ROSALY
Rosaly colocou a xícara de café com cuidado em cima da mesa, e prestou atenção no que Shawn estava dizendo. Às vezes balançava a cabeça concordando, outras simplesmente ficava em silêncio sem dizer nada. Tinham acabado de se levantar, e os efeitos da tensão que ela passara em seu apartamento ainda se faziam presente. Custava a acreditar que John aparecera ali e fizera toda aquela cena, e o pior é que ele a fizera se lembrar do ex-noivo, e ela sabia que nunca mais olharia para ele sem pensar nisso. Se Shawn não tivesse aparecido, o que poderia ter acontecido? Um calafrio passou pelo seu corpo, fazendo-a se sentir desconfortável. Fixou seu olhar em Shawn e se concentrou no que ele dizia naquele momento.
- Rosely, não acho uma boa ideia você continuar trabalhando no Weekend, enquanto esse cara ainda estiver lá . Ele provou que não é de confiança, e quem garante que o que aconteceu aqui ontem não
tornará a se repetir?
- Eu já te disse Shawn que não quero que ele seja prejudicado. Além do mais, foi a primeira vez que ele fez isso. John nunca havia me desrespeitado antes.
- Eu não confio nele, Rosely. Quero você longe desse cara.- Shawn percebeu a cara de deboche que Rosaly fez ao ouvi-lo dizer aquilo. - Não é ciúme, Rosely. Eu tenho medo que ele te machuque. E se eu não estiver por perto se ele tentar isso novamente? - Rosaly viu o olhar preocupado de Shawn, colocou sua mão em cima da dele , e tentou acalmá-lo:
- Isso não vai acontecer, Shawn. Não se preocupe.- ele então a puxou para seus braços, e a sentou em seu colo. O espaço entre os dois era pequeno, assim, ficaram bem próximos um do outro, seus lábios quase se roçando, e Rosaly não pôde deixar de admirar o castanho dos olhos dele.
- Eu não sei o que faria se alguém te machucasse. Sinto um pavor terrível só de pensar nisso. - os labios dele estavam em seus cabelos e Rosaly sentiu a respiração quente dele em seu rosto. Ela se virou, e pegou o rosto dele entre as mãos dizendo:
- Pare de se preocupar, Shawn. Eu estou bem e estou aqui.- seus lábios pousaram sobre os dele, doces e macios. Shawn pareceu relaxar e a puxou ainda para mais perto.
Seus corpos estavam tão próximos que Rosaly conseguia ouvir as batidas do coração dele rápidas e vigorosas. Ela aprofundou o beijo, sua língua enroscada na de Shawn fez com que ele gemesse baixinho. Ela interrompeu o beijo e disse:
- Vou tomar banho e me vestir, pois quero resolver essa situação o quanto antes .
- Quer companhia?- Shawn perguntou com aquele sorriso torto que ela aprendera a amar.
-Não acho que seja uma boa ideia.Eu sei exatamente como isso vai acabar, e não posso ter nenhuma distração agora.
- Ah, quer dizer que te distraio?- Shawn continuava olhando para ela maliciosamente.
- Bastante. - Rosaly fixou seu olhar naquele rosto perfeito, naquela boca que a levava a loucura com suas carícias. Quase podia senti-la deslizando por sua pele agora e....pare com isso, agora mesmo, Rosaly ralhou consigo mesma. Como podia ter aquele tipo de pensamento logo de manhã? Era quase indecente, e ela nunca fora assim antes, mas desde que conhecera Shawn, parecia que seu corpo adquirira vida própria e ela já não era dona de suas vontades Desejava-o a todo momento, e bastava que ele a beijasse para que ela o quisesse em sua cama. Isso tudo era uma loucura! Estava enfeitiçada por aquele homem, e não conseguia resistir a masculinidade dele. Shawn Mendes era um perigo para sua sanidade mental, e para a de todas as mulheres a um raio de quilômetro dali. Como ele podia ser tão sexy e tão altruísta ao mesmo tempo? Aquilo era uma combinação letal, nenhuma mulher resistiria a um homem como aquele.
- Você por acaso está planejando um assassinato?- Shawn perguntou tirando-a de seu encantamento.
- O que? - Ela não entendeu o sentido da pergunta.
- Você estava olhando para mim com um olhar tão feroz, que estava tentando imaginar quem você gostaria de assassinar se pudesse.- ele disse com um sorriso maroto.
- Não você com certeza. - ela respondeu também rindo, tentando disfarçar sua excitação crescente, tinha que sair dali imediatamente, antes que se atirasse sobre Shawn e fizessem amor sobre a mesa da cozinha. Estava ficando louca, só podia ser.
- Estou indo para o chuveiro. - e foi depressa para o quarto, enquanto ouvia Shawn perguntar atrás dela:
- Tem certeza que não quer companhia?
-Tenho. - Ela gritou do quarto. Mas, a verdade era que ela queria e muito, mas precisava manter sua mente lúcida naquele momento.
Rosaly balançou a cabeça, tentando manter certa coerência em seus pensamentos.
Nunca fora avida por sexo, pois isso nunca fora uma prioridade em sua vida. Com Caio ela nunca soubera o que era isso de verdade, mas com Shawn ela já tinha experimentado tanta coisa, que sentia como se nunca tivesse vivido antes dele.
E como ela adorava tocá-lo, sem contar que Shawn era uma delícia de se olhar, vestido ou despido ele tinha quase um metro e noventa de beleza pura . Ele era um homem lindo e um ser humano mais incrível ainda.
Shawn era responsável por sua mudança emocional. Ela voltara a sorrir, e a ter mais confiança em si mesma. O amor dele curara a maioria de seus traumas, e estar com ele era tudo o que ela desejava.
Quando ela voltou, Shawn já a esperava na sala. Ele a levou até o Weekend, mas não conversaram muito. Rosaly estava um pouco nervosa, e ela lhe pediu que colocasse uma de suas músicas no toca cd, pois sempre se acalmava ouvindo-o cantar.
Ele colocou a música if I can't have you, pois sabia que ela adorava. Falara isso para ele uma vez, e como sempre Shawn não esquecera. Ele parecia ter na cabeça todas as coisas que se referiam a ela, e Rosaly sempre ficava impressionada com a capacidade de Shawn de se lembrar dos mínimos detalhes de uma conversa que tiveram antes. Ela nem sempre conseguia ter essa mesma habilidade. Talvez por ser músico e compor canções por muito tempo, tinha afiado sua memória de tal maneira, que ele acabava se recordando das coisas que mais lhe interessavam sem muito esforço.
O refrão da música tocava a todo vapor dentro do carro, e Rosaly se pegou cantando junto com Shawn. De vez em quando, um olhava para o outro e sorriam, e várias vezes sentiu Shawn segurar suas mãos como se tentasse lhe transmitir coragem.
Shawn estacionou o carro na única vaga que havia sobrado no estacionamento do Weekend, o que tudo indicava, a lanchonete deveria estar fervendo de gente.
Quando Rosaly abriu a porta do carro, Shawn fez menção de segui -la, mas ela segurou sua mão e disse:
- Me espere aqui.
- Você não quer mesmo que eu te acompanhe?- a voz dele estava preocupada de novo.
- Não. Eu posso resolver isso sozinha. - Rosaly tentou fazer sua voz soar firme, mas por dentro a história era outra. Ela estava extremamente nervosa, mas não queria dar a Shawn a impressão de que era tão frágil que se quebraria ao primeiro sinal de tensão. Fazia um ano que estava por sua própria conta, e embora apreciasse toda aquela proteção que Shawn lhe dava, não queria se tornar dependente dele. Preferia preservar sua própria individualidade.
- Está bem. Vou te esperar aqui, mas se ele tentar qualquer gracinha com você, eu entro lá e acabo com a raça dele.
- Não vou demorar, eu prometo.- beijou-o suavemente nos lábios, e entrou na lanchonete.
Cumprimentou todo mundo com seu costumeiro sorriso, e percebeu que Lexy não estava por ali. Então, ela se lembrou que era a folga dela e respirou aliviada. Não queria que a amiga soubesse o que acontecera em seu apartamento. Sabia do interesse dela em John e não queria decepcioná-la.
Rosaly chegou na porta do escritório de John, e parou por um instante, respirou fundo, tentando acalmar seu coração que tinha aumentado as batidas por segundo.
"Vamos, Rosaly, você consegue"- disse a si mesma. Encheu-se de coragem e bateu na porta, a voz profunda de John deu permissão para que entrasse. Quando ele viu quem era, perdeu um pouco a compostura demonstrando seu nervosismo, mas logo recuperou a calma e disse:
- Bom dia, Rosely. Não A esperava tão cedo.- Aqueles olhos verdes eram tão parecidos com os de Caio, e a maneira como olhara para ela no dia anterior em seu apartamento, a fez se lembrar da frieza do ex-noivo quando estava zangado com ela, sua maneira de humilhá-la por causa de pequenas coisas, sua falta de compaixão e sua violência ao tomá-la nos braços e forçá-la a fazer o que ele queria. Rosaly fechou os olhos por um segundo tentando se lembrar que era John que estava ali, e não Caio.
- Rosely, você está bem? - Ela ouviu John dizer. Abriu os olhos a tempo de vê-lo se levantar da mesa e caminhar em sua direção, ela quase entrou em pânico e disse com a voz alterada:
Por favor, não se aproxime!- John pareceu ficar chocado com as palavras dela, e estacou onde estava.
- Rosely, eu nunca iria te fazer algum mal. Só queria saber se estava bem.
- Eu estou bem, apesar de tudo. - Ela suspirou.
-Então, você veio até aqui para conversarmos sobre o que aconteceu ontem?- a voz dele pareceu esperançosa.
- Não, creio que não há nada a ser dito. Eu vim até aqui pedir demissão- As palavras dela o pegaram de surpresa e John empalideceu. Ela mesma ficara surpresa consigo mesma. Antes de entrar ali, ela pensara que podia conversar com John e juntos encontrariam uma maneira de fazer aquilo funcionar, mas ao encarar aqueles olhos que lembravam seu passado, percebeu que não conseguiria continuar ali. Shawn tinha razão, ela precisava de outro emprego, e seguir em frente com sua vida.
- Rosely, não precisa fazer isso. Você é uma excelente funcionária. Vamos conversar e chegar a um acordo.- Rosaly viu o desespero no rosto dele, mas não se comoveu.
-Já tomei minha decisão, John. É melhor para todos se eu for embora. Agradeço pela oportunidade, fui muito feliz nesse ano que trabalhei aqui. Vou sentir saudades. - sentiu sua voz se embargar e parou de falar, inspirou profundamente e continuou - Você é um bom homem. Quero que saiba que não guardo nenhum rancor. - John balançou a cabeça, mas não disse nada. Rosaly olhou para ele uma última vez e de despediu:
- Adeus, John.
- Adeus, Rosely e boa sorte.
- Obrigada.- ela virou as costas e saiu da sala fechando a porta atrás de si. Andou bem rápido, querendo sair dali o mais rápido possível. Não se despediu de ninguém não queria que a enchessem de perguntas sobre o motivo de sua saída. Deixaria para John a tarefa de explicar o que tinha acontecido. Quanto a Lexy, falaria com a amiga depois. Quando alcançou o portão de saída, começou a soluçar compulsivamente. Parecia que sempre estava dando adeus as coisas que mais amava e sempre pelo mesmo motivo.
Procurou pelo carro de Shawn no estacionamento e quando a viu caminhou em direção a ela. Rosaly se atirou nos braços dele ainda chorando.
- Rosely o que aconteceu? Aquele canalha te magoou?- ele perguntou preocupado com o estado dela. Rosaly somente balançou a cabeça em negativa , e Shawn esperou que ela se acalmasse e lhe contasse o que tinha acontecido. Logo, Rosaly parou de chorar e relatou toda a sua conversa com John.
- Por que parece que sempre estou fugindo de alguma coisa, Shawn? Estou tão cansada de ter que deixar as coisas que mais amo para trás. Por que parece que o meu destino é viver dessa maneira?
- Não fique assim, Rosely. Tudo vai melhorar, você vai ver.
- Você não vai me deixar, não é? Eu não poderia suportar se perdesse você.- ela o abraçou com desespero.
- Nunca meu amor. Sempre estarei aqui por você. - Shawn beijou os cabelos dela com carinho. Ficaram assim por alguns segundos. Rosaly olhou pela janela e viu um carro de vidros escuros parado a poucos metros de onde eles estavam. Não conseguiu ver o motorista e sentiu uma sensação estranha subir por sua espinha. Quando o motorista percebeu que ela o observava, ele se apressou em fechar o vidro do carro e a sensação em sua espinha aumentou.
- Vamos para casa. - Shawn perguntou, afastando o mau pressentimento que Rosaly tivera.
- Vamos sim. Rosaly concordou sorrindo. Não queria pensar em mais nada naquele momento. Estava indo para casa com Shawn, era somente o que importava.
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Treat you better- Shawn Mendes
FanficRosaly é uma garota brasileira que se muda para o Canadá, fugindo de um passado obscuro em busca de paz para o seu coração Vivendo em Vancouver, ela é obrigada a trabalhar exaustivamente para dar conta de seu orçamento em uma cidade cuja a vida não...