"Voltando para casa"

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Alguns dias se passaram e estou trabalhando como auxiliar do CEO. Assim aprendo tudo o que necessário e com descrição. Durante a primeira semana, recebi três ligações do Ryan da qual ignorei. Então não satisfeito, ele me enviou mensagens do qual evito do fundo da minha alma em responder.

Ryan ás 4:15PM de terça-feira: Boa tarde, você está bem? Não consigo me concentrar em nada sem você.

Ryan ás 11:02PM de quarta-feira: Boa noite. Pelo menos está viva?

Ryan 10:33AM de quinta-feira: Bom dia! Ainda sinto sua falta depois de mais de uma semana separados. Não acho que isso significa que estou acomodado.

Respiro fundo e largo o aparelho ao lado e tomo mais um gole do meu café antes de voltar ao trabalho engolindo meus sentimentos juntos.

*

Ryan 6:10PM de quinta-feira: Eu entendi o que quis dizer naquela carta que deixou, mas preciso que me ouça também. Ps. Não faz isso comigo meu anjo.

Me afundo no banco da limusine depois de ler isso. Os olhos ardem e viro para a janela evitando que Daniel veja. O celular apita novamente e tenho até medo de olhar e ser mais uma mensagem dele.

Dr. Rubens 6:13PM de quinta-feira: Boa noite senhorita Rubyen! Tudo certo para assinar os papéis e liberarmos a declaração. Em breve marcarei nosso encontro para assinarem.

Não consigo dizer ou fazer nada.

Ryan 6:22PM de quinta-feira: Acabei de receber a ligação do Dr. Rubens para assinarmos os papéis. Porra Angel! É isso mesmo que você quer? Se me disser que é isso e que não acredita quando digo que eu realmente gosto de você, então eu desistirei de uma vez por todas.

Não consigo segurar e choro silenciosamente soltando o celular sobre o colo. O carro para em frente à entrada do meu apartamento que consegui alugar recentemente e, antes que eu saia, Daniel segura em minha mão.

-Tem certeza disso filha?

Enxugo o rosto e dou uma de sonsa.

-Perdão. O que o senhor disse?

-Você me ouviu muito bem. Porque está tão decidida á se separar dele se o ama tanto?

-O que eu sinto por ele, me faz abrir mão de tudo para vê-lo feliz.

-Mas ele não parece feliz nessas mensagens.

-Porque ele ainda não sabe o que realmente quer!

-E quem é você para saber o que ele sente ou não?! –O olho sem saber o que responder. –Está desperdiçando o seu tempo fazendo isso enquanto poderia estar com ele. Não sou a melhor pessoa para aconselhá-la, mas sou uma das pessoas que sofre até hoje por não ter amado quando pude.

-Este não é o caso.

-Não é. Mas a decisão de deixar é a mesma. Eu deixei ela e você está deixando ele.

Ao dizer isso, seu guarda costas abre a porta para mim e saio do carro ainda em transe. Não consigo entender porque eu estaria errada em minha decisão, quando ela parece à melhor para nós. Assim que abro a porta branca do meu apartamento, Pitéco corre em minha direção passando seu rabo peludo em minhas pernas. Quando mudei para cá, o bichano me tomou por sua dona, ficando atrás de mim o tempo todo até conseguir que eu o deixasse entrar no apartamento. Me agacho e passo as mãos por todo seu pêlo sedoso. O gato rajado e sem vergonha, ronrona e se joga á minha frente para que eu acaricie sua barriga. Mas não se engane! Não é só carinho que o danado quer, ele logo se empertiga e corre até a vasilha para comer mais uma dose de salmão suculento que lhe dou toda vez que chego.

Dedo de Moça "Perigosamente Inocente" •Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora