Histórias de amor que eu não vivi

O beijo

O retrato perfeito! Era bem desse jeito que eu queria que as coisas estivessem sendo. Sabe quando tudo está finalmente do jeito que você desejou? Sei que é raro isso acontecer, e quando acontece é bom aproveitar. Estávamos falando um sobre o outro já tinha um tempinho, e já começava a me perguntar em que momento iríamos finalmente nos beijar. Afinal de contas as horas também estavam correndo, eu não tinha autorização dos meus pais para chegar tarde em casa e nada deveria estragar aquele retrato perfeito e a cada idéia trocada, a cada sorriso, a cada olhar e a cada toque (des)pretensioso, acendia em mim a vontade de me atirar nele e romper aquela barreira que ainda havia entre nós. Se eu fosse um pouco mais atrevida... Enquanto pensava sobre isso, ele aproximou seu rosto do meu, segurou meu queixo delicadamente e me beijou. Cara... como beijava bem aquele homem, eu não precisava ter uma vasta experiência para saber disso. Pois se não fosse assim, o que explicaria o fato de que eu simplismente não queria mais que acabasse, seria muito clichê falar que as minhas pernas ficaram bambas? Pois não apenas as pernas, o corpo todo... Eu comecei a tremer por dentro e quando me dei conta disso parei pois temi que ele percebesse isso. Me afastei um pouco e sorri. Ele segurou meu queixo mais uma vez e me obrigou a olha-lo no fundo dos olhos e deu o sorriso mais lindo e provocador desse mundo... Sustentei o olhar dele. Fechei os olhos e esperei... Eu queria lhe beijar para sempre.
Após algumas horas, já em casa, deitei em minha cama com o coração aos pulos, eu só conseguia pensar no quanto havia sido perfeito aquele fim de tarde, e o quanto eu não queria que tivesse acabado. Quem dera poder tê-lo naquele momento ali comigo. Mas eu só podia continuar lembrando de cada segundo Eu queria lhe ver no dia seguinte, eu queria aproveitar cada oportunidade para lhe beijar de novo. Peguei meu celular que vibrava na bolsa. Abri meu Whatsapp e mandei mensagem para Lu.
- Amiga, acho que estou apaixonada!
...
Os dias decorreram de forma muito interessante para mim, estava vivendo algo totalmente novo, eu nunca havia me sentido assim por nenhum desses garotos escrotos por quais me interessei ora ou outra. Não sabia se tinha um namorado, mas naquele momento isso não me interessava exatamente, afinal de contas eu estava consciente que ele não ficaria em minha cidade para sempre, estava apenas de férias, e ainda esbarrávamos no fato de que eu tinha 17 anos e estava com uma pessoa bem mais velha que eu... coisa que meus pais jamais aceitariam, ainda que dentro de alguns dias eu faria 18. Sejamos bem realistas... Não haviam grandes chances de o nosso relacionamento ter futuro, e embora eu ainda fosse adolescente, já sabia que era melhor aproveitar o momento e curtir, pois aquele romance teria prazo de validade.