4. O Dia "D"

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Victória

9:58

Os meus pais estão decididos em me deixar ficar cá em Portugal. Querem alugar-me um quarto, ou algo do género, mas eu vou convence-los a levarem-me com eles.

Hoje tive uma visita inesperada na escola.

x: Hey ? Ahm..

Olhei para trás, de onde parecia vir a voz.

Victória: Hey! - Disse, sorrindo.

x: Ahm.. Ah, então, eu... - Percebi que estava com vergonha. Só olhava para o chão, para as paredes e para os lados, até que lhe pedi- Calma..-Olhou-me nos olhos. Uns olhos lindos, semicerrados...

x: Depois do que aconteceu, acho que o mínimo que posso fazer é vir-te perguntar como estás... -Disse, coçando a cabeça.

Victória: Eu acho que o mínimo que posso fazer depois disto é perguntar-te o nome. - Sorri, numa troca de olhares.

x: Sofia! É o meu nome...

Victória: Sofia.. O meu é..

Sofia: Victória Carli.

Fiquei admirada - Como sabes?

Sofia: Eu vi-te no hospital ontem... Ia falar contigo mas estavam-te a chamar.. E ouvi o teu nome.

Aproximei-me e sorri de leve.

Sofia: Diz-me se estás bem, se precisas de alguma coisa, sei lá...

Se eu te dissesse tudo o que preciso, Sofia...

Victória: Já passou. Eu estou bem, acontece... Acidentes acontecem.

Sofia: Tu lembras-te do que aconteceu, certo?

Victória: Tenho apenas umas memórias, não muito claras. Lembro-me do carro.. E lembro-me bem de te ver e de sentir a tua mão na minha testa...

Sofia

Ela lembrou-se de mim...

Sofia: Estava a limpar o sangue da tua testa. - Ri.

Victória: Eu sei... Eu senti... E vi a tua mão cheia de sangue. Mas e tu? Também deves ter ficado em estado choque depois do acidente.

Sofia: Fiquei. E fiquei preocupada... Quando te vi cair...

Victória: Tudo está bem quando acaba bem. - Olhou-me nos olhos.

Depois de mais alguma conversa de "chácha", ela teve que ir.

Victória: Então.. Vemos-nos por aí. - Deu um paço atrás.

Sofia: As melhoras... Gostei de falar contigo!

Sorriu e virou costas. Nesse momento, caí na realidade. Observei-a a ir embora. Observei aquele cabelo dourado que saltava a cada paço que dava. É ,simplesmente, perfeita.

Victória

21:34

Que doce... O perfume é o mesmo.

Mãe: Vicky, senta aqui. -Disse com a cara mais sisuda que conseguia fazer. - Encontramos uma casa para ficares cá em Lisboa. -O meu coração parou. -Vais ficar com duas colegas tuas da tua escola. Falei com a rapariga, pareceu simpática e simples. É um apartamento que fica perto daqui. Estivemos a fazer contas e fica mais barato pagar o aluguer mensal do apartamento do que pagar todos os dias uma pensão.

Vicky: Mãe...

Mãe: Filha, eu e o pai vamos ter que ir embora já este fim de semana. Não vale a pena tentares convencer-nos para vires. Queremos que tenhas uma vida estável aqui e que estudes. Deixamos te dinheiro para tudo o que precisares.

Vicky: Eu não acredito que estou a ouvir isto.

Mãe: É para tua segurança. Os pais têm que acabar o que começaram e vai correr tudo bem. -Abriu a minha mão e deu-me um colar com uma cruz. -Era do tio. Vai-te proteger todos os dias. -Sorriu enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto.

Vicky: Venham visitar-me.

Mãe: Sempre que possível Vicky... Sempre que possível. -Abraçou-me, colocando a minha cabeça no seu ombro.

O meu pai observava-nos através da frecha da porta que estava encostada.

Se eu te dissesse tudo o que preciso, Sofia...

Fica Comigo (Lésbicas/Gay) PTOnde histórias criam vida. Descubra agora