Dois dias se passaram desde o pior aniversário da minha vida. Eu decidi que se Lisa não me queria na sua casa, eu lhe daria um tempo de mim. Ela parecia esgotada da minha companhia e minha presença não estava lhe fazendo bem.
Ainda assim, eu não queria ir embora, era apenas questão de algumas horas para que a inválida pensasse nas suas atitudes — e que não importa como as minhas haviam lhe afetado, ela não tinha o direito de devolver em doses piores.
Eu não conhecia ninguém que tivesse uma casa para eu ficar além de Lisa, sua família e Sana. Bem, eu conhecia a Kanda, mãe da pequena Pranpriya, mas eu não tinha nenhuma intimidade e não gostaria de encarar uma mini-Lisa todos os dias, mesmo que ela fosse a criança mais linda de todo o mundo.
Felizmente, Wendy me salvou. Ela me indicou o endereço da sede do Instituto Park de Bangkok, lá eu fui recebida pelo diretor do Instituto. Ele me levou até um campus com repúblicas onde pessoas com o meu destino costumavam ficar quando algum problema acontecia com os inválidos.
O prédio era praticamente vazio, visto que o meu caso era raro. Eu tinha todo um apartamento apenas para mim. Haviam apenas algumas coisas antigas do antigo morador, mas eu não me atrevi a tocá-las. Coisas boas nunca aconteciam quando eu invadia a privacidade alheia.
Eu passei os dois dias assistindo filmes de colegial e trocando mensagens com minhas amigas. Eu não dei nenhuma satisfação para Lisa de que iria embora, eu apenas fui.
Após esse tempo, supus que Lisa já estivesse com a cabeça no lugar. Tomei um táxi e pedi que ele me deixasse em frente a galeria, eu sabia que esse era o turno da inválida. Eu vesti uma roupa qualquer, o plano de conquistar Lisa não consistia em seduzi-la. Eu apenas queria que ela soubesse que eu sentia muito e que estava ali por ela. Eu faria qualquer coisa pela minha garota.
Empurrei a porta de entrada da galeria, Lisa e Jihyo ergueram os olhares até mim. A minha inválida soltou um suspiro e jogou a cabeça para trás. Será que ainda assim ela não estava contente em me ver?
Jihyo tirou a mão que depositava no ombro de Lisa e veio em minha direção com os braços abertos, "Ei, você está viva."
Eu a abracei, "Eu não morreria sem lhes dizer adeus." Forcei um sorriso. "Estava preocupada?" Desviei o olhar para Lisa, por cima do ombro de Jihyo.
"Isso é um pouco óbvio." Ela fechou a cara em um semblante frustrado.
Ergui as sobrancelhas. Pois para mim isso não era nada óbvio. Lisa continuava imprevisível. Afinal ela se preocupava ou não comigo?
"Então você ainda se preocupa comigo." Segui até a mesa onde a minha inválida estava e Jihyo veio atrás, hesitante.
Lisa sorriu cínica e espalmou as mãos da madeira da mesa, se inclinando em minha direção e fazendo um contato visual intenso, "Chaeyoung, você já parou para imaginar se, de repente, você some durante o tempo que está comigo? Você sabe quem seria culpada ou acusada de tê-la sequestrado, torturado, estuprado e matado? Você já imaginou se por um acaso você morre nas minhas mãos?" A inválida desviou o olhar do meu. "Não haveria julgamento. Eu seria autodeclarada culpada."
Jihyo afastou nós duas com as mãos, "Calma, Lisa, fica na sua." A morena passou o braço sobre os meus ombros, "Vamos lá para cima, Chaeyoung, vou te apresentar o terceiro andar."
Jihyo me levou até o terceiro andar, como dito. Parecia-se com um antigo museu, haviam esculturas e estátuas, mas ela não parecia realmente interessada em me dar aula de artes. Jihyo parecia estar tentando me salvar de levar alguns tapas de Lisa. Ela pareceu estar explodindo de raiva há alguns minutos atrás.
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Destinadas (CHAELISA)
FanfictionDESTINADAS (ADAPTAÇÃO CHAELISA) Em uma época onde o mundo está tentando se recuperar das consequências deixadas pelas guerras, tenta-se encontrar formas mais rápidas de deixar o planeta um lugar bom de novo. Após grandes períodos de ódio gratuito, i...