Sofia
6:00
*pipipipi* *pipipipi* *pipipipi*...
7:00
*pipipipi* *pipipipi* *pipipipi*...
Mãe: Sofia, ainda estás na cama?? Sofia, acorda!!! Sofia, vais chegar atrasada!!
Sofia: Hum? JÁ SÃO SETE HORAS!
Mãe: Despacha-te, já te esqueceste dos exames médicos?! -Berrou-me, aborrecida. - Vais me fazer chegar atrasada ao trabalho, vou ter de te levar ao hospital de carro para conseguires chegar a tempo das consultas!! -Foi pela casa a resmungar.
Levantei-me como um relampado, vesti-me e desci as escadas. A minha mãe estava lá em baixo à espera, stressadíssima.
Saímos de casa, entramos no carro e a meio do cruzamento começa: - Vou chegar atrasada ao trabalho, e ainda tenho que levar a tua irmã a casa dos teus av...
*POOOOMMM*
Mãe: Oh, meu deus!
Seguido de um estrondo, vimos um vulto projetado em frente do vidro do carro, que em seguida caiu ao chão. Saímos do carro, e vimos uma rapariga deitada no asfalto.
Mãe: Chamem o 112 !
De repente, as pessoas saíram de casa e de vários establecimentos para ver o que se passava. Uma senhora idosa chamou o 112.
Sofia: Estás bem? Estás bem? Tens algo partido?? -Ajudei-a a levantar-se. -Fala comigo!
Mãe: Querida, tens algo partido? Chamamos a ambulância para te levar ao hospital...
X: Estou bem, eu estou bem, não há problema!
Passei a minha mão na testa dela, cheia de sangue. Um segundo mais tarde, desmaiou e chegou a ambulância para a levar.
Tentamos acalmar-nos um pouco, antes de entrar de novo para o carro. A minha mãe estava,de facto, assustada, e eu estava ainda mais. Nunca tinha visto a rapariga na vida...
Depois de meia hora, a minha mãe decidiu levar-me para o hospital, para poder tratar do resto das tarefas que ainda tinha que fazer.
Mãe: Não te esqueças, é o consultório 5. Depois vais à recepção e esperas na salinha para poderes voltar ao consultório.
Sofia: Eu sei mãe. Não te preocupes, até logo.
Mãe: E cuidado ao atravessar a estrada!! - Berrou-me.
Assenti com um movimento da cabeça.
Quando entrei no hospital, vi a tal rapariga em pé à beira do balcão, já com um penso e um curativo na testa. No momento em que me ia dirigir a ela para perguntar se ela estava bem, ouço:
xx: Victória Carli, consultório 4, por favor. - Chamou uma infermeira.
VICTÓRIA!!! Não posso crer... Será que é ela?
Este acontecimento agitou-me completamente o dia. Quando voltei para a escola, todos me vinham dizer "Olha, nem sabes: a Victória foi atropelada, acho que rachou a cabeça" ou "Aquela moça Italiana foi atropelada, disseram-me que o carro passou por cima dela e lhe partiu um pulso" ou ainda "OLHA, DISSERAM-ME QUE AQUELA MOÇA NOVA MORREU ATROPELADA!" E o que é que eu ia responder? "Sim sim, matamo-la, mas ela amanhã vem para a escola com um pensinho na cabeca."
Sofia: Joana?! -Chamei a minha prima, que estava com o namorado.
Joana: Hum??
Sofia: Soubeste da Victória?
Joana: Sim, oh meu deus, nem acredito.
Sofia: Foi a minha mãe. -Disse, baixinho, perto da sua orelha.
Joana: FOI A TIA??? - Tapei-lhe a boca.
Sofia: Cala-te, moça!! Foi um acidente. Adormeci de manhã e a minha mãe teve que me levar ao hospital para tirar sangue. Quando estavamos a sair de casa, atropelou-a. E não, ela não morreu, nem partiu o pulso. Quer dizer, acho...
Joana: Bem, teve sorte...
Sofia: Pois..
Joana: Olha lá, ela é mesmo gira, não é?? - Disse-me, batendo com o cotovelo no meu braço.
Sofia: É isso que te preocupa agora? Ela está no hospital, pode estar com algum problema grave...
Joana: Sim, mas isso não a faz deixar de ser gira. Confessa Sofiazinha.
Olhei para ela aborrecida, e fui para a última aula que me restava.
Quando a aula acabou, regressei a casa. Quando entrei, vi a minha mãe com uma mulher a conversar na cozinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fica Comigo (Lésbicas/Gay) PT
RandomVictória é uma rapariga de 17 anos com uma árvore genealógica muito obscura. Nasceu e viveu em Itália grande parte da sua vida mas, forçosamente, teve que ir para Portugal. Com o passar do tempo, conhece Sofia, uma rapariga Lisboeta uns meses mais...