*Volume 3*

691 38 8
                                    

Fique agora com uma pitada do próximo volume da série "As apimentadas".

Fique agora com uma pitada do próximo volume da série "As apimentadas"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Sentado em um dos cantos mais escuros do Club, estava ele observando minuciosamente a sua "missão". Seus olhos procuravam entender porque aquilo era necessário? Por que tinha de fazê-lo? Droga! Queria dizer não aos seus chefes. Queria dizer que se não tinha ligação com a "Famiglia", não tinha por que aceitar. Mas como diria "não" para aqueles que o tinham salvado não uma vez, mais varias? Como diria "não" para aqueles que além de seus chefes, eram seus amigos? Ele não poderia negar. E mesmo contra, ele estava ali iniciando sua missão. Tinha de ajudar aquela mulher a encontrar seus inimigos. Encontrar aqueles que estavam lhe causando mal. Pro inferno com toda essa merda! Pensou irritado. Ela era aquilo que ele odiava, que a "Famiglia" não tinha comunhão, então por que ajudá-la?

Uma pergunta bem idiota já que ao ter sido convocado para a missão, tivera uma perfeita explicação. Por mais que não tenha sido tão detalhada, foi o suficiente para desanuviar sua mente e sanar suas duvidas. Havia pessoas inocentes sofrendo! E quando pensou em responder: E daí? Sua chefe fez a pergunta desaparecer, já que disse com a voz bem firme que eram pessoas das quais ela se importava. Suspirou alto e engoliu mais uma dose do álcool que desceu queimando sua garganta. Olhou o barman e solicitou mais uma dose com um gesto sutil do copo. No palco, um foco de luz iluminou um ponto específico chamando sua total atenção.

Uma mulher com o rosto ocultado por um chapéu e sombras nos pontos certos, andava com passos ritmados pela musica. Seus gestos eram obscenos e glamourosos, convidativos e arbitrários. Ele sentiu um arrepio lhe subir ao corpo, seus pelos da nuca ficaram completamente eriçados. E ele se pegou pensando em como seria despi-la passo a passo, começando por suas meias até chegar ao chapéu e expor seu belo rosto. Já tinha visto uma foto dela, mas não esperava que ela fosse tão deslumbrante e etérea daquele jeito. Os lábios vermelhos se abriam e fechavam, sorriam e expressavam sem precisar da exposição dos olhos que continuavam ocultos. "Princesa!" A nomeou. "Pequena princesa" corrigiu-se ao calcular a altura dela. E então sorriu diabolicamente de seu pensamento.

De pequena ela só tinha mesmo a altura. E o diabo da mulher não era nem de longe uma princesa, estava mais para uma Rainha do caralho! Os gracejos dela eram tão perfeitos e autoritários. Ele sabia que não poderia deixar se envolver por aqueles seios lindos ou por aquele traseiro exuberante. Virou outra dose de álcool que o barman já tinha disposto novamente em sua mesa e balançou a cabeça dispersando os pensamentos. Mas logo sentiu o sangue se esvair e correr como um louco por suas veias. Ela engatinhou como uma gata manhosa e virou-se de bruços arqueando o corpo com a cabeça jogada para trás. Ele não conseguiu impedir o sorriso zombeteiro e excitado que seus lábios formaram. A cena daquela mulher tendo um orgasmo inundou sua mente com todos os tipos de coisas obscenas que ele faria só para ela chegar até lá.

Se ela era a policial da qual sua chefe havia lhe falado, ele não hesitaria em ser preso e algemado naquele exato momento. Sem duvida não resistiria. Mas antes que mais pensamentos fluíssem lhe tirando o foco, ele se levantou e fez um cumprimento de cabeça em direção ao palco. Por incrível que pareça, ele sentiu e viu que o corpo dela se tencionou e hesitou quase que imperceptivelmente. Ele podia jurar que ela o tinha notado e visto seu aceno. E naquele momento, sentiu-se no dever de cravar em seu cérebro que eles eram opostos. Ela era a lei - que ele não concordava - e ele era o crime - que ela abominava -. Ela era a ordem e ele uma total desordem!

~~

Assim que colocou os pés no palco, Carolina sentiu a paz inundá-la. Era sempre assim. A dança lhe trazia a calma, a paz de espírito e a fazia esquecer-se de todos seus pesadelos. Todos os problemas do dia ou da vida desapareciam por aqueles míseros minutos. O foco de luz a iluminou e dificultou que visse seus expectadores da noite. Seus olhos não podiam ser vistos através da mascara de renda preta e para assegurar, colocara um chapéu preto que também ocultava metade de seu rosto. Ela puxou o ar como se ele pudesse chegar até sua alma, arrastou as mãos pelos quadris e as subiu vagarosamente por toda lateral de seu corpo até chegar aos seios, e seguiu mais um pouco as lançando para cima enquanto girava o corpo.

Ela sabia que era sempre observada como todas às vezes, mas especialmente hoje sentia algo diferente. Olhares diferentes direcionados á ela. Por deus! Ela não sabia como estava sentindo isso. Mal conseguia enxergar as pessoas, dirá saber de quem era o olhar. A musica continuava e ela não saia do ritmo, seus passos eram sincronizados com sua sensualidade e seu glamour. Curvava sua coluna para frente como se não tivesse ossos, lançava-se em direção ao chão sem cair, sem temer a gravidade. Mas sua pele começava a queimar como se sentisse aquele maldito olhar! Era caloroso, desejoso e começava a despertar sensações que ela queria não compreender. Mas compreendia. Quando a luz de foco se abriu para iluminar todas as meninas que agora entravam na dança, ela aproveitou para enxergar o publico.

Mesmo parecendo totalmente entregue na dança, seus olhos estavam atentos em cada ser até que...ela ficou tensa. Encontrou o que procurava nas ultimas mesas, sentado com um copo na mão. Os olhos não desviavam e o calor de sua pele aumentava, o sorriso dele a irritava e ela se lembrou de onde o vira. Desviou os olhos, ajoelhou-se e engatinhou até a ponta do palco e deitou-se de costas. Jogou as pernas para o alto expondo a meia arrastão presa ao mini-shorts com a sinta liga. Abaixou apenas para arquear a coluna e suspirar ao jogar a cabeça para trás. Sentiu-se livre de novo. Mas assim que abriu os olhos, o encontrou novamente mesmo de ponta cabeça. Sentiu-se presa pelo desejo de seu olhar, porque também o desejou. Maldição! Pensou ela. E então o odiou mais.

O reconheceu e soube que ele trabalhava com os Rustiak, e ela os abominava! Na verdade não as pessoas deles, mas sim o que eles eram e representavam. O odiou por desejá-lo e o odiou mais ainda por ele ser tudo aquilo que ela abominava. Com um aceno ele se despediu silenciosamente mostrando que sabia estar sendo notado. Do outro lado, Carolina virou a cabeça jogando os cabelos para cima o ignorando completamente. Se tivesse provas, mandava tudo à merda e o prenderia naquele exato momento, como não tinha, se contentou em ignorá-lo.

Dedo de Moça "Perigosamente Inocente" •Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora