Casa

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Ao chegar em casa, encontrei a minha mãe na sala de estar discutindo sobre o que servir no jantar com a Catarina, a governanta na casa dos seus 60 anos, ela trabalha para a nossa família à mais de 25 anos, mamãe e eu conversamos sobre o meu primeiro dia de aula, mas deixei de fora o incidente do corredor e a visita a quadra de basquete, perguntei pelo papai e em resposta, ele ainda não havia chegado da empresa. Então subir para o quarto com o meu cachorro Bambu no meu encalço.
Coloquei a mochila na poltrona e verifiquei meu celular antes de ir ao banheiro tomar um banho, hábito de um brasileiro que herdei da minha mãe, tomar banho duas ou três vezes ao dia. Relaxei meu corpo e deixei a água por ele fluir, levando embora pelo ralo o cansaço, guardei meus questionamentos sobre o que ocorreu na escola pra depois, e dispensei para longe meus pensamentos sobre tudo. Eu aprendi uma lição com o tempo: quanto mais você pensa e questiona, mais a sua mente se sobrecarrega e cansa. E eu precisava descansar não só o corpo como a mente também. Mas em fim, o banho foi relaxante.

Após me vestir, pego o celular em cima da escrivaninha e me deito na cama, sem me importar em molhar os travesseiros com os meus cabelos ainda úmidos. Bambu venho da varanda com o rabo balançando, e subiu na cama.

- Você não parece estar tão bem cuidado. - Comentei acariciando ele. - Acho que você vai ter que ir ao veterinário.

Ouço um alerta de mensagem vindo do meu celular. Eram seis mensagens ao todos: uma era da Mel perguntando se eu gostaria de me juntar ao clube de ciências, as outras quatros eram de Brenda perguntando; a onde eu estou, onde tava meu carro, que precisava de uma carona, e a mais recente era a do Bran me perguntando se eu já fiz amigos na escola, e fez questão de me lembrar do nosso acordo "chantagista" pensei. Não vou respondê-lo, vou deixar no vácuo.

- Filho! Seu pai acaba de chegar. - Disse minha mãe na porta. - Ele tá bastante exausto, mas logo vocês vão poder conversar.

Anuí. Antes que ela pudesse ir me apressei em chamá-la:

- Mãe!
- Sim?
- Você já levou o Bambu no veterinário? - Perguntei ainda acariciando meu cachorro, que tava deitado ao meu lado olhando para ela.

- É... Ele deixou de ir depois que Jeremias se aposentou no início no início do ano passado. - Respondeu ela.

Isso me deixou um tanto pasmo com os olhos arregalados. Deixei o meu cachorro em mãos erradas, será que ela já parou para pensar que o Bambu tão importante para mim.

- Que bom que eu voltei à tempo de colocar a responsabilidade em dia. - Falei.

Prazer, Eu Sou Theo... Theodoro.Onde histórias criam vida. Descubra agora