Ficamos algum tempo em silêncio olhando as nuvens. Olhei para ele e encontrei o seu olhar me encarando.
Sorrimos.
- Você é incrível! Eu disse.
- Desculpe Sarah!
Franzi o cenho
- Por que?
- Por todas as vezes em que fui idiota. Estou muito feliz por me aproximar de você. Fazia tempo que queria isso, sabe?
Abri a boca para falar algo mas não saiu nada. Ele se deitou de lado e apoiou a cabeça em seu braço.
- Faz tempo que eu te observo... Ele continuou - Desde que estudamos juntos a primeira vez.
Eu me virei para ele
- Sério?
- Sim. Mas como sempre, eu estragava tudo. Não haviam possibilidades de uma garota como você me levar a sério.
Uma garota como eu... Eu não sabia bem que tipo de garota eu era.
- Eu nunca suspeitei que quisesse ser meu amigo. Na verdade eu sempre quis cozinhar você, com suas brincadeiras tolas e seus amigos inumeráveis. Mas... sabe... Eu estou adorando a nossa aproximação. Que vida engraçada, tipo até a algumas semanas ouvir sua voz me deixava irada, e hoje estamos aqui... E sorri.
Ele ficou me encarando em silêncio, seu olhar parecia enxergar a minha alma.
- Eu estou apaixonado por você! Ele disse baixando a voz.
Naquele momento eu sentia meu peito aquecer, parecia que iria derreter como cera, embora meu corpo estivesse como uma pedra de gelo.
- Eu acho que também estou... Respondi baixinho e com a voz falhando de nervoso.
Ele tocou em meu cabelo e me puxou para um beijo. Talvez aquilo era tudo o que eu queria e esperava.
Quando abrimos os olhos, ficamos por alguns segundos nos encarando, ele segurou de leve o meu queixo, e o silêncio reinou absoluto por uns segundos, aquele momento que qualquer palavra é totalmente desnecessária. A intimidade se instalando entre o recém casal.
Toquei seu rosto adolescente e o beijei, até se tornar tão intenso que achei por bem parar, embora a minha vontade fosse que durasse até o infinito.
Mais tarde em casa, fiquei lembrando cada detalhe, de como tudo aconteceu, meu coração ardia feliz.
Afonso foi meu namorado durante todo aquele ano. Nem preciso dizer que ele me ajudou a vencer a síndrome do pânico e acabei tendo um restante de ano interessante na escola. Fiz alguns amigos e venci também muitas da barreiras que existiam dentro de mim. No ano seguinte ele precisou mudar, foi morar com o pai em outro estado, deixando um buraco no meu coração, infelizmente o divórcio de seus pais foi inevitável. Durante dois anos nos encontrávamos nas férias, ainda namorados. Porém depois cada um seguiu sua vida, afinal a maturidade bate à porta de todo mundo, a vida precisa seguir seu curso. Ele se transformou em um homem encantador, e sim, foi meu primeiro amor e meu melhor amigo. Hoje recapitulando essa história, reafirmo que entre o amor e o ódio a linha é mesmo tênue.
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Histórias de amor que eu não vivi
RomansaTodo mundo tem um arrependimento na vida, se ainda não tem, vai ter! E não, não acredito nessa história que você só se arrepende do que não fez! Eis aqui as "desventuras" de Sarah, a personagem que narra algumas de suas histórias de amor ao longo de...