"E o se?"

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-Angel. Angel!

Sinto suas mãos tocando meu ombro e meu rosto, mas não consigo abrir os meus olhos. O pesadelo que vivi á dois dias atrás me assombra até nos sonhos.

-Aaaaaa.

Grito levantando rápido dando de cara com ele me olhando preocupado. Respiro rápido olhando por todos os lados do quarto. Estou tremendo e suando frio.

-Ei, está tudo bem. Eu to aqui. –Coloco a mão sobre o meu peito e fecho os olhos tentando acalmar a minha respiração e meu tremor. –Ta melhor?

Balanço a cabeça repetidamente em sinal positivo e abro os meus olhos encarando aquele rosto que já me é tão familiar.

-Espero que o pesadelo não tenha sido com ontem, não quero ninguém vestindo cintos de castidades por minha culpa.

Tento sorrir um pouco ficando mais calma, ao contrario dele que mostra um sorrisinho nos lábios mas a preocupação em seus olhos é evidente.

-Seria melhor do que sonhar com...

-A noite anterior? –Confirmo com um aceno. –Não posso te ajudar com isso, queria poder arrancar isso da sua memória...mas não posso, infelizmente não.

Nos encaramos por alguns instantes e não consigo evitar de reparar em tudo. A calça de moletom cinza escura, sem camisa, cabelos bagunçados e olhos de sono. Sinto o cheiro do seu perfume e chego a morder os lábios quando fixo o meu olhar no seu e o dele cravado em minha boca, mas resolvo quebrar o contato.

-Que horas são?

-Quatro e meia da manhã. –Ele responde no automático antes de se levantar em rumo ao banheiro. –Sairemos daqui a pouco, é melhor.

-Melhor pra você é dirigir de madrugada?

Pergunto deixando-me cair de costas nos travesseiros.

-Melhor do que eu atacar você.

-Isso não foi gentil!

-Mas foi verdadeiro.

Ele diz e fecha a porta do banheiro me deixando um pouco estupefata. Sorrio pensando na conversa de ontem à noite, quer dizer então que ele me escolheria! E se eu decidir conquistá-lo, o que aconteceria? Bom senhor Ocornnel, por enquanto você é um homem livre de corpo e alma, mas até quando pode me aguentar?

-Angel!

-O que? O que foi?

Acordo no susto com ele me chamando alto.

-Dá pra você se trocar logo?

Bufo e saio da cama indo pro banheiro. Faço toda a minha higiene apressada depois de tacar uma água no rosto para despertar. Pego a minha mala e começo a caçar qualquer roupa decidindo por uma calça jeans lavada, regata preta, jaqueta e um tênis confortável.

-Pronta?

Ryan entra no quarto depois de ter decido para dar a nossa saída do hotel enquanto eu me arrumava. Claro que diante do seu jeans, camisa polo e sua postura altiva, eu me sinto com uma adolescente rebelde.

-Um segundo. –Falo antes de dar uma golada no champanhe que ele bebeu ontem no quarto. –Agora to.

Falo e ele pega uma sacola plástica na mão e me entrega.

-Pra que isso?

Pergunto.

-Se vomitar no meu carro, eu te pego.

-Não vou vomitar.

-Álcool e estomago vazio nunca combinam.

-Eu vou comer.

Dedo de Moça "Perigosamente Inocente" •Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora