"Há um lugar onde os amantes vão, para chorarem seus problemas. Eles o chamam cidade solitária, onde os corações partidos ficam."
Isso é tão Solange!
E se eu dissesse que nada do que eu pensei que seria, é?
Digo, fora as decepções, pós, líquidos e injeções, nossa história foi feita para contos de fadas. Literalmente.
Naquele dia, Jake pediu para que eu fosse buscar algumas frutas à casa de Elis. Era minha única amiga no momento, e mesmo sabendo o quão chata ela era com o acontecido das drogas... Eu precisava contar com alguém.
A busca pela reciprocidade.
Eu estava cansada de ser abandonada. Eu já não queria me sentir assim. Eu não conseguia conter o choro dentro de mim. Doía demais. Eu queria poder gritar o que realmente sinto. Eu queria ser livre. Apenas.
Oh, céus! Quanta dor. Quanta mágoa. Quanto medo e quanta angústia. Eu não quero ficar sozinha. Só Deus sabe o que estou sentindo.
Elis me recebeu sorrindo. Ela sabia que não aceitaria mais nenhum tipo de drogas ou coisas parecidas. Ela estaria feliz por mim, e eu também.
Estava com seis meses de gravidez, eu não teria coragem de machucar minha filha. Não mais.
Dona Lea havia dito que podia ser uma menina! Mas eu tinha a certeza. Era uma menininha!
"Eu sei que você sabe Elis." Disse e segurei sua mão. Ela continuou olhando indecisa para mim. "Eu sei que Jake está preocupado com a minha saúde. Mas não é necessário. Eu sei que Lexi esteve lá. Que ela ameaçou ele. Só preciso saber o que ela poderia ter dito para ele estar tão... estranho." Falei e olhei para os olhos dela.
"Sol..." Ela começa, hesitando novamente, respira fundo. "Jake fez dezoito há algumas semanas, não é?" Eu assinto. "Bem... Lexi disse que seu pai tem essa informação. E alguém disse que você estava aqui com um garoto." Ela explicou. Eu fitei a madeira da mesa e começo a pensar. Eu sei o que meu pai fará.
Ele não estava me deixando em paz. Ele sabia o tempo todo onde estava.
Ele estava esperando Jake fazer dezoito para...
"Seu pai planeia processar Jake. Por cárcere, rapto de menores, e... bem... tráfico de droga." Ela falou. Eu abanei a cabeça e respirei fundo.
Houve algum silêncio. Por longos dez minutos. Eu pensava no que Jake pensava. Ou ao menos tentava.
O que então ele planejava?
"É uma mentira de Lexi." Falei. "Só pode ser." Olhei novamente para Elis, que me olhou com pena.
Eu odiava causar pena.
"E se não for, Sol? E se realmente seu pai estiver pensando no que Lexi falou?" Ela falou e eu engulo a seco. "Eu sei que ele é seu pai Solange. Mas você não pode permitir que ele continue controlando e manipulando tudo desse jeito. Você veio aqui por livre e espontânea vontade. Permitir que por causa do ranço que sente por Lexi, e o afeto que sente pelo seu pai, Jake vá preso é injusto." Eu assinto.
"Então se for verdade, talvez eu e Jake devêssemos sair." Disse. "Sair de Texas. Talvez..." Hesito ao olhar para o lado.
"Sol... Você não pode se atrever a ir em uma viagem novamente." Elis disse. "Você está em risco de ter o bebé. A qualquer momento. O risco de ser pré-maturo é alto. Você teve contrações ontem, já esqueceu?" Ela perguntou. Eu olho para ela.
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Isso é tão Solange!
Ficção Adolescente[+16] * LIVRO CONCLUÍDO * Eu vou contar uma história que há muitos viveu uma adolescente: Solange. Em 1994, Solange estava se mudando de Texas para Nova Iorque, a cidade grande, com seu pai. A menina sempre viveu na fazenda de sua mãe com os seus...
