Ciúmes?

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- Cadê o seu amigo feio?
Vanessa se aproximou e sentou com as pernas cruzadas ao meu lado.
- Ele não é feio! Falei retirando os fones de meus ouvidos.
Ela revirou os belos olhos cor de mel e deu um sorriso.
- Ei, estamos planejando dar uma volta sábado. Quer ir com a gente? Vanessa perguntou toda serelepe.
- A gente quem? Foi a minha vez de revirar os olhos.
- A gente. Eu, Mayane, Ravi, João Nélio, Hana, Ramon e você, se quiser.
- Mim não conhecer este povo.
- Aaah Sarah por favor! Você não conhece porque não sai de casa, vive entocada naquele apartamento. Desde que terminou com Henrique você...
- Ah pode parar por aí. Interrompi
- Tá bom, tá bom! Ela se desculpou.
- Mas amiga, você precisa mesmo dar uma volta. A gente nunca mais saiu juntas. Ela fez biquinho
- Vanessa a gente nunca saiu juntas.
- Mas a gente pode sair dessa vez. Ela aproximou seu rosto de boneca do meu e me deu um beijinho na bochecha.
- Não sei se vou gostar dos seus amigos Vanessa. Tentei me sacar.
- Ai Sarah! Você é do mato?
- Hmm. Siiim!
- Aff! Ela fez uma carinha de decepção.
- Tudo bem. Masss pra onde que "a gente" vai mesmo?
- Vamos pra um sítio que fica a alguns km da cidade.
- Por que não falou logo? Respondi abrindo um sorriso.
Ela me abraçou e sorriu
- Pode até levar seu amigo feio. Respondeu se levantando.
- Eu já disse que ele não é feio! Gritei para ela que já seguia seu caminho rumo a cantina.
Sorri enquanto olhava Vanessa, era a única pessoa daquela faculdade inteira que eu podia chamar de amiga, ainda que de fato nossa amizade não fosse ainda tão profunda. Vanessa era aquele tipo de pessoa com quem você se engana ao conhecer. Ela parecia uma patricinha mimada, com seu cabelo louro e liso até a cintura, os olhos graúdos cor de mel, o corpo bonito e definido, sempre arrumada,  mas ao contrário do que poderia parecer, ela era uma moça lutadora que tinha passado por muitas privações, criada na casa de "um e de outro" e a peso de muita luta e determinação havia conseguido passar em um concurso público e estava conseguindo suas coisas com muita raça. Enquanto olhava Vanessa desaparecer, percebia que a comparava um pouco com Ana Rosa minha ex cunhada, pensar nela era como levar um soco no estômago, eu sentia muita saudade de Ana Rosa mas nem eu e nem ela procurávamos uma a outra, eu ainda preferia manter distância e ela respeitava isso.
Desbloqueei meu celular e fiquei por alguns segundos sem saber exatamente o que fazer.
- Oi. O que vai fazer esse fds?
- Nada programado. Pq? Túlio respondeu
- Vamos sair com pessoas estranhas?
- Que?
- Kkkkkk
- Lembra do dia que você me deu carona até a casa de uma amiga da faculdade? Então, essa amiga está me convidando a ir a um sítio.
- Hmm. Sua amiga é solteira?
Senti o peito esquentar
- É sim! Vou apresentá-la a você. Saliente!
- Haha. Aceito.
- Tudo bem. Te passo os detalhes depois. Tenho aula agora. Bjs
- Boa aula. Bjs
Desliguei o celular e fui embora na direção da sala de aula, sentindo uma sensação esquisita na boca do estômago. O que havia de errado comigo? Não era possível que eu estava com ciúmes da possibilidade de Túlio e Vanessa gostarem um do outro.

Histórias de amor que eu não viviOnde histórias criam vida. Descubra agora