Capítulo 3 - Ortega/Carter #2

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DIA 2 – 04.02.2020

Passei a noite em claro e quando decido dar uma pequena cochilada para pelo menos não parecer um zumbi no trabalho que tenho que ir daqui a pouco meu celular apita avisando que tenho um e-mail, então rapidamente abro: “Senhorita Blackburn, preciso...

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Passei a noite em claro e quando decido dar uma pequena cochilada para pelo menos não parecer um zumbi no trabalho que tenho que ir daqui a pouco meu celular apita avisando que tenho um e-mail, então rapidamente abro: “Senhorita Blackburn, preciso de seus serviços hoje, porém minha agenda está muito cheia e o único horário disponível é às 6 da manhã, então, por favor, esteja em minha sala, sem atrasos. – Carter.”

Leio o e-mail novamente e me dá uma enorme vontade de rir, são exatamente 5 horas e 35 minutos, Ryan Carter é louco, com toda certeza.

Levanto da cama e corro para baixo do chuveiro, tomando um banho frio para me “acordar” da bebedeira de ontem e da noite não dormida.

Pego um dos meus vestidos e um salto qualquer, junto com um casaco e uma bolsa.

Saio correndo a pé mesmo, pois agora que eu sei o caminho, é ridículo pegar um táxi para ir a um local que fica a dois minutos de carro.

Entro no elevador ofegante e agradeço por ninguém ver meus cabelos bagunçados e minha cara de cansada, fico no espelho do elevador me arrumando um pouco melhor e quando um pequeno apito me avisa que cheguei ao quinquagésimo andar eu passo sem me identificar às recepcionistas, na verdade, nem as olho.

Bato na porta e espero minha permissão para entrar, logo que isso acontece, eu entro e vejo o senhor Carter sentado em seu sofá branco, que agora está virado para a vista maravilhosa de Nova York, o nascer do sol daqui é magnífico.

- Sente-se. – Carter fala e eu faço, eu poderia ficar aqui por horas admirando esse amanhecer.

Parece que eu esqueço tudo, onde estou, porque estou aqui, e todo o meu passado, só existe a mim e nenhum outro problema, parece que a desintoxicação sentimental está funcionando afinal.

Estou hipnotizada pela vista que nem percebi quando o senhor Carter se levantou do sofá e pegou um vinho para nós.

Só percebo quando a taça está parada em frente aos meus olhos.

Olho para o Carter sem entender nada.

- Segui suas recomendações, mas de manhã, é bem mais bonito que a noite, só perde para noite de lua cheia, mas só vai acontecer quase no final do mês, e eu queria aproveitar essa vista logo. – Ele se explica.

- Não acho uma boa eu beber agora. – Falo dispensando o vinho.

- Bem, eu sou seu chefe e estou oferecendo, a senhorita deveria aceitar. – Reviro os olhos tamanha presunção desse homem, mas aceito o vinho de bom grado.

Ficamos um tempo olhando a vista e tomando vinho em plena seis horas da manhã, sem dizer uma única palavra, eu já havia tirado meu casaco e até mesmo meus sapatos, eu estava praticamente em casa.

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