"Preliminares"

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-Sapore d'Italia...

Leio o nome exposto em uma fachada dos restaurantes mais chiques.

-Alguma objeção?

-Não...mas é bem chique aqui e fora do padrão do meu bolso.

Ryan me olha com um sorrisinho maroto e então desce do carro, dá a volta tão rápido que não tenho tempo de abri-la antes dele. Dou uma leve corada ao pegar em sua mão para sair. Acho que não esperava pelo galanteio.

-Acho melhor se acostumar com isso.

-Não. Não vou! –Ryan me olha presunçoso. -De jeito nenhum meu caro!

O manobrista adentra o carro e o leva para estacionar enquanto nós seguimos para dentro do restaurante Sapore. Ryan apóia a minha mão em seu próprio braço e sorri para mim dando um beijo em minha têmpora. Luzes amarelas com clima chique e romântico, tapetes aveludados e algumas poltronas para a espera de mesas. Aproximamo-nos da recepção e uma moça japonesa sorri ao nos ver.

-Signor Ocornnel, è un piacere incontrarti al tuo ristorante. –Dou uma leve franzida de testa ao entender um pouquinho o que ela diz. –Queiram me acompanhar por gentileza.

Pede sorrindo e sai de trás do balcão de madeira cor de carvalho. Um jazz suave no fundo se mistura com o tilintar dos copos de cristais, garfos e conversas em varias línguas. Noto o olhar de varias pessoas em direção á nós e tento me manter neutra focando nos pequenos detalhes dali.

-Porque ela disse em seu restaurante?

Pergunto me inclinando um pouco em sua direção.

-Porque é. Vai ter que acostumar com isso, já que é seu também.

Não fico tão surpresa, mas também não esperava que ele fosse investir neste ramo.

-Não é meu!

-Você carrega o meu nome meu bem.

Reviro os olhos ainda em contradição. Seguimos para o fundo e subimos alguns lances de escadas onde tem o parapeito de vidro mantendo algumas mesas mais afastadas e reservadas com menos iluminação.

-Os senhores desejam algo antes do Chefe Maranezzo vir atendê-los?

-Não senhorita, obrigado.

Ryan responde e a moça sorri simpática.

-Com licença senhor, senhora.

Observo-a se afastar e meu pensamento divaga pelo lugar.

-Está tudo bem?

Ryan me pergunta e me viro para ele.

-Sim.

Respondo e noto como ele pega o celular vincando a sobrancelhas. "Ah não! Hoje você é meu!" Penso de forma egoísta, mas quero que ele esqueça um pouco do mundo e que o mundo se esqueça dele por hoje. Ryan sempre resolve tudo a sua volta, mas hoje o mundo terá que resolver sozinho. Mordo o lábio tomando coragem para tomar a atitude. Me inclino para frente tomando cuidado para que o meu braço não bata nas taças e copos de cristais dispostos, coloco a minha mão sobre a sua com o celular apoiado na mesa.

-Não!

Ele olha para as nossas mãos e então para mim.

-Como?

Viro sua mão e tiro o celular o pegando para mim. Ryan apenas observa os meus movimentos enquanto olho na tela e vejo uma mensagem em vermelho em sua agenda sobre a queda de algo.

-É importante?

Pergunto séria. Ele maneia a cabeça.

-Um pouco.

Dedo de Moça "Perigosamente Inocente" •Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora