Não! Não importa!

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Ryan sete horas antes

Tentar me distrair em um bar no meio de Los Angeles não foi nem de longe a melhor ideia que já tive. Sentado em um dos bancos cromados, encaro as garrafas expostas atrás do balcão e a linda garçonete na minha frente. A garota é um espetáculo com aquela blusa branca mostrando os seios desnudos com os bicos me convidando ao deleite. O detalhe é que não sinto nada. Não consigo sentir a menor graça nela. Nem mesmo a vontade primitiva que qualquer homem tem de lutar pela fêmea gostosa. Suspiro passando a mãos pelos meus cabelos e puxo os fios para cima tentando pensar em algo que me ajude. Tudo o que eu queria era estar lá naquele apartamento com a minha cara enfiada no meio das pernas dela. Da minha ruiva! Mas o meu orgulho é grande demais para deixar passar em branco toda essa historia. Quero desvendar esse mistério, essa coisa que atormenta á nós dois. Contar meus segredos e entender os dela. Minha confiança já foi quebrada uma vez e agora eu não consigo refazê-la para dar um credito á Angel.

-Mais uma rodada!

Peço sentindo as pálpebras pesadas pelo álcool, mas ainda não estou bêbado o suficiente para esquecer tudo. Fiquei sozinho com alguns seguranças, mas eles não bebem em serviço. Merda! Ninguém para se afundar comigo. Alcanço o celular e ligo para a única pessoa que pode me entender. O telefone toca várias vezes e cai na caixa de mensagens, mas eu vou continuar ligando até que esse babaca me atenda.

-Ryan!

-E o babaca atende! Ponto pra mim!

Digo alto e levanto uma dose tomando-a logo em seguida.

-Nossa quanta graça! Eu estava dormindo. O que você quer?

-Porque as mulheres são tão complicadas?

Pergunto ao meu irmão do outro lado da linha.

-Se descobrir me conte o segredo. –Ele solta uma risadinha antes de voltar a falar. –Porque toda essa barulheira? A onde você esta?

-To em um bar tomando algumas.

-Ah e me deixa adivinhar! Ruiva?

-Aeee! Você ganhou mais um brinde meu.

Viro outra dose.

-Ryan, você já bebeu muito. Está sozinho ai?

-Não. Meus seguranças que não bebem e são caretas, estão juntos. Alias eu devia mudar o nome deles para minhas babás.

-Acho que eles gostariam muito disso. –Adam sorri e continua. –O que aconteceu? Faz o que...uns dez anos que te vi chapar assim?

-Por ai. E o motivo era o mesmo. Angel e eu brigamos porque ela gosta de segredos.

-Toda mulher tem segredos.

-Fetiches?

-Ué, se ela tem uma fantasia muito doida que prefere guardar para ela, qual o problema?

-FETICHEIRA ADAM! –Berro no telefone sentindo a língua dormente. –A Angel trabalhou com isso.

-Como é? Você está dizendo aquela coisa de chicotes e roupas de couro?

-Eu não sei! Só sei que ela era virgem quando transamos. –Mexo na borda do copo com a ponta do dedo, totalmente descontraído. –Eu não sei como. Mas briguei e chamei ela tipo de...puta, vagabunda...sei lá!

-Mas isso não faz o menor sentido. A Angel e isso não tem sentido...e porque diabos vocês transaram?!

-Nada tem sentido! Eu to num bar bebendo, tem uma barman gostosa aqui e eu não to excitado por ela. E olha que os peitos dela são incríveis cara.

Dedo de Moça "Perigosamente Inocente" •Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora