"Os opostos se atraem?"

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É engraçado como o ser humano poder ter tantas caras ao mesmo tempo. Várias pessoas do convívio social da minha mãe ficaram observando-me por inteira, principalmente a minha barriga. Me deu até vontade de comer uma três pratadas de comida e estufar a pança pra elas dizendo que daqui a pouco a criança nasce. Bando de fofoqueiras! Tão diferente da família do meu pai que me tratam como alguém normal, que só esta se casando e pronto!

-Que vocês sejam muito felizes! –Disse a senhora de coque em um tom de fios brancos e castanhos com pedrinhas presas ao penteado. –Espero que goste do nosso presente meu bem.

-Obrigada dona Branca! Tenho certeza que farei um bom uso.

Nem sei qual o presente que nos deram, não tivemos como olhar nenhum porque são muitos. Ela é a esposa do Sr. Harold, um casal que admiro muito, são exemplos de força, companheirismo e amor verdadeiro.

-Ryan sortudo! Não esqueça das minhas dicas hein filho. –O senhor Harold comenta com ele antes de se virar para mim. –Há minha querida, como é bom ver esse rostinho de novo! Espero que enfim tenha encontrado o seu caminho e seja imensamente feliz com o garanhão aqui.

Ele aponta para o Ryan e sorri para nós com uma gargalhada gostosa e leva um tapa carinhoso da esposa no braço.

-Oh Harold! Respeite os meninos.

Ela sorri para ele com um brilho nos olhos antes de se retirar para longe de nós. Vários outros cumprimentos e votos foram nos dados antes de podermos enfim se sentar e descasarmos. Foi um casamento totalmente diferente do da Chilli, praticamente todas as tradições existentes no mundo foram impostas a nós.

Ryan e eu tivemos que nos sentar em uma mesa única lado a lado e praticamente centralizada, o caminho do altar foi substituído pela pista de dança onde a Agnella não se agradou muito. Fico um pouco tensa ao observar minha mão sobre a mesa com aquele anel que deveria pertencer à verdadeira esposa dele.

-Não acha que exagerou um pouco com esse anel?

Pergunto ainda olhando o objeto.

-Não fui eu que escolhi, mas também não o acho um exagero.

-E quem foi? Minha mãe querendo exibir isso tudo para as amigas?

-A única coisa que a sua mãe faz, é odiar o fato de que seu pai concordou comigo ao dizer que champanhe era necessário. –Ele levanta a taça inclinando-a na minha direção como um cumprimento. –Mas isso ai foi um presente do Heron e da Bella.

-Jura?!

Pergunto até admirada.

-Sim. Eles têm uma joalheria, não foi difícil.

-Não admiro a aquisição e sim os detalhes da escolha. –Falo sem olhá-lo e tomo um gole do seu champanhe que agora estava sobre a mesa. –Se eles quisessem, teriam o mundo inteiro nas mãos, e você sabe disso.

Ele não tem tempo para responder por que nos chamam até a pista para a dança dos noivos. Graças a deus eu não comi as três pratadas de comida para provocar as fofoqueiras! Eu mal consegui comer o pouco que coloquei no prato com toda essa tensão. Nos levantamos e eu arrumo a barra do vestido antes de seguir para a pista. O véu da minha cabeça foi tirado, então estou mais livre para me movimentar, só não garanto que meus cabelos vão continuar presos ao penteado. No meio da pista nos viramos de frente um para o outro e esperando que a valsa comece, paramos na posição. Minha mão direita apoiada em sua esquerda, minha mão esquerda em seu ombro e a sua mão direita em minhas costas. O encaro por um instante e começo a sorrir enquanto ele está sério.

-Qual a graça agora?

-Você parece nervoso.

Comento ainda rindo.

Dedo de Moça "Perigosamente Inocente" •Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora