canais na TV, mas não passava nada que prendesse a minha atenção. Talvez porque a minha atenção estivesse em outro lugar.
A maçaneta girou, uma meia hora após eu ter chegado e Lisa veio em direção ao sofá com o rosto molhado e os olhos vermelhos, eu me sentei para observar melhor a cena.
"O que aconteceu?" Uni as sobrancelhas, preocupada. "O que fizeram com você?"
A inválida deitou a cabeça nas minhas pernas e se encolheu em posição fetal ao meu lado, ela soluçava incessantemente.
Eu estava mesmo me importando com a razão de todo aquele pranto. Lisa era uma inválida, um desses seres sem sentimentos, portanto, para ela estar desse jeito, tinha que ter acontecido algo muito grave. Vê-la sofrendo partia o meu coração. E, droga, eu não gostava de sentir isso.
"Lisa! Por que você está chorando?" Eu me curvei para encontrar os seus olhos, mas eles estavam cerrados. "Oh, pare de chorar! Por favor, eu não gosto de ver as pessoas chorando. Eu sequer sabia que inválidos sofriam."
Então a garota começou a chorar ainda mais e eu me amaldiçoei por não saber usar as palavras muito bem. Eu enfiei meus dedos entre as mexas dos seus cabelos, acariciando-a, e, finalmente, sua respiração ficou mais controlada.
"Você quer me contar sobre o que são as suas lágrimas?" Eu insisti, mas a inválida negou com a cabeça. "Tudo bem. Eu acho que nós devemos comer algo, hum, mas você não está bem para cozinhar."
Eu acabei tomando a decisão de pedir pizzas, nós ainda não havíamos almoçado e já estava passando da hora. Além disso, pizza nunca é uma opção ruim. O entregador não demorou muito a tocar a campainha, então eu pedi a Lisa que me esperasse no sofá, pois eu iria pegar alguns pratos, guardanapos e refrigerante para nós, mas a garota me seguiu, ficando colada em mim durante todo o processo.
Nós voltamos para frente da televisão, onde passava o filme de "O Pequeno Príncipe" e eu sabia que ela gostava, mas, ainda assim, a inválida parecia infeliz e triste.
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Destinadas (CHAELISA)
FanfictionDESTINADAS (ADAPTAÇÃO CHAELISA) Em uma época onde o mundo está tentando se recuperar das consequências deixadas pelas guerras, tenta-se encontrar formas mais rápidas de deixar o planeta um lugar bom de novo. Após grandes períodos de ódio gratuito, i...