Este Sou Eu

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Quando eu era mais novo, costumava acreditar que todas as pessoas eram boas, que ninguém era julgado pela sua aparência e que a vida era só diversão, até que um dia eu tive que abrir os olhos da inocência e encarar a realidade. A realidade que vai ficando cada vez mais dura e cruel, a medida em que você vai passando ou presenciando momentos difíceis, e o único jeito de passar dessa fase é suportando e superando, a vida é como um jogo você tem que saber jogá-la, tem de saber suportar a pressão e superar uma fase para subir de nível.

Aos dez anos vi meus pais se divorciarem, motivo: meu pai traiu a minha mãe com uma funcionária do trabalho. No início foi bastante difícil para mim lidar com a separação, na justiça foi decidido que ambos ficariam com a minha guarda, meu pai ia todos os fins de semana me buscar em casa, para passar o dia fora comigo até que um certo dia eu percebi que ele não viria mais me buscar, e mais tarde descobri por terceiro que a mulher dele estava grávida de um menino. Então, é como costumamos dizer para alguém que pergunta pelo nosso pai: "Meu pai foi comprar cigarro e nunca mais voltou." Minha mãe e eu tivemos problemas financeiros nos primeiros anos de separação e do sumiço do meu pai, quase chegarmos a perder a nossa casa por falta de pagamento da prestação. Vejo a minha mãe é uma guerreira, ela batalhou duro para que a gente suportá-se e superasse essa fase, ela já trabalhou como faxineira e hoje ela é chefe de cozinha em um desses hotéis caríssimos de San Francisco.

Na descoberta da minha orientação sexual seu apoio foi muito importante, ela é uma pessoa de mente aberta e sei que foi um pouco difícil para ela entender o termo bissexual, mas foi um pouco mais difícil para me auto aceitar, acreditava que isso era só uma ideia absurda da minha cabeça, acreditava que gostar de homem e de mulher era uma indecisão da minha parte por não me decidi logo de quem gostar, e foi aos poucos que fui entendendo que eu tava sendo preconceituoso comigo mesmo, e então liguei o fodá-se e superei essa fase do jogo da vida. Sei que sempre vai haver um homofóbico em algum lugar, mas não tenho medo desse tipo de gente pois já aprendi a lidar com eles, um soco meu, dois socos, três socos ou mais será o remédio que eu darei à eles.

Sou fascinado pelo basquete desde a primeira vez que o vi na televisão, e por mérito próprio, sou o capitão do meu time desde que eu ingressei nele, junto ao time e a equipe tivemos as nossas conquistas nos campeonatos estaduais e regionais. É meu sonho um dia poder jogar na NBA.

Prazer, Eu Sou Theo... Theodoro.Onde histórias criam vida. Descubra agora