O carro parou em frente a um Pet Shop que eu nunca tinha visto antes, na fachada acima da porta de entrada havia um letreiro branco: Realm Of Pets. Com uma figura de um cachorro branco como o letreiro sentado olhando para o R, e a figura de um gato branco deitado olhando para o s. "Bem comum" pensei.
- Pronto querido, é aqui que eu costumava trazer o Bambu. - Explicou mamãe. - Não sei por quanto tempo eu vou ficar no salão, mas possa ser que eu demore e... não quero deixar você espera...
- Tudo bem mãe não se preocupe comigo. - Eu a interrompir. - Apenas vá cuidar de si e se diverta com as suas amigas. Eu posso chamar um táxi ou uber para ir pra casa.
- Você tem certeza querido? - Ela me olhava preocupada. Anuí. Ela sorriu e passou a mão nos meu cabelos cacheados pensativa. - Você cresceu tanto meu filho, mas continua sendo aquele meu garotinho bem quietinho no seu canto, sem chamar muita atenção.
Balancei a cabeça rindo.- Mãe alguém já lhe disse que você é muito sentimental? - Falei e dei um beijo na costa da mão dela. - Bem, você precisa ir para o salão enquanto eu preciso levar o Bambu no Pet Shop.
No exato momento em que eu destravai a porta do carro para saí, ela segurou o meu pulso me fazendo olhar para ela.
- Theo, sei que não é hora pra falar desse assunto mas eu quero que saiba que o seu pai te ama. - Disse ela. Me deixando sem o quê dizer, isso era totalmente inesperado. - Eu sei que ele não lhe deu a mesma atenção como deu para o Bran, ele só não sabia como se relacionar com você por ser assim tão especial, mas ele te ama querido, ele é seu pai e moveria montanhas por você.
Eu diria que esse "tão especial" entre aspas. Realmente, meu pai nunca me deu tanta atenção como deu para o Bran, mas eu compreendo ou pelo menos tento compreender, Bran é o mais velho.
- O que você quer que eu diga? - Perguntei. Eu realmente não sabia o quê dizer.
Ela suspirou e passou a mão na minha cabeça.
- Não diga nada. - Disse ela se aproximando de mim, e depositou um beijo na minha testa. - Apenas pense no que eu te falei.
Assentir.
- Eu vou tentar, prometo. - Falei me aproximando e depositei um beijo na bochecha dela. - Agora eu preciso ir e você também.
Saí do carro e abrir porta de trás para que o Bambu descesse. E observei o carro partir.
Honestamente, eu não sei o quê exatamente pensar depois dessa conversa inesperada. Sobre o meu pai, eu não sei como definir a minha relação com ele, acho que não somos tão próximos como ele é com os meus irmãos.
Haviam momentos em que eu achava ele muito superficial comigo, e mais natural com o Bran e Julie, não faço essa comparação por ciúmes mas por notar que ele dava mais atenção aos meus irmãos, do quê à mim seu filho biológico. Às vezes, isso me fazia acreditar que ele não gostava de mim por eu não ser como os meus irmãos, extrovertidos, brincalhões e populares nas escolas, mamãe se esforçava muito fazendo o papel que deveria ser do papai, para que eu não me senti-se excluído dentro da própria casa, os meus irmãos sempre que podiam se juntavam para brincar comigo, com o que eu mais gostava de fazer, como quebra-cabeça, esconde-esconde. Quando eu tava triste, mamãe sabia por mais que eu tentasse esconder ou negar isso, ela sabia e sabia também os motivos, e brigava com o papai por minha causa, por conta disso eu chorava em algum canto da casa me sentindo o culpado por eles estarem brigando. Meus irmãos tentavam me consolar me distraído com alguma coisa.
Por essa razão, desde cedo eu aprendi que não se pode ter tudo principalmente a atenção de um pai, e diferente dos meus irmãos eu era o que menos fazia birra quando papai dava uma uma ordem.
E com toda sinceridade que há no meu coração, eu nunca consegui ver o meu pai como um herói, ele é apenas um chefe de família.
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Prazer, Eu Sou Theo... Theodoro.
Romance[EM ANDAMENTO E EM REVISÃO] Theo... Theodoro Schumacher, é um adolescente e soropositivo, esse é o seu maior segredo que apenas os seus familiares sabem. Depois de três anos estudando em Oslo, ele estar de volta a San Francisco onde decide concluí o...