Pizzaria

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Saber que sairíamos juntos me deixou elétrica e de repente comecei a me sentir esquisita. Não conseguia parar de pensar no que Vanessa me disse naquela conversa. Será mesmo que Túlio estaria correspondendo meu sentimento? E o que eu faria? Seria mesmo seguro dar um passo da amizade ao amor? Suspirei sentando pesadamente no colchão.  Era a primeira vez em que de fato Túlio havia se transformado em um "potencial pretendente" para mim ao invés do meu amigo de sempre.
- É melhor deixar as coisas fluírem naturalmente... Falei a mim mesmo abrindo a porta do Guarda roupas. Passei algum tempo escolhendo o que vestir, até que optei por um vestido preto midi e sapatos nude. Fiz pouca maquiagem mas caprichei no batom, escolhi brincos grandes soltei o cabelo castanho ondulado e o agradeci por ser "gente boa" que não precisava de muita coisa pra ficar bonito. Olhei no espelho e gostei do que vi, ainda parecia comigo mesmo.
Algum tempo depois meu celular vibrou: Estou subindo! Senti meu coração gelar, mas me obriguei a ficar serena, não queria que ele percebesse que eu estava nervosa, afinal eu ainda estava saindo com meu melhor amigo. Abri a porta e encontrei um sorriso espontâneo e o brilho nos olhos, nossa e como ele estava bonito.
- Oi gata, você vem sempre aqui? Ele brincou
- É eu moro aqui. Respondi e rimos feito dois bobos.
Ele me abraçou e senti o cheiro gostoso de seu perfume amadeirado.
Apanhei minha bolsa e saímos rumo a uma pizzaria que ele escolheu. Enquanto passávamos entre as mesas, notei que um rapaz que estava sentado em uma delas me olhava dos pés a cabeça, então senti a mão de Túlio segurando a minha e me puxando para si.
- Não vou deixar nenhum marmanjo dar em cima de você.
Sorri
- Vou dar graças por ter um marmanjo dando em cima de mim. Hahahah
Ele me olhou parecendo incrédulo.
- Muitos marmanjos devem dar em cima de você.
Franzi o cenho como se ele estivesse dizendo um absurdo.
Escolhemos uma das mesas e então uma garçonete bonita nos atendeu dando uma atenção especial a Túlio.
- Boa noite! Tudo bem? Pode fazer seus pedidos, sintam- se a vontade. Ela disse nos entregando o cardápio e sorrindo para Túlio.
Foi a minha vez de segurar a mão dele e puxa-la para mim.
- Obrigada! Chamamos você assim que decidirmos. Respondi firme.
- Não vai dar mole para nenhuma mulher saidinha não. Revidei assim que ela se afastou.
Ele sorriu parecendo satisfeito.
- Tudo bem sra minha esposa.
Sorri e soltei a mão dele, fizemos nossos pedidos, optamos por uma grande, quatro queijos, filé e frango com catupiri. Quando a garçonete voltou, já não teve a mesma atitude.
- Funcionou! Falei
Ele sorriu
- Você é muito ciumenta?
- Não, acho que não. Eu acredito que tenho ciúmes o suficiente para não me tornar insuportável.
- Entendo. Eu acredito que o ciúme é como aquele tempero que tem que ter na comida, na medida certa, pois se você colocar demais acaba estragando.
- É isso! Acho que tudo é uma questão de equilíbrio.
Levantei os olhos para ele e vi que me encarava de forma carinhosa e sorri.
- Tulio...
- Sim!
- Preciso te contar uma coisa.
Ele esperou com os olhos firmes em mim.
- Hoje recebi uma ligação de Henrique.
Ele franziu o cenho.
- O que ele queria de você?
- Bem, eu não dei chances de ele falar nada. Lembrei-o que não pode se aproximar de mim. Realmente não esperava por isso. Falei
- O que levaria Henrique a tentar contato com você depois do que houve?
- Não faço idéia. Mas é bom que ele não tente outra vez. Eu desejo que Henrique reveja seus conceitos e nunca mais faça o que fez... Eu respondi tentando dizer algo bom ou positivo.
- Mas bem longe de mim. Completei
- Você tem toda razão Sarah. Eu lamento pelo que Henrique fez. Sinto falta dele, fomos amigos por muitos anos... Crescemos juntos, sempre me dei muito bem com sua família, fiquei muito decepcionado com a atitude dele, tenho certeza de que sua família se sente assim.
- Eu sinto falta de Ana Rosa e dos pais de Henrique... Mas eu não me sinto a vontade para voltar a ter contato com eles agora.
- Eu compreendo você!
Ele segurou em minha mão e eu suspirei. E ele me puxou para um abraço.
- Com licença! Era a garçonete de volta com nossa pizza.
Me desvencilhei do seu abraço devagar.
- Vamos esquecer Henrique! Temos pizza. Disse tentando afugentar aquele assunto ruim, pois relembrar aquilo não era bom para mim.
Ele sorriu concordando.
Algum tempo depois após termos nos empanturrado de pizza, estávamos no carro já de volta para casa. Era domingo e no dia seguinte começaria tudo de novo.
- Obrigada por esse fim de semana. Disse quando chegamos em meu prédio.
- Eu agradeço também, é muito bom estar com você. Ele respondeu me deixando surpresa.
- Igualmente. Respondi.
Ficamos alguns milésimos de segundos em silêncio e ele segurou minha mão. Eu não sabia bem o que aconteceria ali, mas deixei que seguisse o fluxo.
- Sarah... Eu... Ele tentou falar mas fomos interrompidos pela vibração do meu celular dentro da bolsa.
- Anh desculpe. Falei retirando minha mão debaixo da sua e abrindo minha bolsa. Fitei a tela, era o mesmo número que havia me ligado algumas horas antes: Era Henrique!
- Tudo bem? Túlio perguntou percebendo minha reação.
Mostrei a ele a tela do celular.
- Henrique me ligou desse número. Respondi
- Deixa eu atender. Ele estendeu a mão e pediu o celular.
- Não Túlio. Eu não vou dar essa moral para Henrique! É mais um número que vai para a lista negra.
- Tem certeza? Ele insistiu.
- Sim. Respondi encerrando a chamada.
Se a intenção de Henrique era atrapalhar a minha vida com suas ligações, naquele momento ele tinha conseguido.
- Bem você quer entrar? Perguntei me sentindo chateada.
- Bem... Acho que não. Já é tarde e sei que precisa descansar.
- De fato! Disse disfarçando a decepção.
- Posso vir amanhã?
- Claro! Respondi um pouco depressa e animada demais.
- Tudo bem! Então tchau. Ele se despediu de mim com um beijo no rosto. Entrei com o coração aos pulos: Feliz mas ao mesmo tempo com aquela leve impressão de que alguém me observava.

Para quem acompanha essa história, minha gratidão. Eis aqui mais um pequeno capítulo. Espero que gostem. Deixe seu comentário e uma estrelinha também. Rsrsrsr. Beijos!

Histórias de amor que eu não viviOnde histórias criam vida. Descubra agora