Capítulo 30 - Park Chaeyoung's Girl... Or not anymore

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O sol quente queimava a minha pele. Oh, céus, onde eu estava? Chacoalhei a cabeça, tentando acordar, aqueles remédios realmente faziam efeito.

Eu me encontrava dentro do carro de Lisa, coberta pela sua jaqueta, nós ainda estávamos na estrada, aparentemente, mas a inválida não ocupava o mesmo espaço que eu.

Foi quando olhei através da janela, que percebi Lisa conversando com um rapaz moreno, a conversa parecia animada, pois eles riam. Ele estava um pouco sujo e com uma caixa de ferramentas na mão, portanto, eu supus que estivesse trocando o pneu para nós.

O homem tocou a cintura de Lisa, prensando-a contra o capô do carro. O que ele estava pretendendo fazer com a minha inválida? Eu só tinha a visão do rosto dele, mas ela com certeza não estava gostando daquilo. Quero dizer, Lisa era uma travada.

Seja lá quem esse cara fosse, ele estava flertando com a minha garota, e ninguém flerta com a garota de Park Cheyoung.

Eu vesti a jaqueta de Lisa e penteei meus cabelos com os dedos, antes de abrir a porta e seguir até onde eles estavam.

"Ei!" Eu gritei. Os dois me olharam de cima a baixo, segurando uma risadinha. O que havia de engraçado?

"Gostei do estilo." O cara disse, com um sorriso cafajeste no rosto. Só então eu olhei para mim mesma, notando que vestia jaqueta de couro e coturnos por cima de um pijama rosa, estampado de unicórnios gays.

Lisa me ignorou, voltando sua atenção ao homem, "Nos vemos outra hora, David. Eu preciso levar essa criatura embora."

Criatura? Eu cruzei os braços sobre os seios, esperando que ela se descolasse do tal "David". Me doía admitir, mas o rapaz era realmente bonito. Ele era como uma versão masculina da Lisa, com uma barba mal feita e um sex appeal que se espalhava como fogo em álcool.

David selou os lábios de Lisa, me deixando boquiaberta. Eles estavam... Namorando? Quero dizer, Lisa tinha um namorado enquanto eu estava sofrendo? E eu me sentindo mal por causa da Joy. Se eu soubesse, teria ficado com a garota grudenta antes.

A inválida veio na minha direção, me empurrando pelos ombros para dentro do carro.

"Devolva minha jaqueta e meus coturnos." Ela disse, assim que nós entramos no automóvel, me encarando pelo retrovisor. "Eu comprarei sapatos para você no caminho ao aeroporto."

"Como assim aeroporto?" Perguntei, fechando o zíper da jaqueta. Eu não a devolveria tão cedo.

Lisa virou o rosto para trás, olhando no fundo dos meus olhos com as suas órbitas escuras, "Ora, você vai voltar para a sua casa."

"Lisa! Não..." Eu ri. "A minha casa é no seu coração." Espetei do dedo no seu peito.

"Não" A garota tomou o volante e ligou a ignição.

Eu não podia voltar para casa agora, eu sequer havia encontrado um jeito de me desculpar, e eu não o encontraria no trajeto até o aeroporto, era relativamente curto para que eu pensasse em algo e colocasse em prática.

A única opção que me restou não foi muito amigável, mas, bem, era o único modo de ganhar tempo com a minha inválida.

"Você é uma inválida, Lisa. Não importa se você tem mais dinheiro, se lê mais livros, se dirige um Porsche ou se é mais forte do que eu. Eu continuo tendo sangue puro e, na hierarquia social, eu estou acima de você."

Lisa me encarou, incrédula, "Eu estou realmente ouvindo isso?"

"Eu mando, você obedece." Enfiei as mãos no bolso e encarei a paisagem lá fora, ignorando a inválida, eu não gostaria de encarar seus olhos gelados e furiosos. Eu realmente havia dito aquilo. Lisa fez a volta, tomando uma caminho desconhecido. Bem, pelo menos ela não estava me levando até o aeroporto.

Destinadas (CHAELISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora