Arrependimento?

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A semana se arrastou para mim. Era sexta feira e meus pais ligaram desmarcando a visita. Eu ficaria sozinha no fim de semana. Henrique não entrara em contato comigo, coisa que me surpreendera, pois nunca havia feito isso, nem em nossas piores brigas, mas achei que ficaria trabalhando como antes me falou que estava previsto. Durante a semana resolvi parar de pensar nele e concentrar meus pensamentos nas coisas da faculdade. Ana Rosa havia me mandado mensagem dizendo estar com saudade e perguntando se eu havia esquecido dela, dei um desdobro qualquer e prometi tirar um tempo para dar atenção a ela. Túlio me mandava mensagens também, ele definitivamente era uma pessoa agradável, mas por ser amigo de Henrique resolvi não aprofundar conversa alguma, eu não sabia de fato se podia confiar nele.
Saí mais cedo da faculdade e corri para casa, ao colocar a chave na porta percebi que não girou, a porta estava aberta, meu Deus, devia ter alguém ali. Empurrei-a por impulso e me surpreendi com a figura de Henrique sentado à mesa. Entrei devagar. O que estava fazendo ali? Ele levantou ao me ver, correu até mim e se ajoelhou.
- Sarah, me perdoe amor!
- Henrique... O que está fazendo aqui?
- Eu não aguento ficar sem você! Me perdoe pela grosseria. Prometo que nunca mais vai acontecer.
Balancei a cabeça em sinal de negativa.
- Sinto muito Henrique. Mas isso não se resolve assim. Eu preciso entender o que aconteceu! Desde quando você age comigo com desconfianças? Você sabe que eu tenho uma vida ocupada, você conhece o meu caráter, pelo menos acho que conhece. Eu não admito que me trate daquela forma. Estou ferida.
Ele se levantou suspirando.
- Amor você tem toda razão. Eu errei. Me perdoe. Fiquei com ciúmes. Você não costuma esquecer o celular, só vive com ele e...
- E o que? Interrompi. Não pode acontecer? Sou obrigada a jamais cometer o erro de não esquecer o celular porque estou sempre com ele? E nada te da o direito de falar comigo daquela forma Henrique! E você simplismente me ignora e do nada aparece aqui. Falei firme.
Ele ficou por alguns minutos de cabeça baixa.
- Eu te amo!
Encarei-o por alguns segundos.
- Tem certeza? O amor não é grosseiro nem egoísta. Respondi olhando em seus olhos.
- Sarah... Eu sou falho. Eu sinto ciúmes, eu perco a paciência, eu me irrito... Isso é natural do ser humano. Acontece com você também. Eu cometi um erro, me perdoe.
- Acontece que não é a primeira vez que você explode. Eu não quero viver com uma pessoa instável.
- Prometo mudar. Ele respondeu baixando a voz.
Fiquei muda por alguns segundos sem saber o que fazer.
- Henrique por favor, vá para a casa dos seus pais. Eu não posso resolver isso agora.
- Sarah, não faz isso amor. Eu dei um jeito de faltar ao trabalho para vir me resolver com você. Acha mesmo que se eu não tivesse arrependido, faria isso? Eu estou aqui diante de você reconhecendo meu erro.
Sentei pesadamente no sofá.
- Tudo bem. Eu vou tomar um banho... A gente conversa de cabeça fria. Mas vou deixar uma coisa bem clara: Estou magoada com você! Não quero que me toque. Me dê espaço para pensar.
- Tá bom. Ele respondeu satisfeito.
Levantei e entrei no banheiro. Se antes eu já estava confusa imagine agora. Indecisão sempre foi um problema para mim, eu sentia por dentro a minha alma agitar- se mas não conseguia colocar em ordem os meus sentimentos e pensamentos, e a presença de Henrique ali dentro de casa piorava tudo, eu me sentia praticamente obrigada a perdoa-lo.

Histórias de amor que eu não viviOnde histórias criam vida. Descubra agora